sexta-feira, junho 28, 2013

Ilhéus, 479 Anos: Quem somos?

Completando 479 anos de existência, Ilhéus - uma das cidades mais antigas do Brasil - não tem o que comemorar. Somos uma cidade castigada por guerras e invasões desde os primórdios de nossa existência, e a cultura que construímos e herdamos de nossos antepassados encontra-se ameaçada. 
Ilhéus é o marco geográfico e cultural de uma região dadivada em riquezas naturais, e depois de séculos de pioneirismo e resistência a crises, chegamos à primeira metade do século XX, tendo conseguido construir uma identidade. Éramos uma das cidades mais belas do mundo, apesar das diferenças sociais entre imigrantes donos de terra, negros e índios.

Mas nas últimas décadas do século XX, Ilhéus se vendeu as ilusões e aos projetos oportunistas e megalomaníacos. O projeto militar do Porto Internacional do Malhado causou mais danos do que qualquer outro ataque que Ilhéus já tenha sofrido de indígenas, franceses ou holandeses. Construído no meio da orla central (metade do projeto previsto foi construído) e destruímos nossa cidade. Também botamos abaixo a arquitetura histórica, abandonamos as sedes das fazendas, aterramos 40% de nossos manguezais e entramos em crise existencial. Até esculturas de três legendários leãozinhos em mármore carrara que ficavam em praça  principal da cidade foram arrancadas do chão, e sumiram.   

Sem mais saber quem somos, apenas observamos; e não sei se nos incomodamos com o tanto que agredimos nossa cidade, mata, orla, baias e rios, e com o vazio que deixamos sobre o nosso patrimônio histórico, material e imaterial. Somos uma terra desfeita, uma cidade desiludida e em crise. A fúria do dinheiro rápido fala mais alto, e hoje nos deixamos ser governados pelo estado e pela união. Perdemos a vontade própria. São eles que decidem qual é o projeto da nossa terra, e nós abraçamos.

Viramos reféns da política, da pobreza e da economia internacional. Perdemos nossa voz, o seu tom, e o dom da palavra cidadã. Como se fosse uma sina, Ilhéus parece esquecida de si mesma. Não fala por si, e passa a ouvir o que os outros falam. A cidade não se comemora, pois não sabe mais quem é, e nem pra onde vai o seu futuro.

O patrimônio histórico e cultural de Ilhéus está despedaçado, empoeirado, relegado e esquecido. Quando passeamos por essa cidade, não sabemos onde encontrá-la. Por isso, o que devemos comemorar hoje em Ilhéus é essa reflexão para que tão logo seja liberta da opressão, da ignorância, do julgo do dinheiro e de todo poder que ameaça a paz, a vida e nossa memória.

Acreditamos que Ilhéus vai despertar, e voltar a olhar para si mesma, se amando com todo o coração dos verdadeiros cidadãos seus. Quando isto acontecer, não sentiremos mais a sua falta quando passearmos por seus encantos, pois ela estará renascida jovem e moderna, dizendo de seus valores e representando tudo o que ela é, tem e pode ser.

Acorda Meu Povo!

- Nossa Igreja Católica precisa reorganizar um museu, como já teve na Igreja São Jorge, e a prefeitura precisa ser sua parceira na conservação do patrimônio arquitetônico. 
- Mais arqueologia e resgate histórico cultural dos quilombos e das culturas negras.
- Reconhecimento pleno e valorização dos  terreiros de candomblé. 
- Desenterro da história dos pescadores, e salvaguarda da história dos nossos naufrágios.
- Reconstituição e investimento em arqueologia e história indígena.
- Salvar a história do cacau e das gerações de cacauicultores (donos de fazenda e trabalhadores), bem como as sedes das fazendas históricas e cacau, que estão em ruínas.
- Promover nossa história da Mata Atlântica em museus, jardins botânicos e no Parque da Mata da Esperança.
- Proteger os prédios históricos e dar-lhes um uso cultural adequado.
- Reunir, e disponibilizar ao público o grande acerco visual (fotográfico) que a cidade possui sobre o seu passado urbano, famílias e transformações.
- Firmar um Projeto Orla que pare de uma vez com a invasão das praias e manguezais.
- Precisamos recuperar nossa história antiga, gravuras, textos, documentos, muitos dos quais na Europa.
- Cadê a historia de nossos imigrantes - base social de Ilhéus. O mundo todo faz isso, e Ilhéus precisa fazer também.
- Ilhéus precisa investir em arenas de esporte e criar espaços dedicados a valorização da memoria do Surf , Skate, Voley, etc.
- Precisamos constituir roteiros e sítios históricos-culturais envolvendo o Rio do Engenho, o Banco da Vitoria, a Lagoa Encantada, Olivença e o Morro de Pernambuco, etc. 
- Queremos ter mirantes em todos as nossos pontos de apreciação da paisagem, e pensar ciclovias em todos os bairros. 
- Precismos investir em integração da cidade com os morros. Hoje temos duas cidades que precisam se conhecer e se integrar em mobilidade, turismo e atividade cultural. 
- Ilhéus precisa ser uma cidade acessível para deficiências sensoriais e de mobilidade.  



