sábado, maio 24, 2008

O Debate do Porto Sul

Como temos afirmado, o projeto do complexo PORTO SUL está exigindo de todos os setores da sociedade sul baiana, uma profunda reflexão sobre o significado prático, e não, teórico, do termo desenvolvimento sustentável. Plotado em uma área vocacionada para a proteção ambiental e o turismo, o projeto tornou-se o centro de um debate, que confronta o interesse econômico e o interesse ambiental, e nesta discussão, declarar-se simplesmente favorável ou desfavorável, exige explicações.
.É o desafio do Pac da infra-estrutura, que tem encontrado resistência numa sociedade civil mais organizada e mobilizada, e um nível de conscientização ambiental que não se restringe mais às organizaçoes ambientalistas. Atualmente, obras impactantes, que ameaçam florestas, rios e zonas litorãneas, são questionadas também, por índios, religiosos e movimentos sociais diversos, colocando a necessidade do Brasil melhorar sua perspectiva ambiental através das políticas públicas.
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Complexo Porto Sul: O entrave da Localização !
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Complexo Porto Sul: O que se quer preservar?

________________Veja no Blog Catucadas!



Complexo Porto Sul: O grande temor é olhar para os demais Portos de Minério de Ferro e suas retroáreas !
Porto Sul, um debate sobre desenvolvimento sustentávelUm debate sobre desenvolvimento sustentável
Porto Instantâneo,
pela empresária Maria do Socorro Mendonça
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"Ilhéus pode crescer de outra forma, pode ter indústrias limpas, pode ter atenção por parte do Governo respeitando a sua vocação natural, que é o Turismo. Por que destruir a nossa riqueza maior? Temos que buscar solução e incentivo para o TURISMO, isto sim gerará mão-de-obra para a demanda que temos, a qual não é qualificada. O Porto Sul, será muito bom para Caetité e não para Ilhéus."

A parte que importa no parto do porto,pelo professor Ramayana Vargens.
"O perigo é que existe no ar a promessa de uma fabulosa herança futura (bilhões de dólares advindos da exportação) para quem abrigar o tão polêmico neném. E já começam a surgir oportunistas inescrupulosos que tentam se habilitar como tutores e pais adotivos do porto dos ovos de ouro. Precisamos ficar vigilantes. Não podemos deixar que aproveitadores de ocasião (empresários, políticos ou especuladores que só pensam em seus próprios interesses) assumam a condução de um processo que definirá os destinos de nossos filhos. É preciso mobilizar os diversos segmentos da comunidade para fazer valer nosso legítimo direito de decidir sobre nosso futuro. Que, pelo menos, respeitem nossa justa posição de determinar qual a maternidade onde a criança deve nascer. Não queremos que esse berço seja na Ilhéus – Itacaré. "
Um porto na Contramão.pelo ambientalista Rui Rocha
"Atuando em políticas públicas nesta região desde 1995, vejo esta notícia como um grave equívoco, fruto de estudo incompleto sobre a dinâmica desta região. Em que pese o significado de ferrovias e portos no Brasil, especialmente para ampliar a malha viária e promover o tão almejado desenvolvimento, o que nos preocupa é o impacto que o sistema ferrovia- porto pode causar sobre a economia de turismo e o desenvolvimento desta costa, incluindo um complexo sistema de unidades de conservação em pleno andamento neste trecho da costa baiana."
Novo Milagre nas Terras do Sem Fim
pelo ator Romualdo Lisboa.
"Neste momento estamos vivendo outro choque de grandes perspectivas desenvolvimentistas com o novo complexo portuário anunciado. O discurso é o mesmo de quando vivíamos no período da ditadura militar, diante do propalado Milagre Brasileiro. É certo que estamos aprendendo ainda a viver em democracia, mas vivemos uma democracia. Desde 1973, muita coisa mudou. A participação da sociedade civil organizada é, de fato, um sério regulador, fiscalizador, das ações dos governos. Todos nós, ilheenses ou não, sabemos dos benefícios que o Porto do Malhado trouxe para toda a Bahia, mas também sabemos que mesmo empregando a “mais moderna técnica de engenharia portuária”, não foi possível conter o avanço das águas nos bairros São Miguel e São Domingos, tampouco o impacto na praia da avenida e o desaparecimento da praia do pontal. "
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pelo analista político Gerson Marques.

