quarta-feira, outubro 28, 2009

O Mobilizador

por Paulo Paiva
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Eu gostaria de render homenagens ao Mobilizador, uma figura meio abstrata, que não representa a si próprio, mas que é feito de carne e osso, e tem a difícil tarefa de comunicar aos outros, um processo de interesse comum, indispensável à coletividade.

O Mobilizador deve ser o próprio Estado, a Empresa, as Organizações Sociais e a Família. Mas do que são feitas essas instituições, senão de pessoas reais no território dos pensamentos e sentimentos? Assim nasce o Mobilizador com o distintivo do fazer, do praticar o interesse na coletividade, dando a mão à colaboração, trabalhando em redes tecidas em pontos construtivos - resultados concretos das ações no tempo escasso da defesa dos direitos humanos.
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Seja esse fronte, esse movimento, oficializado ou não, eleito por vínculo empregatício ou voluntário, profissional ou leigo, remunerado ou não, o Mobilizador está a seguir, aprendendo com cada um e com o todo, para ser um interlocutor de processos necessários de construção da história do futuro.
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O Mobilizador é facilitador, orientado ou orientador, e sabe que não faz nada sozinho, mas não teme não ser ouvido em alguns trechos da caminhada dos diálogos não interrompidos.
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O Mobilizador, uma evolução do Agente Multiplicador, implica em um indíviduo ponte, alguém comum, próximo de todos nós, ainda que distante fisicamente. Sua principal ferramenta de trabalho é a educação e a informação, e as práticas que moldam o diálogo crescente, e a potencialização de nossa capacidade de resolver os nossos problemas de desenvolvimento.
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Assim espera-se construir uma política do povo - uma política nossa, capaz de não permitir que ninguém seja excluído, capaz mesmo de enxergar o campo da desproteção social, onde a ausência possa revelar e reforçar a necessidade de visibilidade.
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Esse é o mensageiro de uma nova sociedade sutentável e justa, sensibilizador sensibilizado, plantador de árvores e apagador de fogo. Assim, o Mobilizador está aí na base do processo social ativo e em movimento, no campo e na cidade, resgatando e reaprendendo o sentido de nacionalidade brasileira.

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O TERRITÓRIO REAL
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Agente consagra as vitórias, e sentimos na pele todos os dias, o suporte que temos e o que nos falta; caminhamos procurando uma sustentabilidade dos programas, e uma diração firme para o desenvolvimento. Nós, os moradores de um território compreendemos muito bem o que precisamos, em cada espaço, as necessidades do território real estão em nós mesmos, pequeno agricultor, cacaicultor, comerciante, índio, quilombola, marisqueira, os moradores em seus bairros, enfim, nesse espaço habitado que formamos.
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Essa ideia inspira a atuação regional, territorial, e a busca de sociedade sustentável, protagonistas do desenvolvimento desejado, vivenciado, compartilhado e pactuado coletivamente. Cada região precisa se reconhecer para poder dialogar com a nação e o mundo, para que não se permita ser manipulada por ineteresses alheios. Os problemas nossos, nos resolvemos, inspirados em construir o futuro agora, levando adiante as convicções acumuladas na prática solidária e democrática.
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Isto só é possível se os diferentes agentes se encontram, se existe um ponto de encontro, onde as demandas e as necessidades convergem para o enderêço dos objetivos comuns da sociedade regional. Os mobilizadores precisam se encontrar em todos os níveis, e todo diálogo se reconstruir para que as ações regionais tenham o sentido de territorialidade física e humana, politicamente reconhecidas.
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Precisamos vencer as dificuldades de comunicação, o Estado tem de articular o Estado, assim como deve fazer a Empresa, a Sociedade organizada e os Movimentos Sociais. Ainda não estabelecemos uma comunicação ideal, e sabemos como isso é difícil.
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Nesse caminho da democracia social, as cadeiras estão aí para serem ocupadas, seja no Grupo de Trabalho, Colegiado e Câmaras Técnicas do Território Litoral Sul, na construção da Lei e do Programa de Educação Ambiental do Estado, no Comitê de Bacias Hidrográficas, no movimento Quilombola, Indígena, Reforma Agrária, Mulheres, no Planejamento Plurianual dos Municípios, na Gestão de Unidades de Conservação, no acompanhamento de projetos de governo como o Complexo Porto Sul, ora debatido no Sul da Bahia, e tantos outros espaços. Com certeza, todas as pessoas têm um espaço para ocupar.
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A LEI DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA BAHIA
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A discursão de uma lei e um programa de educação ambiental é uma dessas atividades contínuas, suprapartidárias, que requer Mobilização e Territorialidade. A construção da lei estadual em uma formatação de parceria com a sociedade civil, e consulta pública em todos os territórios é um marco importante para a evolução das políticas públicas da Bahia.
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Na construção da Minuta de Lei, que diz respeito a todas as políticas de governo e a todos os setores da sociedade, enxergamos uma Bahia grande, diversa, com vários sotaques, e um único desejo: ver um texto sobre a vida, atendida em toda sua complexidade territorial, sem esquecer de ninguém, ser promulgada e tornar-se uma referência.
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Na construção da Lei e de um Programa Estadual de Educação Ambiental, o feed-back entre educação, cultura, meio ambiente, agricultura, industria e comércio, e demais setores da sociedade é essencial. Em caso contrário, mais uma vez, corremos o risco de inutilizar o conceito de regionalidade, expresso no conceito de territórios.
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TELECONFERÊNCIA