sexta-feira, junho 21, 2013

Explaining Brazil’s protest movement



Enquanto os políticos ensaio o que vão dizer ao seu eleitorado, e a presidenta se reúne com os seus assessores, os brasileiros firmam a Internet como uma plataforma de redes de mobilização social. São muitas as formas de participar da construçao de uma economia, que seja, socialmente, mais justa e sustentável.

Políticos, ouçam Carla, mais uma brasileira!

This video was recorded right before the recent protests started, but with all of this going on, it becomes even more evident that the World Cup and the Olympics should not be our priority. The world has to know about what's really going on. Please share.

 
I know this is a brief overview, so if you want to know more about the problems discussed in the video, please check the links below:

A Nova Democracia (The New Democracy)-https://www.facebook.com/jornalanovad...
Domínio Público (Public Domain)- http://vimeo.com/50479054
Comitê Popular do Rio http://comitepopulario.wordpress.com/
Marcelo Lacerda - http://vimeo.com/24851532

Protestos no Brasil

A maior manifestação pública da história do Brasil já tem um saldo positivo. Seja efeito imitação ou não da insatisfação popular contra os políticos e governos que se manifesta em outro lugares do mundo, o fato é que as manifestações no Brasil já mandaram um recado para a sociedade do mundo: Não estamos satisfeitos com o uso do dinheiro público, e não aceitamos um pais de duas faces, uma rica e outra miserável.
O grande movimento é emergente, sem liderança e saltou literalmente do Facebook para as ruas. Seu tema principal é o dinheiro, e seu estopim, apenas duas moedas de dez centavos. Vinte centavos que são apenas simbólicos para a explosão de um movimento que diz muito mais, e que não entende os investimentos bilionários nos estádios de futebol com dinheiro público.  É um movimento diferente, não existe uma pauta formal, mas uma série de reivindicações gerais como a melhoria no transporte, saúde e educação pública, e outras que são discutidas como a PEC-37, projeto que quer diminuir o poder do Ministério Público de Investigar com independência.

É preciso anotar também que esse é um movimento puxado pelos jovens, milhares de estudantes que querem ajudar, mas não sabem direito como fazer isso. Não têm uma noção clara da história, falta música e nem dos problemas brasileiros, mas sentem na pele os seus efeitos. Isto pode ser sentido até mesmo nos gritos de guerra, a maioria extremamente juvenis, também a falta de boas estratégias, como a utilização da música, da arte e dos gestos simbólicos, que poderiam evitar o descaminho do quebra-quebra.

Com ou sem cultura, esses jovens estão mostrando novamente a cara, e a grande maioria deles nasceram quando Fernando Collor sofria o primeiro impeachment de um presidente latino americano. Eles não estão mais desacompanhados, o povo vai as ruas, mas apenas eles botam a cara no mundo, e tem coragem de perguntar? Para onde vamos? E a grande discussão desse movimento não pode e não deve ser apenas, uma separação artificial do joio do trigo, dos bons e maus manifestantes. Movimentos de massa são bastante complexos em interpretações.

Nesses momentos, podemos ouvir muitos especialistas falando coisas muito importantes, que refletem aquilo que vimos como espetáculo da mídia. E o que de mais coerente eu ouvi, é que, assim como o movimento não ter a voz de uma liderança, também o pais não possui essa liderança capaz de responder ao anseio da população. Dessa forma, a única resposta que o Brasil espera do governo brasileiro é uma agenda nova, que responda ao povo, que não aceita a agenda de eventos esportivos internacionais como prioridade nacional, quer quer uma reforma política, que quer uma política coma qual se identifique. 