"Se estivéssemos em um dos governos com a grife ACM não haveria o menor espaço de debate ou contestação, foi assim com o projeto da Estrada Ilhéus-Itacaré, construída sobre as florestas mais biodiversa do planeta. Somente com a interferência de entidades ambientalistas via Banco Mundial é que foi possível minimizar o desastre que constituí a construção desta estrada, muitos que fazem barulho hoje com o projeto do intermodal ficaram calados a época da estrada desastrada."
.Sou a favor do Porto Sul,pelo ex-prefeito Jabes Ribeiro.
"É claro que não podemos simplesmente aceitar o investimento sem as salvaguardas ambientais. Exigiremos as contrapartidas. Hoje a legislação é rígida, e por certo as Audiências Publicas mostrarão as medidas que serão necessariamente tomadas para preservar o ambiente no entorno do porto. Devemos ter competência para preservar nosso ecossistema, integrando-o ao turismo, setor vital para o desenvolvimento, mas não podemos perder essa oportunidade única. O povo precisa de empregos, e o novo porto, como investimento âncora, poderá ser o divisor de águas no desenvolvimento sustentado que tanto almejamos. Somos convocados a conhecer e acompanhar todas as etapas para implantação do projeto, sem radicalismo e com o olhar voltado para o futuro da nossa gente."
LINKS
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quinta-feira, maio 22, 2008

Corpus Christi – A Vida é Dom de Deus

DEUS é para todos !
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Hoje é dia de Corpus Christi, também de Santa Rita de Cássia, e ainda comemoramos o Dia Internacional da Biodiversidade. Festejamos o corpo e o sangue de Jesus, que agora está, substancialmente, em nossa vida, vivemos nele e ele está em nós.
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Santa Rita, nos conduza a ser pela família, pelo lar, e , acima de tudo, pelos pobres e pelos sofredores. É um dia de valores, de princípios e de fins. É o dia da cidade, da sociedade e da natureza.
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A Humanidade Só Tem Vida Unida, E Essa Vida É De Deus.
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Dia das criaturas louvarem seu criador, reconhecerem que ele é o Deus Amantíssimo e Salvador, que ouve e fala em todas as línguas, que se manifesta em todos os lugares e é a luz de todas as religiões e nações. Esse Deus que se traduz em amor universal, indelével. Deus que é a vida integralmente percebida, dentro de nós e ao nosso redor, em cada ser dessa natureza pródiga. Esse Deus de maravilhas, que o homem não enxerga, senão pelo seu coração e pela mente liberta das ilusões terrenas.
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Hoje, também é Dia Internacional da Biodiversidade, para lembrarmos que a sabedoria de Deus que está em nossos corações, nos mostra a riqueza de todos os seres da natureza, criaturas suas, como nós.
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segunda-feira, maio 19, 2008

Marina Silva, Guardiã do Meio Ambiente

Marina é uma Vitoriosa - Veja no Jacarandá da Bahia
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Maria Osmarina Marina Silva de Sousa Vaz de Lima nasceu num seringal chamado Bagaço, a 70 km de Rio Branco, onde cortava seringueiras com seus irmãos, cuidava de roçados, caçava e pescava, para sobreviver. Sua primeira grande luta foi ajudar o pai a quitar as dívidas com o dono do seringal.
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A escola esteve longe dela, e aos quatorze anos só conhecia as quatros operações básicas de matemática, só vindo aprender a ler quando foi a Rio Branco tratar uma hepatite, uma das várias doenças que enfrentou. Foi alfabetizada pelo Mobral, fez supletivo, e aos 26 anos formou-se em história pela Universidade Federal do Acre. Sonhava em ser freira, e iniciou sua militância nas Comunidades Eclesiais de Base, mas foi na universidade que optou definitivamente pela política, ingressando no Partido Revolucionário Comunista, que fazia resistência à ditadura militar.
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Foi militante dos movimentos em defesa da amazônia, ao lado de Chico Mendes, com quem também, fundou a CUT, no Acre. Teve uma carreira política de rápida ascensão. Nas eleições municipais de 1988, foi a vereadora mais votada de Rio Branco e assumiu a única cadeira da esquerda na Câmara Municipal. Em 1990, tornou-se a deputada estadual mais votada e em 1998, aos 36 anos, tornou-se a senadora mais jovem do Brasil, tendo sido reeleita em 2002 com o triplo de votos.
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Aos cinquenta anos de idade, Marina Silva é considerada um das maiores especialistas do mundo na área ambiental, e maior voz em defesa do desenvolvimento sustentável da amazônia pós-Chico Mendes. Agora, após cinco anos, quatro meses e quatorze dias à frente do Ministério do Meio Ambiente, ela pede demissão junto com o Presidente do Ibama, Bazileu Margarido, e o Secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco.
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RESISTÊNCIAS HISTÓRICAS
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Trazer os princípios do desenvolvimento sustentado, para a prática das ações, não é tarefa fácil, requer negociação e diálogo político em todos os setores do governo e sociedade. Sem que haja efetivamente, um planejamento estratégico, transversal, torna-se inviável a inserção da variante ambiental nas políticas, e ela se torna um terceiro, que sempre chega atrasado e parece impor questões externas, que antes deveriam terem sido previstas no planejamento das ações. E, se a variante ambiental não avançar nas políticas governamentais, a exploração insustentável dos recursos naturais continuará em alta.

