Parabéns IPÊ! 20 anos de boas ideias



Os tempos não são bons para os ONG´s ambientalistas. Temos visto o escasseamento de recursos, o aumento da burocracia, e políticas de governo que atropelam o trabalho salvador dos ambientalistas. Muitas ONG´s têm sumido do mapa, se afogado nessa burocracia, ou tem se enfraquecido com a falta de suporte.

Aqui no sul da Bahia, por exemplo, o Instituto de Estudos Sócio-Ambientais (IESB), referência fundamental para as pesquisas de conservação na região passa por dificuldades financeiras para manter seus programas.

Nesse cenário, conhecer organizações maiores, que começaram pequenas, e conseguiram dar a volta por cima da dificuldades, enfrentar as crises com criatividade, e inovar nas parcerias. O Instituto de Pesquisas Ecológicas é uma inspiração para esse novo modelo de ONG, e nos anima a não desistirmos de nossas organizações sociais, e, principalmente de nossa causa.

Um novo tempo surge com ONG´s mais profissionais, bem organizadas e com uma gestão tão competente quanto as empresas de mercado. ONG´s de voluntários também, mas que conseguem avançar nos projetos e remunerar seus profissionais.

Pensar o Instituto de Pesquisas Ecológicas é refletir sobre a mobilização, articulação e empreendedorismo da sociedade civil para o enfrentamento dos desafios contemporâneos da conservação ambiental com otimismo, persistência e inovação.

Mas vamos deixar que a própria Denise Pádua conte um pouco mais dessa história de luz no caminho da natureza …
                            
Corações, ideias e braços para proteger o mico-leão preto
                                             
                                      Leia a Íntegra em O ECO

O Programa Integrado de Conservação do Mico-leão Preto serviu como uma escola que deu origem ao IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, uma ONG que completa agora em março sua maioridade – 21 anos de existência. São mais de 40 projetos sendo desenvolvidos em diversas regiões do Brasil, mas todos com um gostinho das lições aprendidas com o mico-leão preto.

O primeiro movimento para salvar a espécie da extinção começou com o projeto de doutorado de Claudio Padua, meu marido. Sua ideia era proteger o mico-leão preto através de estudos científicos que levassem à integração das populações que se achavam isoladas em fragmentos florestais, criados pelo desmatamento dos últimos 50 anos no oeste do estado de São Paulo, região conhecida como Pontal do Paranapanema. Claudio pensava que se conhecesse bem a espécie, como vive e se multiplica, cumpriria sua missão. Mas ele acabou indo além: a fragmentação do habitat levou-o a ousar e propor translocações de indivíduos e grupos de micos de um fragmento para outro, de modo a evitar consanguinidade.

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