Essa visão do movimento tem ganhado força, e a imprensa internacional fala em oportunidade de nascimento de um "Obama brasileiro", alguém que não ganhe apenas nas urnas, mas nas ruas! Vamos seguir esperando que o governo tenha uma nova agenda, e que o Brasil atenda de uma vez por todas ao clamor popular contra a corrupção, a incompetência e a má gestão pública.      

quinta-feira, junho 20, 2013

O Brasil de Pavio Curto 2013


Hoje, Ilhéus se reúne às 14 horas para fazer corrente com os protestos mais significativos desde o movimento dos "Caras Pintadas" que resultou no primeiro impeachment de um presidente (Fernando Collor de Melo) na América Latina. Para mim é a presença da força espiritual de São João Batista se manisfestando, pois ele representa em nosso ser, crer e agir, a amizade festejada, o ombro a ombro na missão e a força dos guerreiros marianos para  a volta definitiva de Cristo Redentor no coração da humanidade.

O bem quer vencer e ele está com sede de justiça no mundo todo. Esses protestos trazem a semente da conscientização, e a primeira reação do governo ao analisar os protestos e a passeata dos 100.000 do Rio de Janeiro foi declarar que era preciso analisar, e entender qual é a bandeira desses protestos. Para o jornalismo mundial não existe dúvida: O Brasil vai às ruas contra a corrupção, a má qualidade dos serviços públicos e os gastos com a Copa do Mundo de Futebol. O governo se sente em um pântano, pois não sabe como marchar com essa liberdade, e nem entende como pode responder, compartilhar isto, e responder a algum pleito. 
O pleito dessas manifestações é uma insatisfação nacional que vem ganhando força em diversos setores da sociedade que querem um Brasil único, e não dois países, um muito rico dos grandes estádios de futebol, e outro muito pobre, sem água, saúde e educação. Não existe um pleito único, e sim, uma sensação nacional de que algo precisa mudar COM URGÊNCIA, e esse não é um movimento organizado. É movimento do coração, movimento livre, breves sinais da revolução íntima que os brasileiros estão fazendo à partir da redemocratização da informação no Brasil.

Esse movimento é só um começo, e uma prova que já não estamos dormindo em sono solto, e o grito, o "ACORDA MEU POVO" é cada vez mais uma realidade nessa pátria ainda tão injusta, onde é grande o desejo de uma mãe gentil e de uma irmandade universal. O grande pleito desse povo é entender o Brasil, os estádios de luxo e a morte sem atendimento nos hospitais, o afronte dos gastos dos parlamentares diante da pobreza extrema, enfim, essa instabilidade da razão.

Creio que, pelo menos duas lições nós podemos refletir sobre os protestos no Brasil 2013. A primeira lição, discordando da presidenta Dilma, é entender o tal vandalismo. É claro que dói muito os atos criminosos contra os nossos tesouros arquitetônicos como o Teatro Municipal e Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), etc., mas não podemos deixar de procurar entender essas vândalos. Não dá para passar a régua e separar como querem os professores de uma Pontifícia Universidade Católica, os bons cidadãos e os vândalos. É nesses vândalos também que reside o grande pleito invisível que marcha as ruas.

A segunda lição reside naquilo que a Organização das Nações Unidas declarou sobre esses fatos: Que a sociedade acompanhe de forma independente a atuação da Polícia Militar. Foi o que mais chocou, e os meus olhos enxeram de lágrimas. No Rio de Janeiro fiquei cinco assistindo uma transmissão ao vivo em que os policiais atiravam com suas metralhadoras contra a lateral do Museu Nacional para afastar o povo, outros saiam humilhados de uma agência. Já em São Paulo, no dia seguinte, tropas de policiais abrindo mão de sua missão e deixando o povo saquear livremente os estabelecimentos. 