Em seu mandato, a Ministra resistiu bravamente às políticas que, diretamente ou indiretamente, ajudam a promover o desmatamento. Em sua gestão obteve significativos avanços, como a criação de novas Unidades de Conservação, que é importante para tirar o título das terras da especulação dos grileiros, e a aprovação de resolução do conselho monetário para não beneficiar com financiamentos, empreendedores que desmatem ilegalmente. Também foi firme na resistência às pressões dos que querem alterar o Código Florestal para diminuir o espaço das florestas.

Existem resistências históricas e culturais para que a sociedade brasileira avance na sua Agenda Ambiental, especialmente no setor agrícola. Aqui, o agronegócio não quer ter regras, não quer respeitar limites ambientais, sequer as reservas legais e as áreas de preservação permanente são respeitadas. E o pior, é que, infelizmente, o ilícito ambiental é praticado, visando interesses pessoais, pelas próprias autoridades, como governadores, deputados e prefeitos, que deveriam defender o bem público e os interesses do povo.

No Brasil não falta terra para agricultura, e até mesmo para o biocombustível, o que falta é planejamento ambiental e o compromisso social dos políticos e da sociedade com a conservação ambiental, especialmente com a preservação da floresta, que só é possível com a participação de todos. Nem um exército de fiscais seria suficiente para que o Brasil evitasse o desmatamento e a degradação ambiental, se a população não participar efetivamente.
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"O Brasil é uma potência ambiental e tem que fazer jus à potência que é. A agenda ambiental se coloca nesse século como algo irreversível, da qual não podemos nos esquivar".
Marina Silva
Guardiã do Planeta
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O Brasil precisa deixa de ser um país criticado por permitir o desmatamento e o trabalho escravo para passar a ser um protagonista mundial da questão ambiental, e a encarar seus recursos naturais como uma vantagem comparativa em relação a outros países. Precisa tornar-se um criador de soluções, um parceiro real do desenvolvimento global.

A ecologia e o socialismo deveriam participar dos mesmos valores da revolução democrática, mas apesar do PT, ter uma extraordinária força no âmbito dos movimentos sociais e na defesa dos trabalhadores e mais fracos, tem misturado "o joio e o trigo", quando o assunto é o modelo de desenvolvimento .

Sua saída do governo, certamente, preserva o Ibama, e repercutirá favoravelmente no fortalecimento do movimento pela proteção da amazônia. Fora do governo, e como Senadora, estará mais a vontade para defender a Agenda Ambiental Brasileira e Global, e para dar eco a sua luta pelo desenvolvimento sustentado, que é um compromisso com a vida e o futuro, maior do que qualquer governo ou partido.

Marina Silva (Ministra do Meio Ambiente), João Paulo Capobiando (Secretário Executivo) e Bazileu (Presidente do Ibama), demissão conjunta protege os órgãos ambientais.

