segunda-feira, março 24, 2008

Estrada Ilhéus-Itacaré

Ilhéus-Itacaré: Dez Anos Depois

____________ Dez Anos Depois

Neste novo painel, investigamos os fatores negativos e positivos, originados com a construção da Rodovia Ilhéus-Itacaré, através da análise de impactos sócio-ambientais que ocorreram no Pós-Estrada, bem como, das políticas que devem nortear novas intervenções, para que elas se tornem, efetivamente, vetores do desenvolvimento sustentavel.
Ilhéus-Itacaré: Dez Anos DepoisEstrada Ilhéus Itacaré
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Em 1998, era inaugurada a polêmica rodovia, cortando importantes remanescentes florestais do sul da Bahia. Estava concretizado, o principal empreendimento da política estadual de desenvolvimento turístico, na então denominada "Costa do Cacau". Uma política questionável, por se basear na construção de estradas litorâneas, cortando raríssimas manchas florestais remanescentes da Mata Atlântica que restou de toda região nordeste.
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Para dar suporte ao gerenciamento ambiental da área, e à regulamentação do uso do solo e dos recursos naturais, foram criadas as Áreas de Proteção Ambiental: APA Lagoa Encantada-Rio Almada e APA Itacaré-Serra Grande. Também, como uma contrapartida ambiental, num embate vitorioso entre Ong´s ambientalistas e o Governo, lideradas pelo Instituto de Estudos Sócio-Ambientais do Sul da Bahia - IESB, foi possível incluir no orçamento, a criação do maior parque florestal de toda a região cacaueira, o Parque Estadual da Serra do Condurú (9.275 ha).
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Á partir de então, o licenciamento ambiental estadual passou a ser imprescindível para qualquer empreendimento na área, enquanto que a fiscalização, como proclama a Constituição Federal, deveria continuar a ser exercida por todos os níveis do governo, Ministério Público e por cada um de nós, integrantes da sociedade.
.Ilhéus-Itacaré: Dez Anos Depois
Ilhéus-Itacaré antes da Urbanização
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A abertura de estradas em áreas protegidas no Brasil é um velho dilema sócio-ambiental. De início, responde aos anseios das comunidades, que aspiram a integração e os benefícios do desenvolvimento. Mas, a experiência tem demonstrado, que essas intervenções, sem a coesão de projetos de infra-estrutura social, e, de controle e fiscalização ambiental, podem se transformar em vetores de degradação sócio-ambiental.
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Vistoria conjunta, em 1998 reuniu ambientalistas e técnicos governamentais com uma preocupação comum: Como fazer da nova estrada, um vetor de desenvolvimento sustentado e de preservação ambiental?.
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Dez anos depois, já podemos avaliar, onde estamos em relação a esses objetivos, e qual o caminho para corrigir as distorções existentes.

A estrada Ilhéus Itacaré construida em plena mata atlântica
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Além dos impactos ambientais diretos de uma obra, precisamos levar em consideração, os impactos sócio-ambientais, que ocorrem a médio e longo prazo. Como não existe margem segura para a imprudência nas intervenções em áreas naturais protegidas, é fundamental que essas obras agreguem políticas que atendam as necessidades de sócio-desenvolvimento de seu entorno. Sem esse planejamento, são grandes as chances desses empreendimentos, vetorizarem a degradação ambiental, e não promoverem a esperada melhoria da qualidade de vida da população local.
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Os problemas sócio-ambientais decorrentes da Ilhéus-Itacaré são graves, como fora previsto na vistoria em 1998, pois já sentíamos a ausência das políticas associadas . Mas, não podemos deixar de afirmar, que a estrada atraiu, nesses dez anos, mais amigos da conservação, do que poderíamos prever, sobretudo empresários interessados no binômio Áreas Protegidas x Turismo e Lazer.
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Superando as previsões, a Ilhéus-Itacaré ajudou a reformular o conceito de turismo no sul da Bahia, transformando a isolada Itacaré, em curto prazo, num atrativo internacional, registrado como paraíso tropical, e referenciada por celebridades. E com esse marketing espontâneo, a região atraiu, nesses dez anos, mais de um bilhão de dólares em investimentos, predominantementes, associados a conservação da Mata Atlântica.