Nunca pude enxergar com tanta clareza o quanto estamos despreparados em termos de segurança pública. no nosso campo ou cidades. Como somos despreparados para enfrentar protestos e manifestações populares de grande intensidade. Em vários países europeus temos visto grandes multidões em protestos e uma atuação bem diferente das forças policiais. Tropas de choque que funcionam, e uma capacidade técnica de enfrentar essas situações, inclusive o vandalismo que também se manifestou nessas regiões. Que distância é essa que existe entre os policiais e o cidadão no Brasil?

Precisamos repensar esse país, e não devemos esperar mais por um povo pacífico. Ninguém aguenta mais viver em uma nação de contradições. As minorias estão pouco a pouco se acordando, como os índios, os movimentos da reforma agrária e rurais, e os estudantes na crista da onda tocam o sino da democracia e conclamam o país  a pensar. E bom que todo brasileiro pense, especialmente os grandes empresários e aqueles que assumem cargos públicos, pois a figura do brasileiro pacato, humilhado e desinformado esá mudando. O país está se acordando, e isto pode representar um pavio mais curto do que podemos imaginar. 

quarta-feira, junho 12, 2013

Poesia com Dimitre Padilha

Mais Índio Brasil Aqui

Talvez sim...

Quando o amor é uno
Quando o amor é tudo
Quando o amor é junto

É isto que completa
incessante...

(Dimitre Padilha)

Cresce em 29% o desmatamento da Mata Atlântica

O Macaco-prego-do-peito-amarelo: Condenado.
A conservação da Mata Atlântica é uma missão urgente de todos os brasileiros, e a gente repete essa mensagem quantas vezes for necessário. Essa floresta que atrai a atenção do mundo pela sua riqueza de bichos e plantas desde sempre, mas que não suporta mais o desmatamento e a sobre-exploração de seus recursos. Tem um reino de espécies aí, ameaçados de extinção nas próximas décadas, e essa previsão precisa mudar com a sua participação na construção de nossa Arca contra o dilúvio da má gestão socioambiental.

Bancos de Corais de Ilhéus também são Mata Atlântica
Reduzida e maltratada, a Mata Atlântica vive ainda uma tendência degradação, tornando-se cada vez mais inviável para manter a sua riqueza natural, caso o Brasil não adote de forma séria e definitiva, um modelo de planejamento do uso e ocupação do solo racional, e que permita a sua recuperação. Os estados do sudeste já buscam recuperar a floresta, mas o destino dos remanescentes do sul da Bahia nas próximas décadas ainda é incerto.
Ilhéus é símbolo de um futuro com Mata Atlântica.
A Mata Atlântica é a mãe velha que protege o homem e as condições ambientais na costa atlântica do Brasil, onde vivem quase 2/3 dos brasileiros. Todos dependem dos seus serviços ambientais ligados à fertilidade e estabilidade e à prevenção de inundações, ao fornecimento de água doce, à melhoria do clima e muitos outros serviços diretos, além de muitos outros indiretos, intangíveis, relacionados a cultura, ao lazer e bem estar, à estética e a beleza, à educação, conhecimento, informação, etc.
Ainda existem aqueles que, sem compreenderem a importância da conservação pensam que existe antagonismo entre a proteção da natureza e do próprio homem. Quanto a isso quero relembrar minha passagem pelo curso de Manejo de Áreas Naturais Protegidas na Universidade Livre do Meio Ambiente de Curitiba, onde pude discutir esse assunto com o grande mestre Miguel Milano.

Espécies raríssimas vão ser extintas.
Convencido de outros aspectos importantíssimos do planejamento do território  (o território do Milton Santos), e sobretudo influenciado por novos conceitos de conservação, emanados da tese de Antônio Carlos Diegues com a sua tese "O Mito da Natureza Intocada",  que mostrava que o nosso sistema de unidades de conservação seguia o modelo americano de ilhas, e isso não era adequado para os trópicos, onde precisaríamos valorizar os corredores, o manejo e a etnoconservação. Insisti todo o curso nesse outro viés da conservação, e a uma certa altura, em tom irritado, Milano exclamou: "Paulo! Você ainda não entendeu. O objetivo final da conservação da natureza é o homem". Concordo e compreendo professor: "A vida é uma só, e toa junta, e toda unida, e toda por ela só". 

Parque Estadual do Conduru no Sul da Bahia abriga biodiversidade ainda desconhecida.


