segunda-feira, dezembro 31, 2007

FEEDBACK - Ponte Ilhéus Pontal

Finalmente, a reforma

Para uma cidade e um projeto de região metropolitana com várias grandes obras necessárias e estratégicas, a muito relegadas, como o Anel Rodoviário, a Duplicação da Br 415 ou a reconstrução da Orla de Ilhéus, dentre outras, a reforma da Ponte Ilhéus-Pontal não chega a ser uma grande noticia, mas nos conforta e anima.

Os problemas da velha ponte de quarenta anos chegou no limite. Esse foi um assunto que uniu a comunidade, jornalistas, membros do executivo e legislativo municipal e estadual, e que finalmente será resolvido em 2008. As obras estão previstas para o segundo semestre, com previsão de ficar pronta em seis meses. Custará R$ 1.038.000,00 e será realizada pela AMS Engenharia e Serviços Ltda.


Além de sua reforma estrutural, e quem quiser conferir seu estado de conservação na reportagem fotográfica da R2cPress, gostaríamos de fazer duas ressalvas. A primeira, refere-se ao estudo da construção de uma passagem decente para pedestres, com um muro de proteção mais seguro; um passeio que humanize a ponte, pois o atual assusta até quem não tem fobia de altura. Isto certamente está previsto e será realizado.

Ponte Hercílio Luz em imagem noturna (Florianópolis)

A segunda, refere-se ao fato de que construções e reformas de pontes são grandes oportunidades de trabalhar a paisagem de uma cidade. Pontes bem desenhadas e decoradas, são marcos em cidades do Brasil e pelo mundo a fora. Portanto, esperamos que essa obra cuide também da reforma visual, lhe dando a roupagem nova que os recursos variados da arquitetura e do urbanismo moderno oferecem, incluindo a escolha de posteamento, iluminação, pintura da estrutura, tipo de calçamentos, sinalização, etc.

sábado, dezembro 29, 2007

FEEDBACK - Sobre o Obelisco

PLACA DO OBELISCO LIMPA


A degradação da placa histórica do Obelisco de Ilhéus, como noticiado pelo Acorda Meu Povo foi resolvida com a limpeza do borrão de cimento e remoção da pichação.
Assim, o monumento histórico de 1927, volta a cumprir seu papel de Obelisco (do latim obeliscus), que significa monumento comemorativo; e continuar nos honrando com o seu significado histórico e memorial, homenageando os grandes hérois da independência da Bahia.

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Painel do rio Cachoeira

O rio Cachoeira é um rio poderoso, tem uma grande bacia de captação e está sempre mostrando a sua força. Enchentes foram registradas ao longo de sua história e datam desde 1914; depois em 1920,1947,1964,1965 e 1967, considerada a grande enchente.
Enchente surpreende ano a ano

Sabemos que os desmatamentos das últimas duas décadas diminuiu muito a retenção de água pelo solo; o rio trás muito barro da erosão em seu leito e tem provocado cheias e inundações cada vez mais intensas. O Cachoeira enche acima de dois metros do seu nível todos os anos com as chuvas de verão e nos últimos anos vem anunciando a possibilidade de atingir níveis maiores. Dessa vez, bastaram três dias de chuva em sua bacia para o registro da maior cheia em mais de uma década.

Quem sofre com isso são as comunidades situadas em áreas de risco. Diante do irremediável, moradores acompanham passivos as cheias, monitorando o nível do rio ou se perguntando: o que virá daqui por diante?

Comunidade em Área de Risco no Banco da Vitória:

Observação e Silêncio

Bacia Hidrográfica

Quando falamos do rio Cachoeira estamos falando de uma das principais referências da região cacaueira, e de um tema estratégico da gestão ambiental regional. Esse grande rio percorre 300 quilômetros entre a serra de Itacara em Vitória da Conquista até desaguar no oceano, em Ilhéus. No seu trajeto, Itambé, Itajú do Colônia como rio Colônia, onde recebe as águas do salgado, seu maior afluente; segue por Ibicaraí, Floresta Azul, Firmino Alves, Itororó e Santa Cruz da Vitória; pouco acima de Itapé, recebe o nome de rio Cachoeira.