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Fogo: Uma Estratégia de Desmatamento
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05 de Fevereiro de 2008
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Se o fogo tornou-se o maior símbolo da degradação ambiental, a água, certamente, é o maior símbolo da conservação. O uso do fogo e a depredação dos sistemas hídricos, demonstram falta de educação, tecnologia e informação; demonstram também dificuldades de controle e fiscalização ambiental ao longo da Ilhéus-Itacaré.
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Ilhéus-Itacaré

Os belos cajueiros silvestres, árvore imune de corte, são propositalmente queimados e descartados, para dar lugar a gramíneas e coqueiros.
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O trecho de 31 quilômetros, entre Ilhéus e Serra Grande, é o mais crítico, e foi onde registramos num só dia 34 focos de queimadas, e também o criminoso aterro de espelhos d´água, por alguns empreendedores.

Existem casos, em que o fogo é utilizado inadequadamente, por desinformação, mas na maioria dos casos, tem sido um aliado do crime ambiental, e uma arma do infrator para burlar a fiscalização. À princípio, são queimas utilizadas para limpar o terreno, após a roçagem de gramíneas, mas ao observarmos o conjunto delas, começamos a suspeitar e entender outras estratégias envolvidas, e a supressão de vegetação nativa, é, claramente, uma delas.

Mais de 90% das queimadas de 05 de fevereiro de 2008, atingiram a vegetação nativa.

É um crime que vem acontecendo, sorrateiramente, nesses dez anos, e que, lentamente, está destruindo a mata e prejudicando os cursos d´agua. Apesar, disto, quem trabalha com fiscalização, sabe, que os envolvidos costumam se eximir de culpa do mando do fogo, associando-o sempre ao empregado, vizinho ou a brasa do cigarro jogado pelos automóveis.

É notório que o trecho ilheense da rodovia sofreu maiores impactos, em decorrencia da pressão antrópica, sobretudo pela pressão do deficit habitacional, e pela falta de planejamento e orientação do processo de expansão da cidade e distritos.

Além dos proprietários regulares, os "invasores" , também têm utilizado sistematicamente o fogo para a limpeza dos terrenos.

Ilhéus-Itacaré

Nas queimadas do dia 05, o Corpo de Bombeiros se fêz presente, apagando o fogo, e orientando o trânsito para evitar mais mortes na estrada.



Juparas Aterradas
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Empreendedores sem visão ambiental, e habituados com a impunidade e ausência da fiscalização ambiental, destroem a vegetação ciliar ou aterram deliberadamente espelhos d´água, típicos desse ecossistema, e que chamamos de Japara. Não são rios, nem lama, mas acumulam as águas das chuvas e dão suporte a uma riqueza de espécies, que incluem os guaiamuns.

O aterro das Japaras,, dentre os crimes e impactos mais visíveis, foi um dos que mais difíceis de entender, pela irracionalidade e difícil grau de recuperação.

Também anotamos, que a estrada, que deveria ser ecológica, vem se transformando numa pista de alta velocidade. E esse "rally" de carros modernos e velozes, desrespeita as normas ambientais, e tem feito vítimas humanas, além de perpetuar o atropelamento de animais silvestres.
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1998 - 2008 : Dez Anos de Atropelamentos
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Na grande vistoria de 1998, encontramos um casal de mico-estrela atropelados (foto da esquerda). Por coincidência ou providencia superior, nesse 5 de fevereiro de 2008, fomos remetidos a refazer o trajeto, e depararmos com a mesma cena : Mais um casal adulto e experiente, atropelados (foto da direita).
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Dessa vez, a fêmea teve morte instantânea, por esmagamento, enquanto que o macho morreu, momentos depois, na beira da estrada (foto abaixo).
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Os micos estão habituados a frequentarem as restingas e descerem das árvores para alimentação e diversão, durante milhares de anos, inclusive, com hora marcada para realizarem suas travessias arbóreas, de ida e de volta. Respeitá-los é o único e ético caminho, para aprender a conservar e usufluir o fabuloso patrimônio natural do sul da Bahia.
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Diante dos atropelamentos constantes, parece ironia, que justamente a rede que os micos tanto rejeitaram, tenha chamado a atenção do Brasil e do mundo como símbolo da proteção ambiental ao longo da Ilhéus-Itacaré. Na realidade, isto demonstra que ecologia pode ser marketing mas, principalmente, não pode deixar de ser uma prática cotidiana.