Guardiã dos Povos da florestaGuardiã do Desenvolvimento Sustentável
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O Desafio de Carlos Minc
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Marina Silva e seu sucessor, Carlos Minc são duas personalidades que concordam entre si, apesar de terem sido formadas em cenários sócio-ambientais completamente diferentes. Marina é exemplo de auto-superação, tem origem humilde, é filha dos povos da floresta, fundadora da CUT e defensora da amazônia; Carlos Minc é homem urbano de classe media, fundador do Partido Verde e defensor da mata atlântica.
Guardiã do Meio AmbienteGuardiã do Meio AmbienteGuardiã do Meio Ambiente

Num aparente desencontro, os dois caminhos se reencontram na mesma missão assumida com Chico Mendes e outros ecologistas cariocas, durante a passeata “Salve a Amazônia” na praia de Copacabana, no dia 20 de novembro de 1988. E é justamente do Rio de Janeiro, que o Carlos Minc migra para o planalto, no maior desafio de sua vida pública: representar o governo na defesa da amazônia e do meio ambiente.
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Marina Silva lutou pelo desenvolvimento sustentável ao lado de Chico Mendes, e sai do Ministério, para lhe ser fiel.
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O novo ministro terá enormes desafios para dar credibilidade às ações do governo, e certamente, enfrentará muitas polêmicas com o PAC, que acumula problemas na sua concepção, e sabemos, não tem como ele fazer o milagre da agilidade no licenciamento, diante de projetos que podem agredir significativamente o meio ambiente.
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Para o sul da Bahia, Minc deverá ser um aliado mais forte, contra o desmatamento, e , certamente, trará fôlego novo ao questionamento do PAC da Infra-estrutura nessa região, pela experiência e comprometimento que tem com a defesa da mata atlântica.

sábado, maio 17, 2008

Zélia Gattai, Eterna Amiga de Ilhéus

"Continuo achando graça nas coisas, gostando cada vez mais das pessoas, curiosa sobre tudo, imune ao vinagre, às amarguras, aos rancores."

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Neste sábado, às 16:45, João Jorge Amado informou o falecimento de sua mãe, a escritora Zélia Gattai Amado, quinze minutos antes, aos 91 anos de idade. A família decidiu cremar o corpo da escritora e espalhar as cinzas na antiga Casa do Rio Vermelho, da mesma como foi feito com Jorge Amado. O Governo da Bahia decretou luto oficial de três dias.
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"Meus ideais de hoje são meus ideais de sempre: uma vida melhor para o povo, acabar com esta fome... um mundo melhor. Que todos possam comer à farta, que possam estudar, seguir a carreira que desejarem. A vida é muito difícil para todos. Então, o que desejo é que cada um consiga encontrar, naquilo que deseja, a alegria de viver." .
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A eterna companheira do escritor Jorge Amado era filha de imigrantes italianos, paulista de nascimento, mas, como ela sempre disse, "baiana de coração". Juntos, escreveram nas linhas da vida, um grande romance, numa união feliz, repleta de amor e cumplicidade, na saúde e na doença, durante cinquenta e seis anos.
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"O que amamos na vida nunca morre, permanece sempre vivo, nunca se torna esquecido. Continua vivo no coração, no pensamento, dentro da gente."
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Zélia era fotógrafa e se destacou pela sua contribuição à literatura, mas foi também expoente da militância política durante quase toda a sua longa vida. Escreveu nove livros de memórias, três livros infantis, uma fotobiografia e um romance. Seu livro de estréia, Anarquistas, graças a Deus, foi adaptado para minissérie pela Rede Globo, e já vendeu mais duzentos mil exemplares no Brasil. Alguns de seus livros foram traduzidos para o francês, o italiano, o espanhol, o alemão e o russo.
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Foi homenageada na França, em Portugal e na Bahia, evidentemente. Recebeu diversos prêmios desde seu primeiro livro. Em 2001, foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 23, anteriormente ocupada por Jorge Amado, que teve Machado de Assis como primeiro ocupante e José de Alencar como patrono. No mesmo ano, foi eleita para a Academia de Letras da Bahia e para a Academia Ilheense de Letras.
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"Meu pai morreu há 50 anos e até hoje está muito vivo em mim. Meu pai não morreu. Ele permanece. Ele morreu aos 54 anos e continua sempre aquela figura querida que sempre estimarei. Nenhuma pessoa que é querida morre. O que a gente ama está sempre conosco. Gostamos de falar nelas. Temos prazer em trazê-las conosco. Sempre trago nas minhas conversas os amigos que morreram."