Além do Salgado, muitos afluentes, como "Piabanha", "Catolé", "Duas Barras", "Sucuriuba", "Ponte", "Sapucaia", "Areia", "Primavera", "Jacarandá". Antes de desenbocar no mar, une-se aos rios "Santana” e “Fundão. Em todo seu percurso, muitos pequenos riachos formados nas fazendas de cacau, também contribuem com seu fluxo hídrico.

Símbolo Regional da luta por SANEAMENTO

As ocupações irregulares em áreas de risco é apenas um dos problemas do nosso velho Cachoeira. Entre todas as questões que devem ser discutidas no Painel do Cachoeira, certamente, o reflorestamento de matas ciliares e o saneamento ambiental são os mais relevantes.

Quem mais mobilizou e fez pelo Cachoeira foi o Programa de Recuperação da Bacia do Rio Cachoeira da Universidade Estadual de Santa Cruz, conduzido por Maria Luzia de Mello Torres. O programa mobilizou comitês nos municípios e viabilizou algumas ações concretas de reflorestamento, saneamento e educação ambiental. Por isto, inclusive, a professora Maria Luzia recebeu o Prêmio Cláudia 2007.

É o rio mais castigado por esgotos e depósitos irregulares de lixo urbano no trecho do sul da Bahia. O projeto do Cachoeira com águas despoluídas e melhor fluxo hídrico durante todo o ano, depende de obras de saneamento ambiental e reflorestamento nos municípios de sua bacia hidrográfica. Em outras palavras, as ações para o rio Cachoeira despoluído, com seus “pitus”, passa pela melhoria da qualidade de vida de milhares de pessoas.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Obelisco


“Ilhéus ganha de volta seu mirante e obelisco construídos por Mário Pessoa em 1927, em homenagem aos heróis da Independência da Bahia. Eles foram recuperados pela prefeitura atendendo pedido do Instituto Histórico e Geográfico e da Associação Comercial de Ilhéus.”
* 13 DE JULHO DE 2007

Moradores e visitantes, todos ficamos felizes com essa notícia. É um belo mirante, o único decentemente murado, numa cidade de tantas vistas extraordinárias. Obra de Mário Pessoa, um prefeito que deixou marcas de amor pela cidade.
Observei na placa comemorativa histórica, o nome do prefeito que fez a reforma, questionei se havia essa necessidade. Uns meses se passaram e colocaram cimento no nome, e, confesso, achei essa surpresa mais desagradável ainda.

Dias depois, uma pichação nas placas históricas, consolidaram a depredação e o desrespeito. Fosse ou não de direito ou bom gosto colocar o nome do prefeito num monumento histórico tão antigo, ainda que nomes de prefeitos estejam por toda parte, um monumento tão importante não deveria ser alvo de represálias. Ilhéus não têm dono e tudo deve ser feito dentro da lei e do bom senso. Agora, é dar conhecimento dessas coisas ao prefeito e, consertar, limpar, correr atrás do prejuízo.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Lixo nos ambientes naturais

Nesse final de ano um presente Ilhéus já ganhou: conseguiu voltar a normalidade e sair de uma das piores crises dos serviço público de limpeza urbana da cidade, causada por problemas políticos envolvendo a administração. E não tem nada pior do que uma cidade suja.

Contudo, nosso painel sobre o lixo ou os resíduos sólidos tem várias questões a explorar. Essas questões envolvem desde a falta de participação da população, problemas na coleta, falta de lixeiras e a disposição irregular de lixo nas ruas, a mistura de materiais recicláveis e certamente, a poluição dos ambientes naturais, rios, mar, praias e manguezais.










A cheia do rio Cachoeira percebemos uma quantidade e variedade de materiais que são lançados no rio, e ficamos imaginando que o roteiro de suas águas deveria servir de referência para um programa de Educação Ambiental, voltado para a mudança de comportamento e hábitos em toda essa região.

Mobiliário, brinquedos, todo tipo de embalagem plástica, muito isopor, de "um tudo" as águas do rio trazem para a praia. Não fosse o mar que consegue expurgar quase tudo que bóia para fora de si, estaríamos provocando sérios danos ao nosso litoral. Litoral esse, que abriga o maior banco de corais do atlântico sul e é habitat da baleia Jubarte, um dos mais belos mamíferos da terra.