(Ilustrações e fotos da Associação Pró-Vida Silvestre)

Notícias Relacionadas

R2C Press - Invasão na Ilhéus-Itacaré pode inviabilizar Porto e Aeroporto

Ilhéus-Amado: Visita a estrada Parque Ilhéus-Itacaré

Unidos por Ilhéus: Que venha o Porto, Aeroporto e Ferrovias...

PAC SUL DA BAHIA

Notícias mediáticas sobre a construção de uma grande ferrovia e um novo porto no sul da Bahia, movimentam a sociedade num grande debate sobre o modelo de desenvolvimento, o que deverá ajudar a compreender, antes de mais nada, o que pensamos sobre o nosso território e nós mesmos.

Confira na R2C-Press

Tudo começou com as notícias de que o governo federal e estadual intenciona construir a ponta costeira da grande Ferrovia Leste-Oeste, com um Retraporto e um novo Porto Internacional, nas áreas protegidas do litoral norte de Ilhéus, no que chamamos de "a melhor praia do mundo". Isto inquietou a sociedade e precipitou uma grande discussão, que se inicia, tensa e polêmica , antes mesmo do projeto ser formalmente apresentado.

Áreas Naturais Protegidas do Sul da Bahia estão no caminho do gasoduto e do complexo industrial, portuário e ferroviário do Plano de Aceleração do Crescimento - PAC.

Quando falamos no PAC Sul da Bahia, pelo menos, no que se refere ao pré-projeto do complexo Ferrovia Leste-Oeste/Retroporto/Porto Sul, é imprescindível reconhecer a precipitação do governo federal e de seus interlocutores estaduais, em anunciar (ou deixar vazar), imprudentemente, através da imprensa, a intenção de realizá-los, sem que, por uma questão ética, houvesse uma reunião prévia com as autoridades do município, o que acabou gerando alarde e um constrangimento moral.

Se conceitualmente, o projeto não foi concebido com a participação da sociedade regional, não podemos discutí-lo ante da formalização do processo legal de licenciamento, aguardando a sua tramitação, para realizarmos uma avaliação de sua pertinência, ou não, bem como das alterações, adequações e contrapartidas sócio-ambientais que poderemos reivindicar. Várias reuniões públicas já aconteceram e uma reunião oficial do governo do estado ocorrerá no dia 19 de abril, às 14 horas, no Centro de Convenções de Ilhéus.
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O projeto da Ferrovia Leste-Oeste/Porto Sul, assim como o Gasoduto, chamado Nordestão, fazem parte de projetos nacionais e intercontinentais de infra-estrutura previstos simultaneamente no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Plano Plurianual (PPA) e na Iniciativa de Integração Regional Sul-Americana (IIRSA), visando, sobretudo a suficiência energética e a infraestrutura aeroporturaria e de transportes.

Projetadas em matrizes macro-territoriais, numa primeira análise, esses projetos não correspondem aos anseios do sul da Bahia, e apesar do volume do investimento, não trás um foco claro no desenvolvimento regional, sobretudo, porque deixa de fora, as obras esperadas, consideradas prioritárias e estratégicas para a região, sobretudo na área de infra-estrutura, relacionada a habitação popular, saneamento, redimensionamento das rodovias e pontes, e urbanização da orla.

A praia do norte de Ilhéus, patrimônio da humanidade e relíquia do litoral brasileiro será alvo de um grande debate, em que deverá sair vitorioso, o bom senso e o cumprimento integral da legislação ambiental e da política de desenvolvimento regional.