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Aprendemos muito com seu jeito simples, sorriso franco, seu ar meditativo, sua convivência com nosso Jorge Amado. Aprendemos a gostar de Zélia não porque era a esposa de Jorge Amado, um dos maiores orgulhos de Ilhéus, mas porque ela brilhava realmente e continuará brilhando sempre. E para definir Zélia, por ela mesma, vamos usar os versos de Cayme, que ela colocou na abertura de seu primeiro livro Anarquistas Graças a Deus:
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"Eu nasci assim, Eu cresci assim, Eu sou mesmo assim, Vou ser sempre assim."
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A Obra de Zélia Gattai



- Anarquistas Graças a Deus, 1979 (memórias)
- Um Chapéu Para Viagem, 1982 (memórias)
- Pássaros Noturnos do Abaeté, 1983
- Senhora Dona do Baile, 1984 (memórias)
- Reportagem Incompleta, 1987 (memórias)
- Jardim de Inverno, 1988 (memórias)
- Pipistrelo das Mil Cores, 1989 (literatura infantil)
- O Segredo da Rua 18, 1991 (literatura infantil)
- Chão de Meninos, 1992 (memórias)
- Crônica de Uma Namorada, 1995 (romance)
- A Casa do Rio Vermelho, 1999 (memórias)
- Cittá di Roma, 2000 (memórias)
- Jonas e a Sereia, 2000 (literatura infantil)
- Códigos de Família, 2001
- Um Baiano Romântico e Sensual, 2002
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Mais Informação sobre Zélia Gattai
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Harpia no Sul da Bahia

O Grande Desafio da mais extraordinária águia do mundo é sobreviver na natureza, se o homem permitir. Quase extinta na Mata Atlântica, raramente tem reaparecido, como aconteceu esta semana, em Itagimirin, no extremo sul da Bahia, o que reacende a esperança na sua recuperação.


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A Harpia harpyja, ou simplesmente Harpia é o nome da maior águia das Américas e uma das maiores aves de rapina do mundo. Povoa as florestas da América Central e do Sul, mas sua morada principal é o Brasil. É a rainha das florestas brasileiras, da amazônia e da mata atlântica, e uma das principais vítmas do desmatamento.
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Essa podrosa ave necessita de grandes áreas de vida, 100 km2 por casal, para garantir seu sustento e reprodução, já que se alimenta de mamíferos, a exemplo de macaco e preguiças, que também estão ameaçados em nossas matas. Por isso, atualmente está restrita à amazônia, devido à perda de habitat e à baixa densidade local de presas na mata atlântica, onde raramente é vista, e é considerada ma espécie praticamente extinta. Registros nesse ecossistema são raríssimos, mas aconteceram em 2005, na Reserva Natural Vale do Rio Doce, em Linhares, no Espírito Santo, e na Estação Veracel, em Porto Seguro, onde foi encontrado um ninho.
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A Senhora dos Ares e a mais forte ave de rapina do mundo não tem mais forças para sobreviver na mata atlântica.

Ninho descoberto na Estação Veracel (Foto:João Marcos)

A Harpia encontrada debilitada em uma fazenda de Itagimirin, no extremo sul da Bahia renova as esperanças da existência e conservação de uma população residente local. É uma fêmea com um metro e seis centímetros de cumprimento, dois metros de envergadura e pesa mais de dez quilos. Um trabalho bem realizado pela pesquisadores dos projetos Harpia na Mata Atlântica e Gavião Real, viabilizou os cuidados especiais e uma reintrodução no Parque Nacional de Pau Brasil, com 23.777 hectares e a utilização de um GPS, permitirá seu monitoramento via satélite pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, durante quatro anos, isto, se ela sobreviver.


Harpia em Itagimirin, esperança de sobrevivência será monitorada por satélite.