Resíduos de alguns materiais como o isopor, caso entrem na corrente marítima podem causar a morte de peixes, botos, tartarugas, inclusive de baleias, por ingestão.


quarta-feira, dezembro 05, 2007

Painel do Almada

O Almada é prata da casa. Sua proteção depende da conservação do sistema agroflorestal do cacau e da paisagem sul baiana. O rio tem seu curso inteiro na região cacaueira e é uma referência cultural importante. Nasce e abraça Almadina e segue beneficiando milhares de pessoas por Coaraci, Ibicaraí, Itabuna, Itajuípe, Barro Preto, Lomanto Junior e Uruçuca, até se ligar a Lagoa Encantada e desaguar na enseada da Barra, em Ilhéus.
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É mais saudável e tem menos problemas do que o rio Cachoeira, mas sofre principalmente com o desmatamento e com os despejos líquidos urbanos. Em Coaraci o rio Almada registra a pior qualidade de sua água.
Desde 2003 (Decreto Estadual N.º 8.650 de 22/09/2003) tornou-se uma unidade de conservação estadual com o decreto de ampliação da Área de Proteção Ambiental da Lagoa Encantada (Decreto Estadual N.º 2.217, de 14/07/93), que tem como gestor o Estado, através da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH). Uma parceria com a Associação Brasileira de Apoio aos Recursos ambientais (ABARÁ), viabilizou a criação de seu Conselho Gestor com participação dos mais diversos setores da sociedade.

FOTOS EXCLUSIVAS PARA ACORDA MEU POVO

Parceria com BABY FOTO DE COARACI

Ruas de Coaraci inundadas

Há muitos anos os moradores de Coaraci não vêem um cheia do Almada tão intensa. O rio, que agoniza com poluição e baixo potencial hídrico nesse trecho, sobe de nível subtamente após dez dias de chuva em suas cabeçeiras.

Almada acima do nível mais de três metros

Sr. Nepó Passos e família

"nunca a água tinha chegado no meu quintal como dessa vez".

sábado, dezembro 01, 2007

Nossas Chuvas de Verão

O clima do sul da Bahia é um quente e úmido amazónico, com chuvas abundantes. Em Ilhéus chega a 2000 mm por ano. É uma grande marca.

As frentes frias passam por aqui o ano inteiro e fazem chover sempre, mas é no verão que os índices pluviométricos aumentam muito e nossos rios mostram sua grandeza. As chuvas aqui chegam muito mais amenas que no sul e sudeste e provocam menos danos. Dessa vez a frente fria fez chover desde o dia 21 de Novembro a 2 de Dezembro, provocando cheias nos rios Cachoeira, Salgado, Contas e sobretudo na região da bacia do rio Almada, que teve seu pico de cheia em mais de uma década.
Chuvas de verãoO rio Almada (foto abaixo e acima em Coaraci), que está a mais de três metros acima do nível normal. As comunidades ribeirinhas de Ibicaraí (rio Salgado) e Almadina (rio Almada) são as mais afetadas pelas cheias. Esses rios agonizam nos períodos de maior estiagem e ressurgem no verão em grandes cheias. Acorda meu povo vai monitorar esses rios, recapitulando seus principais problemas, os programas existentes e o que podemos esperar.
Como já sabemos, as prefeituras de Ilhéus e Itacaré precisam organizar seu batalhão para a limpeza das praias, após a secagem natural das baronesas, especialmente da Avenida Soáres Lópes, que recebem toneladas de "baronesas", lixo e entulhos.
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Chuvas de verão

As "baronesas" chegam às praias, mas quem são elas?

Chuvas de verão

Eichornia crassipes

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O que no sul da Bahia chamamos popularmente de baronesas, ou aguapé, tem o nome científico de Eichornia crassipes. É uma planta da bacia amazônica que se espalhou pelas regiões tropicais e subtropicais de todo o mundo. Costumam se multiplicar em rios de água parada e nas cheias do verão se movem com as correntes de água e o vento e vão parar nas praias.

Como o rio Cachoeira agoniza em alguns trechos, essa planta se multiplica e forma tapetes intermináveis à superfície da água entre Itabuna e Ilhéus. Mas apesar de ajudarem no tratamento de efluentes, purificando as águas, causam prejuízo ao ecossistema desses rios por causa do efeito sombra, alterando as características físico-químicas da água, e ameaçando as espécies locais.
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Existem alternativas defendidas pelos ambientalistas para controlar essa praga como usar os subprodutos dessa vegetação tais como: composto orgânico, ração para gado, produção de carvão vegetal, de gás metano, de celulose, etc, mas que até o momento não se mostraram economicamente viáveis, pela dificuldade de coleta, que necessitaria de gruas com pás colhedoras e por essa vegetação conter grandes quantidades de água.