À primeira impressão, somos alvo do projeto por razões meramente geográficas, enquanto porto e escoadouro da produção de outras regiões. Por isso, precisamos compreender não apenas a superação de seus impactos diretos, mas, principalmente, quais políticas associadas poderão garantir que ele se torne, efetivamente, vetor do desenvolvimento regional, e não, a consolidação de um grave processo do cresimento desordenado? Sabemos de antemão, que esse projeto visa o desenvolvimento de muitas regiões do Brasil, onde concentram-se parques industriais e o agronegócio, mas é evidente que, nesse processo, não podemos sacrificar um território, em detrimento de outros, sem contrapartidas locais.
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Também é evidente, que não podemos compreender como desenvolvimento, numa região de delicado equilíbrio ecológico e um dos menores índices de desenvolvimento humano do país, apenas, o aumento da arrecadação de impostos, a qualquer custo social e ambiental. O desenvolvimento, certamente, implica na gestão criteriosa do território, mediante planejamento adequado, e a Ferrovia Leste-Oeste e o Porto Sul, por si só, não respondem a essas questões. Quem deve responde-las somos nós, a sociedade regional.
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Os impactos sócio-ambientais do PAC tem gerado vários nichos de resistência, notadamente, a greve de fome do Bispo Luiz Cappio contra a transposição do Rio São Francisco, os protestos do Movimento dos Atingidos por Barragens e a resistência pública das organizações ambientalistas.
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A questão ambiental é a mais conflitante, tendo a Conservation Internacional, alertado o governo e a sociedade, que o PAC atingirá metade das Unidades de Conservação do país. No Sul da Bahia, região estratégica para a Mata Atlântica, o embate promete ser intenso, mas aguardamos um diálogo transparente e democrático, sobretudo, atento aos pressupostos da política nacional de meio ambiente, para chegarmos aos melhores resultados nesse processo de construção do modelo de desenvolvimento.
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GASODUTO
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O Transporte Dutoviário de Gás Natural Gasoduto chamado de Nordestão é um projeto da Petrobrás que parte de Cabiúnas (RJ), cortando todo o Sul da Bahia, em direção a Catu, no Recôncavo Baiano, interligando as regiões Sudeste e Nordeste. Tem como vantagens, gás não poluente e mais barato na cozinha dos sul baianos, e permitirá a substituição de combustíveis poluentes nos automóveis e sobretudo a expansão de nosso parque industrial.
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O Nordestão pretende cortar as Áreas de Proteção Ambiental do Rio Almada e Lagoa Encantada, a APA de Boipeba e a APA de Camamú. Até o momento, muito pouco tem sido divulgado sobre o projeto, seus impactos e as contrapartidas que poderão ocorrer para garantir a segurança ambiental nessa região e minimizar os impactos ambientais sobre as Unidades de Conservação.

Petrobrás confirma Gasoduto em Itabuna

FERROVIA LESTE-OESTE

Apesar de estar, aparentemente projetada para ser construída em nossos quintais e fazendas, não é fácil encontrar as informações sobre a Ferrovia Leste-Oeste. Procuramos e encontramos as primeiras informações na outra ponta, do outro lado do Brasil, onde a ferrovia começa, em Vilhena, Roraima, e também no Site da Empresa Vallec Engenharia, responsável pela Norte -Sul e também pela Leste-Oeste, cujas obras estão previstas para acontecerem em 2009.

Trata-se de uma grande Ferrovia que ligará todo o Brasil, começando na cidade de Vilhena, em Roraima, estendendo-se por 3.2 mil quilomentros até alcançar o oceano atlântico. Custará cerca de nove bilhões de reais, sendo que metade dos recursos serão levantados pelo próprio sistema de concessões da ferrovia. Terá por finalidade principal o menor custo e maior agilidade para a exportação de grãos e minérios.

Entre os críticos da Ferrovia Leste-Oeste encontramos, no Blog Êlúsion pédion, a reportagem "Ferrovia Leste-Oeste aprofundará subordinação e destruição ambiental", por Marcos Arruda.