  


Desmatamento cresce 29% na mata atlântica

Desmatamento na Mata Atlântica é o maior desde 2008

Com só 8,5% da área original, bioma perdeu mais 235 km² entre 2011 e 2012


ONG diz que aumentou o desmatamento na Mata Atlântica


sábado, junho 08, 2013

Dia do Meio Ambiente e o Nosso Adeus ao Biólogo Jafa


Cara, eu quero falar diretamente pra você. Desde pequeno, tenho uma cisma retada com essa tal de morte, mas isso é pura falta de firmeza em Deus, pois o Mestre nos ensinou que ela não existe - é uma ilusão dos homens.  Fico sentindo falta de mim mesmo, parece que descolo de mim, quando recebo a notícia da passagem de alguém com quem caminhei nessa vida.

Mas logo me corrijo, e passo a amá-lo, revê-lo em meu coração e percebê-lo no astral. O que desejo a mim mesmo, passo a desejar para ti - materializo em mim a felicidade de te conhecer na vida.

Minha breve e rica vivência com você, Doutor Jafa, durante as filmagens do documentário "Agricultura Familiar e Agroecologia" foi muito promissora, pois eu sempre fico muito honrado quando conheço um de nossos grandes pesquisadores. Foi bacana trabalhar com você, junto com o Doutor Cloildo Guanaes, e o também saudoso diretor cinematográfico Wesley Andrade que também nos deixou inesperadamente. Curtimos aquele momento com grande respeito profissional, e seu vídeo tornou-se um campeão de acessos no Youtube, disseminando as boas práticas sociais e ambientais.

Como você era um típico cientista, de olhar e palavras cuidadosas e precisas, eu desejo que teu longo trabalho pela Cooperativa do Plano da Lavoura Cacaueira - CEPLAC continue dando muitas flores, frutos e sementes, pois a humanidade em 7 bilhões de pessoas hoje vivas, e tudo o que se tem, e tudo o que se sabe é o semeio germinado por 107 bilhões de pessoas que não estão materialmente entre nós, mas que doaram sus conhecimentos ao nosso projeto de felicidade.Valeu professor!

Population Reference Bureau

quinta-feira, junho 06, 2013

Dia Internacional do Meio Ambiente















Nem parece um dia tão especial, e a falta de comemorações e timidez nesse Dia do Meio Ambiente transparece uma perda de importância desse tema fundamental nos últimos anos de política pública brasileira. O Brasil não quer mesmo abraçar essa causa da humanidade e global, não quer assumir seu papel de liderança no processo de construção de um modelo econômico socialmente e ambientalmente sustentável. O governo não quer.

O Dia e Semana do Meio Ambiente duas décadas atrás, nesse mesmo país, a história era outra, e o  Brasil  inspirou o mundo a realizar os principais acordos e tratados para a proteção do meio ambiente e da humanidade. O tempo passou e continuamos profundamente injustos socialmente, na democratização do saneamento ambiental, na distribuição da água e na equidade das condições de moradia, trabalho, lazer e acesso ao conhecimento. 

O resultado é um horizonte confuso, e um cotidiano ainda permeado pela miséria e pelo desperdício de energia e recursos naturais, como se ainda fossem abundantes (e infinitos). Uma das consequências dessa perda de importância  se reflete na falta planejamento de nossos territórios, e na exploração que ainda implica em aumento da degradação ambiental, e na fragilização do tecido social. 

O reflexo desse estado de confusão é que ainda estamos desmatando e perdendo biodiversidade, e não estamos falando da Amazônia, que "só" desmatou no último período anual, uma área do tamanho do município de São Paulo, mas da super-explorada Mata Atlântica. Isso mesmo, segundo dados recentes da SOS Mata Atlântica o desmatamento continua, e o nosso Estado da Bahia é o segundo no ranking de destruição, e Minas Gerais está liderança. Onde queremos chegar? 

Queremos chegar em um país muito melhor, orgulhoso e rico por seus valores e identidade, com cidades melhores e muitas lições para a humanidade. Para isso, todos se lembrem de boas práticas no seu cotidiano, e da vivência dos bons ensinos com todos ao seu redor, abraçando a causa da vida em em sua amplitude, abundancia e generosidade que se expressa em nossa terra e povo brasileiro. 

Salve todos os que abraçam as causas do Brasil Justo, Solidário e Sustentável.