Chuvas de verão

Esperamos então um rio Cachoeira e Almada mais saudável como forma de evitar a proliferação das baronesas - Eichornia crassipes, e no futuro reduzirmos os transtornos que elas têm causado. Quanto ao lixo, vamos ter que trabalhar bastante os sistemas de coleta e reciclagem, e educação ambiental para mudar esse hábito irracional de jogar lixo nos rios.

quarta-feira, novembro 28, 2007

Morro de Pernambuco: Esclarecimentos

Os proprietários do Morro de Pernambuco fizeram uma série de esclarecimentos sobre as notícias veiculadas no Acorda Meu Povo recentemente. Assim, este editor, utilizando-se dessa extraordinária ferramenta (BLOG) de comunicação, gratuita, interativa e democrática, reconhece o dever de respeitar sempre não só os nossos direitos e opinião, mas o direito e opinião de todos. Segundo eles nos informaram, a área passou por um processo judicial já resolvido e que medidas de proteção e conservação já estão sendo adotadas, evitando-se sua invasão e depredação. Eles afirmaram que “Providências estão sendo tomadas, no que tange à sua conservação e melhoria nos aspectos que forem necessários”, e que pretendem “mantê-lo como um dos pontos mais belos do sul do Estado”, e complementam que “apesar de se tratar de uma propriedade particular, adquirida e mantida por vias legais, temos plena consciência do que ele representa para a costa cacaueira”.
No dia 22 último fui convidado a participar de uma vistoria e de uma reunião conduzida pelo Sr. Marcos Badaró com a Associação de Moradores do Bairro Nova Brasília, onde ele propôs a realização de parcerias com a comunidade para garantir maior segurança no local, conservar o morro e desenvolver atividades de turismo capacitando e utilizando mão de obra da comunidade local.


M.Badaró destacou a necessidade de integração com o poder público para revitalizar toda a área que envolve a Maramata, o Bairro Nova Brasília e o Morro de Pernambuco, melhorando a segurança, a iluminação e promovendo atividades culturais no local. O apoio da prefeitura para a realização de eventos culturais e de lazer nas praças da Maramata e utilizando o Palanque ali existente, também foi umas dos temas principais da reunião.
M.Badaró destacou que um trabalho em conjunto com as secretarias de educação, turismo e Maramata pode viabilizar a formação de guias mirins e a criação de um Núcleo de Artesanato no local. Segundo ele, “é preciso pensar em dar oportunidades de crescimento pessoal aos moradores da Nova Brasília formada por pessoas tradicionais e humildes, em especial, oferecer oportunidades às crianças e adolescentes”.

segunda-feira, novembro 26, 2007

A Ponte Ilhéus-Pontal é segura?

ALERTA!



" Acorda Meu Povo lamenta a tragédia evitável ocorrida ontem, dia 25 de novembro de 2007 na Fonte Nova. Manifestamos pesar pelo óbvio e negligente acontecimento, diante do evidente comparecimento da grande torcida do Esporte Clube Bahia, num de seus momentos de glória. Feriu nossa dignidade, quando o abandono de pessoas como qualquer um de nós, tiveram o fim da vida numa partida de futebol."

Diante desse estado de coisas, perguntamos:

A Ponte Ilhéus-Pontal é segura ?


Quando somos surpreendidos com uma tragédia como a da Fonte Nova, primeiramente sofremos pelas vitimas e nos solidarizamos com os familiares e então pensamos, porque aconteceu?

Essa tragédia me remete a questão da manutenção precária de obras antigas como a Fonte Nova, inaugurada em 1951, e também da ponte Ilhéus-Pontal, de 1966. Sobre a real situação da ponte Ilhéus-Pontal fui buscar informação nos sites dos jornalistas Roberto Rabat - RC2#Press.