Mas será que informar, resolve os problemas do Mobilizador?
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Hoje, aconteceu uma Teleconferência Estadual sobre o Projeto de Lei da Minuta de Lei de Educação Ambiental, transmitida On Line para toda a Bahia, reunindo os 26 territorios da Bahia na construção da Lei da Minuta de Lei, agora em fase conclusiva, após mais de três anos de trabalhos da CIEA (Saiba mais - Minuta da Lei).

Mas, como aconteceu em alguns territórios, a Teleconferência, não foi bem aproveitada na DIREC 6 - Ilhéus e DIREC 7 - Itabuna, a Mobilização não funcionou, e isto foi uma lição importante para mim. Aprendi com a coragem da educadora Efigênia Oliveira, sozinha na DIREC 7 - Itabuna, se expressando para a plenária, e entendi que o Mobilizador deve ser destemido de caminhar sozinho em algum momento. Mesmo estando só, ali estava o elo, a esperança, a chama acesa. Efigênia é exemplo de educadora atenta, parceira de toda hora, uma dessas pessoas que responde aos emails e colabora sempre.
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Não posso deixar de anotar, que a vídeo conferência é um extraordinário uso de uma tecnologia de interação coletiva, de mobilizadores e articuladores dos conhecimentos e saberes. Muitos de nós já teclamos no Mensager com vídeos e convidados, mas as Salas de Teleconferência tem um potencial fantástico, para todo público, e devem ser multiplicadas em centenas, e servir amplarmente no intercâmbio, formação e empreendorismo colaborativo entre pessoas, comunidades, setores sociais, sem fronteiras.

Desta vez, a mobilização presencial não funcionou, e isto explica que mobilizar fisicamente vai além de informar. Percebemos, durante o evento, que vários territórios tiveram o mesmo problema, não todos, e que as dificuldades de comunicação foi um dos temas mais abordados, porque a lei de educação ambiental abraça a todos. Mas a teleconferência não perdeu seu brilho, e nem o seu valor histórico, e não poderia ser diferente, quando estamos falando de educação ambiental, o tema que permeia todas as grandes questões da atualidade.
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Queremos aproveitar esse momento para destacar a participação importante da imprensa, apoiando a divulgação de informações, a exemplo do Jornal Diário de Ilhéus, Site Ilhéus Amado e R2C#PRESS. Todos sabemos a importância da participação de jornalistas como aliados estratégicos para que a história não passe despercebida, e a sociedade garanta o direito a informação.

A elaboração, aprovação e consolidação de um Programa de Educação Ambiental do Estado dizem respeito a todos nós. Hoje o Sul da Bahia não foi um elo forte na corrente telepresencial, mas tem sido durante todo o processo. Isto deve servir de autocrítica, refletindo que a estratégia de mobilização precisa ser mais cativante, que a simples divulgação-democratização das informações em redes de comunicação.