Não sabemos exatamente qual a situação dessa Harpia, mas o estudo realizado sobre o aparecimento de uma harpia na Reserva Natural Vale do Rio Doce, indica que, em função dos desmatamentos no norte do Espírito Santo, seria possível que indivíduos pudessem atingir eventualmente o extremo sul da Bahia. Seja qual for a história dessa Harpia, esperamos que ela consiga sobreviver na natureza.

quarta-feira, maio 14, 2008

Lula no Sul da Bahia

Veja A Visita do Presidente Lula no imperdível trabalho fotojornalístico do Blog Catucadas, pois, como diz o elo provérbio: Uma imagem vale mais que mil palavras.

Luiz Inácio Lula da Silva é o segundo presidente a visitar o sul da Bahia. O primeiro foi Fernando Henrique Cardoso. Ambos, vieram anunciar investimentos na lavoura cacaueira, símbolo maior de nossa cultura, história econômica e também, de uma das maiores crises sócio-econômicas regionais do Brasil.

Lula trás a boa nova ao sul da Bahia: Finalmente, o Brasil tem dinheiro em caixa para realizar investimentos.
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Em 2001, Fernando Henrique anunciou na CEPLAC o investimento de R$489 milhões na recuperação da lavoura cacaueira. Sete anos depois, com um país começando a alcançar estabilidade econômica e condição de investimento, Lula tráz a boa nova, investimentos de 2,2 bilhões no PAC do Cacau, 362,2 milhões no Programa Territórios da Cidadania, além dos 2,4 bilhões previstos no PAC da Infra-estrutura, através do Complexo Intermodal (Ferrovia Leste – Porto Sul), que está em fase de estudo.

Numa região, que figura entre as que possuem os menores índices de desenvolvimento humano – IDH do país, o anuncio de bilhões em investimentos, certamente, renova a esperança em dias melhores. No entanto, sabemos que para que o Brasil se desenvolva, precisamos não apenas de dinheiro, mas também, de instituições eficientes, sistemas descentralizados de gestão e, sobretudo, de um processo de educação, informação e capacitação que permita a efetiva participação dos cidadãos nos processos de desenvolvimento e controle das ações públicas.
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Apesar do entusiasmo com a existência de recursos financeiros, o PAC da Infra-estrutura decepciona, por não prevê as esperadas obras de infra-estrutura regional, consideradas prioritárias, como a construção da estrada Canavieiras-Belmonte, construção de anel rodoviário em Ilhéus-Itabuna-Buerarema-Uruçuca, duplicação da rodovia Ilhéus-Itabuna, urbanização da orla de Ilhéus e construção de novas pontes, projetos já prometidos por outros governos, e que são considerados fundamentais para o desenvolvimento do sul da Bahia. Também, com relação a infra-estrutura, sentimos a falta de maiores investimentos em saneamento e habitação.
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Por isso, temos que destacar a atitude de sul baianos como José Leite, presidente da Associação Comercial de Ilhéus, que cobrou do Secretario Estadual de Infra-Estrutura, Antônio Carlos Batista, na ocasião da apresentação do projeto do Porto Sul, a duplicação da Ilhéus-Itabuna e a construção da estrada Canavieiras-Belmonte, e também, do médico Ruy Carvalho, ao levar essas reivindicações até o presidente Lula.
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Esperamos que a sociedade regional continue se mobilizando para obter o justo e necessário apoio do governo federal e estadual, para as grandes empreitadas que temos, seja no setor agrícola, industrial e de infra-estrutura urbana, ou nas áreas onde o desenvolvimento deverá refletir suas principais mudanças, que é na qualidade de vida das pessoas, como na melhoria do nosso sistema de educação e saúde.
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Como o PAC da infra-estrutura deixou de fora as principais obras reivindicadas pelo sul da Bahia, esperamos que o governo do Estado da Bahia, com um olhar mais próximo, venha a ser parceiro e mediador para a sua realização.
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Nos três programas relacionados ao PAC, temos dinheiro como nunca vimos, mas também, muitas questões a serem resolvidas e acompanhadas pela sociedade, para que esses recursos sejam aplicados com eficiência, e não se percam na burocracia, no corporativismo e na corrupção, em todos os níveis. Assim, o PAC do Cacau testará a eficiência das instituições públicas do setor agrícola, o Território da Cidadania, a nossa capacidade de gestão compartilhada de recursos, sobretudo por parte dos pequenos agricultores, índios e quilombolas, e o PAC da Infraestrutura, nossa competência para viabilizar o crescimento de forma sustentável.