Roberto Rabat, noticiou diversas vezes que existem uma série de problemas na ponte:

“desobstruir os drenos para escoamento das águas pluviais, taparem os buracos da calçada e pista, consertarem os corrimões reporem os quatro postes de iluminação, arrancarem os arbustivos das laterais, desentupir o “bueiro” do lado do centro,etc”. No site você pode ver as fotos.

O jornalista Vila Nova também noticiou: "Deve-se ressaltar que é uma grande obra, representação dos tempos áureos do cacau, porém ninguém sabe qual é a real situação da infra -estrutura”. O descaso é visível, o parapeito do lado esquerdo sentido centro-pontal está quebrado, além de balançar quando existe muito movimento. Vila Nova acrescentou ainda, que é indiscutível que a obra foi bem feita pois se passaram tantos anos sem nenhuma manutenção, porém não tem obra bem feita se não existir manutenção, “está na hora de ver o estado físico da ponte, de ter um acompanhamento técnico, para a segurança da população”.

Tragédias muitas vezes são anunciadas, quando ocorrem por um estado de incompetência, envolvendo negligência dos órgãos competentes e passividade da sociedade como um todo.. Agora é provável a demolição da Fonte Nova e construção de um grande estádio a favor da imagem da Copa 2014 e como forma de recuperar a Bahia e o Brasil do impacto desta triste tragédia. Só agora!

A Ilhéus – Pontal pode como atestou as autoridades regionais competentes não oferece riscos de desabamento e eu ainda confio, mas sabemos que já apresenta muitos problemas, oferece risco ao pedestre e aos veículos, tem buracos na pista e corrimões quebrados, está quase sem iluminação e é bastante insegura, sobretudo em caso de colisões. Todo final de ano ela é colocada a prova e diante do grande e crescente tráfego,eu, particularmente, me sinto apreensivo.

A Lei diz que uma obra após vinte anos tem de ter manutenção. A reforma ou construção de uma ponte nova no mesmo local não pode sair da pauta.



Pontes caem! Relembrando, em maio 2005 caiu na Régis Bittencourt (BR-116), que liga Paraná a São Paulo - um caminhoneiro morto; em agosto de 2007, sete morreram com a queda da ponte sobre o rio Mississipe, em Minneapolis, nos Estados Unidos; em 01 de setembro desse ano outra ponte desaba em Karachi, no Paquistão, deixando seis mortos e na China, em Hunan, mais de cinquenta mortos no desabamento de uma ponte em construção

Ora, a questão de pontes em Ilhéus é séria. Não dá hoje pra sonhar com novas grandes obras em Ilhéus sem a manutenção da ponte Ilhéus-Pontal. O problema é de manutenção, é de readequação dessa ponte aos novos tempos de tráfego intenso. E não só ela, a Passarela da Barra – São Miguel também tem problemas e a Ponte do Fundão, como sei, e segundo comentário de Roberto Rabat “é com enorme indignação que todos os dias tráfego pela "ponte do fundão" e testemunho a situação se agravar a cada dia sem que o ... de incompetência. Será necessário acontecer um acidente em grande proporção...”.

A solução para a ponte Ilhéus-Pontal depende também de outras ações como a construção do anel rodoviário, uma obra estratégica para Ilhéus, já que esta ponte canaliza todo o tráfego para o litoral sul de Ilhéus. Mas a questão urgente é decidir o que deve ser feito com a Ponte Ilhéus-Pontal hoje e não esquecer que a ponte do Fundão e a Passarela Barra-São Miguel também não podem sair da pauta. Estamos atentos e preocupados.

terça-feira, outubro 30, 2007

Morro de Pernambuco - queimada e abandono

Abandonado a própria sorte, o morro está em más condições de conservação e a comunidade acessa inadequadamente um dos equipamentos de lazer e turismo mais significativos de Ilhéus.
O Morro de Pernambuco é um patrimônio ambiental importante para a cidade. Faz parte de nossa paisagem de forma intrísseca e oferece praia de excelente balneabilidade, uma vista espetacular, um ambiente tropical típico e muito mais. Um dia desses cheguei ao farol, em ruinas, pela primeira vez e pude ver a bela vista do mar azul, o porto e a cidade. Fico devendo as fotos mas, sem egoismo, não tinha como não pensar, quando que os milhares de turistas que desembarcam nesse porto vão poder chegar aqui e participar disto.