PORTO SUL

O Porto Sul, segundo as informações preliminares, está projetado para ser construído na Ponta do Ramo em Ilhéus, sobre uma Zona de Interesse Turístico e de Proteção Integral da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Encantada e Rio Almada. Esse é o ponto mais delicado do projeto do Pac do Sul da Bahia e deverá encontrar em sua rota de diálogo, muitas perguntas a serem respondidas.

Especialmente, os setores relacionados ao turismo e a proteção ambiental deverão representar as maiores oposições ao projeto, por haver contradições com a política estadual que prioriza a conservação e o turismo sustentável como política de desenvolvimento regional, na então denominada Costa do Cacau. E sobretudo, porque, esta mesma política, após a construção da Estrada Ilhéus–Itacaré, já atraiu, em dez anos, cerca de dois bilhões de investimentos em turismo associados à conservação ambiental.

domingo, março 16, 2008

Animais Silvestres de Estimação

Animal de Estimação Legalizado pode significar Animal Silvestre Protegido.

Criar pássaros requer responsabilidade

Fotos da Associação Pró-Vida Silvestre
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O Ibama disponibilizou a Lista prévia das espécies da fauna silvestre nativa que serão permitidas para a criação e comercialização como animais de estimação, abrindo até 06 de abril, uma Consulta Pública das espécies a serem incluídas ou excluídas devidamente justificadas com base nos critérios estabelecidos pela Resolução Conama 394/2007.

As variantes científicas a serem levados em consideração são muitas, e vão desde a ameaça às espécies e ao ecossistema à problemas com zoonoses. Por isto, a lista pode ser considerada, altamente restritiva, incluindo apenas três espécies da Classe dos Répteis (Iguana, Lagarto-preguiça, Papa-vento) e cerca de 51 espécies da Classe das Aves. Nada de cobras, macacos ou tartarugas, dos animais Brasileiros, apenas estes, podem ser criados de forma legalizada, e desde que nascidos em cativeiro de criadouros registrados no Ibama.

O Papagaio verdadeiro, talvez seja o maior símbolo cultural da ave de estimação no Brasil. Um hábito que deu suporte à captura ilegal e a um tráfico milionário e sem fronteiras. Como as aves criadas em cativeiro, não se adaptam novamente à natureza, e o Ibama resiste em tornar fiel depositário, criadores antigos, milhares dessas aves permanecem na ilegalidade ou abarrotam zoológicos, que não têm estrutura para atender à demanda. Espera-se que a criação em cativeiro, estimule futuros criadores a adquirir legalmente essas aves, pondo fim ao ciclo predatório.
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Estão na Lista Previa, velhos conhecidos sul baianos, como Cardeal (Paroaria coronata), Canário- da-Terra (Sicalis flaveola), Curío (Sporophila angolensis), Papa-capim (Sporophila caerulescens), Bicudo (Sporophila maximiliani), Coleiro-baiano (Sporophila nigricollis) e o periquito Jandaia (Aratinga solstitialis). Os criadores interessados podem, inclusive, comercializar seu plantel, mas a captura na natureza continua proibida.

Pássaros criados em cativeiro têm dificuldade de readaptação. Criadores precisam adquirir os pássaros legalmente e obter informações sobre o forma correta de criar e cuidar. Não é permitido a captura de animais de natureza, sem autorização do Ibama.

O sul da Bahia, pela sua diversidade de aves e fotores culturais, é uma das áreas de maior captura e criação clandestina de pássaros de todo o bioma da Mata Atlântica. Aqui, a resistência da comunidade e a grande quantidade de pássaros em cativeiro requer uma abordagem adequada com maior ênfase na educação ambiental. Durante a Operação Descobrimento (1998-2000), o Ibama apreendeu centenas de aves, muitas delas, espécies ameaçadas, mantidas em cativeiro ilegalmente. As aves foram reunidas no Núcleo de Triagem da Associação Pró-Vida Silvestre, que reuniu dados inéditos sobre a captura ilegal de aves nessa região (aguarde publicação.)