Todas as informações sobre a CIEA continuarão disponíveis. O sul da Bahia tem uma importante participação na formulação dessa lei, contando com membros permanentes na comissão, tendo realizado uma das consultas públicas mais concorridas de todo o estado.
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O PROCESSO CONTINUA, FIQUE ATENTO:

LEIA TRANSCRIÇÃO DE ALGUNS TRECHOS DA VÍDEO CONFERENCIA SOBRE O PROJETO DE MINUTA DE LEI DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO ESTADO DA BAHIA.

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Lilite Cintra do ONG Gambá Bahia, uma das coordenadoras da CIEA

“lembrando que comunicação é dialogo, dialogo é escuta, e escuta é paciência para agente ouvir, e chegar em um ponto comum entre todas as pessoas.”

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Ângelo José Leite de Oliva, Diretor de Educação Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente

“eu tenho certeza que se não temos todas as respostas ainda, teremos, até porque essas respostas não são nossas, elas são construídas coletivamente.”

“esse é um processo de aprendizado, de interação, onde não estamos apenas dividindo tão somente espaço, mas estamos aprendendo um com os outros. Lamentavelmente, por vezes, agente observa, constata, que somos poucos, mas tenho uma ligeira desconfiança que estamos chegando mais rápidos. “

“isso eu repito, eu agradeço a esse processo que nos estamos estabelecendo e a sabedoria que esse fazer coletivo trás para cada um de nós. Eu tenho a convicção que dando passos sucessivos, ainda que em dozes homeopáticas, porem contínuas, agente chegue a fazer com que a educação ambiental mereça e receba o tratamento de há muito faz por merecer.”
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Berê Brasil, jornalista, ambientalista e funcionária da SEMA em Barreiras - mobilizadora do Território Oeste Baiano.

“o que eu queria deixar claro para todo mundo é que nos somos poucos mesmo, as pessoas que assumem essa responsabilidade, que vestem a camisa da educação ambiental. Mas agente pode distribuir isso para as pessoas, no tempo e da forma como for possível. Nós continuamos com problemas de comunicação, de participação, de interesse das pessoas, e principalmente, de compreensão do que significa isso, mas não estamos no caminho errado. Estamos caminhando certo, nos estamos andando de um modo coletivo, participativo, colaborativo e multisdisplinar."

segunda-feira, outubro 26, 2009

Teleconferência Estadual sobre a Lei de Educação Ambiental

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O Colégio Luiz Eduardo Magalhães sediará nesta quarta, dia 28, das 9 às 13h, uma teleconferência sobre a Minuta de Lei Estadual de Educação Ambiental. O evento tem a coordenação local da DIREC 6, e vai acontecer simultaneamente em 32 salas de vídeo conferência da Bahia.
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Saiba mais sobre a CIEA, clicando na logomarca abaixo.

Esta é a última etapa de esclarecimentos públicos sobre a Minuta de Lei da Educação Ambiental do Estado da Bahia, antes de ser enviada à Assembléia Legislativa. O texto foi elaborado por uma comissão interinstitucional com a participação da sociedade civil, contando com as contribuições de consultas públicas realizadas nos territórios de identidade da Bahia. A consulta pública do território Litoral Sul da Bahia, aconteceu nos dias 15 e 16 de abril de 2009, no auditório da UNIME, em Itabuna.

O Sul da Bahia teve um dos seminários de consulta pública mais concorridos do estado. O Núcleo Mobilizador (foto à esquerda) contou com a participação ativa de representantes da UESC, ONG´s ambientalistas e movimentos sociais. Entre os membros permanentes da comissão responsável pela elaboração da lei, duas técnicas que atuam no sul da Bahia, a agrônoma Lucélia Berbet, representando as RPPN´s e bióloga Ana Cláudia Fandi, do IESB. Na foto à direita, Soraia Middly, assessora da Diretoria de E.A. da SEMA, e Lucélia Berbet (à direita). Clique nas fotos para saber mais sobre o processo.
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Na Teleconferência, integrantes da comissão, representantes e mobilizadores do sul da Bahia, alem de outros interessados, poderão interagir com os representantes da Diretoria de Educação Ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, os facilitadores do processo de elaboração da minuta, e representantes de outras regiões da Bahia.
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Nos meses de outubro e novembro, representantes dos 26 territorios de identidade da Bahia se reuniram em Salvador com membros da CIEA para a revisão da minuta de lei de Educação Ambiental. O litoral sul da Bahia foi representado pelo editor desse blog, o jornalista Paulo Paiva, um dos mobilizadores do território.