Uma das bandeiras da Maramata mais importantes foi a defesa da integração do Morro de Pernambuco ao patrimônio público da cidade e a promoção do seu tombamento para fins de proteção paisagística e ambiental. Mas confirma o bom senso que a ideia de um empreendimento particular nessa área, pelo menos os de caráter restritivo como hoteis e resorts de luxo, não seria o melhor caminho para o futuro de Ilhéus enquanto cidade turística.


No morro hoje circulam muitos carros sem nenhum critério, invasão ou não, muitos são os que procuram os seus recursos de lazer.


Nesses dias de outubro nos chamou atenção uma queimada criminosa. Há vários anos observo as queimadas sem controle no morro e é preciso prestar atenção nisto com urgência. Dessa vez , e as fotos são da mesma data dessa postagem, uma queimada em toda a área de coqueiral avançando sobre a vegetação natural. Uma queimada criminosa e uma constatação: o morro está pedindo a nossa atenção.

O que se espera num Plano Diretor e nos Programas de Governo dos próximos anos é resgatar o Morro para Ilhéus como um investimento necessário, estratégico para o bem estar da comunidade e para a forte economia do tuirismo. A busca de um acordo com os proprietários e dos recursos financeiros envolvidos não pode se tornar uma barreira intransponível por muito mais tempo.



Uma vez resgatado, aí poderá estar um grande aporte a atividade da Maramata, enquanto entidade ambientalista promotora dos valores ambientais, históricos e culturais de nosso povo e lugar.







quarta-feira, outubro 24, 2007

O Porto Internacional do Malhado


Ilhéus perdeu sua orla central por causa do porto e até hoje não temos um projeto para a sua recuperação. Precisamos buscar reparação e apoio da União para reurbanizar nossa orla, e isto é uma questão de dignidade para os Ilheenses. O Porto Internacional do Malhado, o primeiro construído em mar aberto no Brasil, motivado pelo escoamento de grãos de cacau para todo o mundo, 36 anos depois de sua inauguração em 1971, tornou-se uma fonte de interrogações e dúvidas. Também representa o marco entre nosso passado e futuro enquanto cidade, e é o símbolo principal da mudança de paradigma de desenvolvimento da "era cacau" e "pós-cacau".
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A Praia do Pontal antes dos impactos que mudaram a paisagem de Ilhéus. Do Acervo de Jorge Harley.

Apesar da transformação completa da orla da histórica cidade de Ilhéus, e de termos sido criados achando que piche é da natureza, os graves danos ambientais causados pela construção e atividade do Porto de Ilhéus, não são avaliados e interpretados corretamente pelo município, que não recorre a União e ao Estado para sua minimização e reurbanização da orla da cidade.


É particularmente imoral, novas obras de ampliação (foto acima), sem uma solução para a comunidade do bairro vizinho São Miguel, que assiste a invasão do mar. Esta grande obra já transfigurou e continua impactando nosso ambiente e paisagem, extinguindo praias, assoreando as duas baias e criando gigantescos bancos de areia no centro e zona norte de Ilhéus.

O Bairro de São Miguel é vítima antiga do porto, assim como o litoral norte. Nessa vila muitos cidadãos já perderam suas casas, arcando com prejuízos causados pelo Porto. O governo federal e o Estado da Bahia e todos as empresas usuárias do Porto Internacional do Malhado tem responsabilidade legal pelos impactos ambientais que vem sendo causados pelas suas atividades, como determina a legislação ambiental.

É preciso buscar uma compensação ambiental para tantos estragos. A ideia de reparação aos prejuízos causados pelo Porto precisa ser resgatada pelo município e atestada pelo ministério público. Se no final da década de 60 as leis não exigiam estudos de impacto em obras de grande porte, hoje, a legislação protege o cidadão e lhe dá o direito de exigir um meio ambiente equilibrado. E sobretudo, penaliza criminalmente, representantes do governo e empresas, funcionários públicos ou não, pelos atos que degradam o meio ambiente e a qualidade de vida do povo.


IMPACTO AMBIENTAL

Hoje, qualquer obra no porto, tem de passar pelo EIA-RIMA e uma avaliação consistente do seu custo-benefício. Tem ouvir a população como determina a lei, dando respaldo para a clara responsabilização dos seus executores por consequentes impactos e prejuízos a comunidade.