sul da Bahia tem muitas aves ameaçadascriação de animais requer responsabilidade

O Ibama e demais órgãos ambientais têm dificuldade de controlar a captura, comercialização e criação de aves em cativeiro, devido aos fatores culturais envolvidos. Nem um exército de fiscais será suficiente para mudar esse quadro, sem um amplo processo de educação ambiental.
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aves de estimação são oriundas de criadouros aprovados pelo Ibamapássaros ameaçados são capturados fora do controle oficial
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Jandaia-de-testa-vermelha e o Tucano do Bico Branco, estão entre as espécies capturadas ilegalmente no sul da Bahia, segundo pesquisa da Associação Pró-Vida Silvestre.
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Há quem defenda a Lista Zero, como o Rogério Rocco do Ibama-RJ, por considerar que a criação de aves em cativeiro no Brasil é uma atividade fora de controle. Certamente, a vida em liberdade, é o que as aves precisam, especialmente, os grandes voadores que são os psitacídeos, como as espécies de araras, papagaios, jandaias e periquitos, que estão autorizados para sobreviver em cativeiro.

anmais ameaçados ainda são capturados

Para os sul baianos, especialmente, da região cacaueira, o Pintor Verdadeiro, que chamamos de Sete Cores, parece um pássaro comum, tendo sido incessantemente capturado em "Visgueiras de Jaca" e vistos abarrotando pequenos alçapões nas feiras livres. Mas apesar dessa percepção errônea, trata-se de um pássaro ameaçado de extinção e que precisa dessa região para ser conservado na natureza.

Informações sobre como criar e onde comprar?

Sítio Castaneda * Mediabirds * Pet Friends * Fazenda Visconde

sábado, março 08, 2008

Marcus Paiva: Missão Cumprida


Fazer política é o meio que temos de melhorar nossas vidas, o nosso dia a dia. É a forma que temos de lutar por justiça, principalmente, em favor dos menores e mais fracos. Não há como fugir dela e precisamos de homens fortes e guerreiros natos para encarar os seus desafios.


Aqui em Ilhéus, nos despedimos hoje de um político diferenciado. Um homem direito e fazedor de amigos, e que, em consequencia disto, e não o contrário, tornou-se um parlamentar, representante de nossa cidade e de nossa gente. Um amigo de muitos, e de tão diferentes pessoas, pobres ou ricas, que lhe permitiram naturalmente, a eleição e reeleição para a Câmara de Vereadores, onde protagonizou e alicerçou a luta contra o pior mal da política brasileira: o uso indevido de recursos públicos.

Marcus Paiva

Marcus Paiva foi um lutador de posições firmes, e um irmão, que deu o exemplo do bem. Foi um cursilhista Decolores, um grande amante de nosso futebol e um exemplo de jovem que soube viver a vida, confraternizando, sempre próximo da saúde, do esporte e longe das drogas, do alcoolismo e da desonestidade, que tantas vidas tem desencaminhado.

A prova que Marcus Paiva foi e continuará sendo, um amigo de todos nós, foi sentida em sua despedida para o seu mandato eterno e definitivo, num velório que reuniu centenas de pessoas de todas as classes sociais, credos e tendências políticas. Eram os seus amigos sinceros, que foram ali espontaneamente, transformar a dor de sua súbita partida em uma saudade fraterna, de amigos verdadeiros e eternos.
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Confira mais sobre Marcus Paiva:
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No Site R2C Press: Homenagens e muitos depoimentos:
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Reveja a atuação do Marcus Vereador:
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Rio de Contas

Nesta sexta-feira, uma reunião em Jequié discutiu a implantação de um Conselho Gestor para o Rio de Contas, um dos rios mais importantes do que chamamos Bacias do Leste, conjunto de bacias hidrográficas do sul da Bahia. Achamos este, um momento oportuno para darmos início ao Painel do Rio de Contas.
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O Rio das Contas nasce na Serra das Almas, no município Rio de Contas, na Chapada Diamantina, com o nome de Rio Brumado e corre por 620 km,m passando pelos municípios de Dom Basílio, Sussuarana, Jequié, Jitaúna, Ipiaú, Barra do Rocha, Ubatã, Ubaitaba e Aurelino Leal, até chegar em Itacaré, onde desagua na Praia das Conchas. São sub-bacias desse rio, os afluentes Alto Rio de Contas, Rio Brumado, Rio do Antônio, Rio Gavião, Rio Sincorá, Rio do Gentio, Baixo Rio de Contas e Rio Gonguji. Em seu percurso, serve ao abastecimento humano, irrigação e geração de energia.
Painel Ambiental do Rio de Contas
Em Itacaré, o Rio de Contas é o rio do Haffting e do Ecoturismo.

Como sabemos, a gestão das Bacias Hidrográficas são um dos mais importantes sistemas para orientar o desenvolvimento de uma região. Considerados sagrados pelos índios, os rios brasileiros tem sido alvo de degradação histórica, e não haverá desenvolvimento sócio-ambiental nesse país enquanto os rios não forem alvo de ações concretas de recuperação ambiental, enquanto não mudarmos essa história.

Em Jequié, o Rio de Contas forma a usina hidrelétrica Barragem de Pedra, que gera energia para vários municípios. Saiba mais no Blog de Ieda Sampaio.
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A recuperação ambiental de qualquer rio, como os da Bacia do Leste (Almada, Cachoeira e o rio de Contas), que são os principais desse território, está intrinsecamente relacionados com a melhoria da qualidade de vida da população. Isto ocorre, por vários motivos; e o primeiro deles está na necessidade de despoluir suas águas, realizando obras de saneamento básico em todos os municípios que essas bacias hidrográficas abrangem.
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Uma segunda ação fundamental está no combate ao desmatamento, para que se inicie o reflorestamento de suas matas ciliares, áreas de nascente, aumentando assim, o controle das inundações e promovendo uma melhor conservação dos estoques de água doce, bem estratégico, sem o qual, não haverá desenvolvimento duradouro.
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Proteger e recuperar os rios, significa ainda, planejar o uso e ocupação do solo, evitando a ocupação desordenada em suas áreas naturais de inundação, evitando-se assim, a tragédia das enchentes, como têm ocorrido em vários estados do Brasil, e que já mata pessoas dentro de carros, ônibus ou em suas casas, como ocorreu essa semana, em Belo Horizonte, com o afogamento de duas crianças, que morreram em suas casas.

Parque Estadual da Serra do Condurú

O Parque Estadual da Serra do Condurú, assim como a Reserva Ecológica Cachoeira do Pau (Ibirapitanga), a APA da Serra do Barbado e as RPPN´s Fazenda Kaybí (Ubaíra) e Patrimônio Natural (Itacaré) são Unidades de Conservação que enconstram-se na Bacia Hidrográfica do Rio de Contas..

Esse processo de recuperação, depende de uma mobilização política dos vários municípios que abraçam esses rios, envolvendo todos os seus usuários, como fora proposto no projeto da Universidade Estadual de Santa Cruz para o rio Cachoeira e está sendo desenvolvido pela Associação Pró-Bacia do Rio Almada, no âmbito do rio Almada. Agora, chegou a vez do rio de Contas unir prefeituras e comunidades para a formação de um conselho gestor. .

Estamos atentos para que as propostas dos Conselhos Gestores tornem-se ações efetivas com a maior urgência possível, pois trata-se da melhoria das condições básicas de sobrevivência de milhões de pessoas, especialmente dos mais pobres. Até o momento não vimos isto acontecer, e municípios como Itabuna continuam poluindo e sofrendo com o rio Cachoeira, ou Itajuípe e Coaraci, com seu rio Almada. Este é, pois, um item fundamental de um Plano de Aceleração do Crescimento - PAC, no sul da Bahia.
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Mais Informações sobre o Rio de Contas:
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Bacia Hidrográfica - Dados Técnicos
Debate sobre Plano de Ação