Quem tem interesse no porto tem de ter interesse em Ilhéus e respeito a população local. O porto não pode se sobrepor à integridade do bem comum, e tem que contabilizar os seus lucros, também considerando os custos ambientais. De onde vem os recursos para as obras atuais e outras previstas na sua ampliação, deve vir também os recursos para os estudos ambientais e para a reparação ambiental dos bairros atingidos, como a reconstrução da orla da avenida Soares Lopes, a salvação do São Miguel e a indenização das famílias prejudicados.

Avenida Soares Lopes - Sem projeto

PRIORIDADE ESTRATÉGICA!

A construção do Porto Internacional do Malhado cortou a orla de Ilhéus ao meio, e descaracterizou a geografia da cidade histórica. Uma decisão, um projeto, que, no mínimo, não tornou claro os seus impactos, nem mitigações, e nenhuma satisfação foi dada a sociedade. 

Esse projeto da ditadura militar desconstruiu Ilhéus, e deixou um novo cenário. Hoje temos o Porto Internacional do Malhado e a cidade com problemas seríssimos de viabilidade urbana, e é coisa do passado a belíssima cidade histórica que se debruçava sobre o mar. O que temos agora é pensar como reverter esse passivo ambiental em novas possibilidades de reurbanização criativa da cidade.

O impacto principal é o assoreamento das duas baias (Pontal e Barra), e o acúmulo progressivo de areia na orla central formando, ao longo de trinta anos, um novo terreno. A área nova é maior que o centro da cidade de Ilhéus, e pode remodelar nossa Orla de forma a criar um novo espaço de encontro, lazer, cultura, educação, esporte e negócios.

Só que não existe projeto, e a área nos convida à criatividade, pede para ser aproveitada, a exemplo da Orla de Atalaia, em Aracajú e tantos outros bons exemplos, que transformaram o espaço obsoleto e sem sentido, em marcos da dinamização cultural de uma cidade.


Passeio e ciclovia: Obras inacabadas de uma grande área, sem projeto.
Quem vê essa imensa área, tende imaginar alguma coisa, algum aproveitamento. Nem o Centro de Convenções, nem a nova ponte, deveria ser pensada, sem um projeto global - integral. Um projeto novo precisa contemplar toda as pessoas, e necessidades. Novas pistas, passeios, ciclovias, parques infantis; uma arena para uma grande diversidade de esportes; espaços de comércio alternativo, restaurantes, bares, centros de artesanato e cultura; restauração da autoria de Burle Marx para o parque que existe atualmente; novos parques, jardins, lagos e faixa de proteção de restinga, enfim, muito podemos, e devemos planejar para a nova Orla Central de Ilhéus.

A Orla Central é o nosso Cartão Postal, junto com o Morro de Pernambuco e o Parque Municipal da Boa Esperança. Se formos inteligentes para alavancarmos um projeto para essa área, estaremos recuperando a identidade, e a auto estima para o nosso espaço urbano, acessível, democrático e criativo. 

Vamos deixar para trás o histórico de intervenções pontuais, sem consensos, obras descontinuas, inacabadas, além, é claro, de problemas com o IBAMA. A falta de planejamento provocou a construção de um Centro de Convenções (o IBAMA embargou durante anos) e uma Concha Acústica em bloco, que sugerem o pior tipo de ocupação da área; obras próximas à primeira pista, encobrindo a paisagem litorânea e desconsiderando um projeto global de planejamento para essa área tão nobre.


Outras cidades brasileiras como Aracajú (foto acima e abaixo) aproveitaram suas orlas para alavancar o turismo. A reurbanização da Praia de Atalaia, o que eles chamam de Complexo Orla custou) 11 milhões. Em grande estio o Complexo Orla dessa cidade tem lagos com pedalinhos e fonte luminosa, maior oceanário do nordeste, áreas preservadas de restinga com passarelas sob a vegetação, monumentos, centro cultural, centro de artesanato, lojas , área para mega shows, pista de skate profissional, ciclovia por toda a orla, Kartódromo oficial, pista de Cooper, uma cidade infantil (Mundo Infantil), maior complexo de quadras de tênis do nordeste, etc. Essa obra elegeu o então prefeito da cidade, governador de seu estado, sendo divulgada como a maior área de lazer e esportes radicais em área aberta da América Latina.

Foto de Divulgação da Secretaria de Turismo de Aracajú