A participação é livre, mas o número de inscrições está limitado à lotação máxima do auditório, que é de 30 pessoas. Mais informações podem ser obtidas com Sara Miriam Pereira Alves - CODEB / DIREC 06, localizada na Avenida Canavieiras, email: direc06@sec.ba.gov.br , telefones (73) 32316964 e FAX 3231-6172, ou ainda, através do mobilizador do território, Paulo Paiva, através do email psergiopaiva@hotmail.com, fone 9132-3339.

quarta-feira, outubro 14, 2009

Sul da Bahia é Surf !

O Surf adotou Ilhéus muito cedo, veio para ficar, e aqui construiu uma história de amor e pesistência. Logo, surfistas daqui e de toda parte adotaram esse mar azul, e construíram uma tradição. Ilhéus, especialmente, em Olivença, tornou-se um ponto de encontro e referência do Surf há mais de duas décadas, e mais recentemente, Itacaré também tornou-se uma vitrine desse esporte, que é pura interação com o meio ambiente.
O surf de Ilhéus já gerou histórias maravilhosas como a do campeão Popó de Olivença, e outras tantas que devemos registrar. Hoje, nós fazemos parte da história do surf, mas muito pouco é divulgado e valorizado.
Apoiar o surf em Ilhéus é uma estratégia mais importante para o nosso desenvlvimento do que possa parecer. Já é um elemento típico da cultura sul baiana, e deve ser compreendido não apenas como um aliado do turismo e negocios, mas como referencia de qualidade de vida, educação, inclusão social e intercâmio cultural.
Temos visto, diversas iniciativas de surfistas, produtores e empresários, que estão ajudando a manter essa tradição viva, patrocinando competições, incentivando e revelando jovens talentos, e, sobretudo, divulgando o Surf.
Nos próximos dias, mais uma iniciativa vai dar proseguimento a essa história. Leia abaixo, as informações sobre o Scoot Surf, através do release de Aderino Matos França, um dos elos de nossa rede de comunicação, e que dedica especial atenção ao esporte.
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SCOOT SURF EM ILHÉUS
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A tradicional marca de pranchas de surf Scoot irá comemorar seus 20 anos de fundação em grande estilo. Nos dias 17 e 28 de outubro surfistas de todo o Brasil irão disputar uma competição aberta e uma só para convidados nas ondas da praia do Sul, na Cabana Céu e Mar, no Km 3 da rodovia Ilhéus- Olivença.
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Com premiação recorde em Ilhéus, serão distribuídos mais de R$ 20 mil entre pranchas, uma moto 125 zero Km, troféus, kits de roupas e acessórios. Os primeiros quatro classificados das duas categorias terão muito o que comemorar.
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Kallay e Xaparral apostam no Surf em Ilhéus

Uma mega estrutura será montada para o evento, com trio elétrico, sistema computadorizado de julgamento usado no circuito mundial, distribuição de brindes, sala vip para atletas, buffet e reservado especial para patrocinadores e imprensa, apresentações de bumerangue e capoeira, apresentação de bandas (Luiz Bob e os Gonzaga no sábado e Quizila no domingo) nos dois dias e a escolha da gata mais surf style da praia. A competição terá o cunho de reunir as lendas do esporte, os pioneiros e as gerações subsequentes em uma festa de confraternização e amor ao esporte. O evento terá a cobertura dos sites especializados http://www.ripstar.com.br/ , http://www.surfbahia.com.br/, http://www.waves.com.br/ e de toda a imprensa televisiva, escrita e radiofônica da região e sites de notícias.
As inscrições estão abertas na loja Scoot no Centro de Ilhéus ou pelo telefone 73 3634 3287. Os competidores que queiram ficar hospedados próximo ao evento a sugestão é a pousada Veneza que terá o preço da diária de R$ 28,00 com café da manhã e R$ 20,00 sem o café, reservas pelo telefone 73 632 2722 ou http://www.pousadaveneza.com.br/ e e-mail: (contato@pousadaveneza.com.br).

Tudo começou em 1984 quando os irmãos Kalay e Xaparral montaram uma oficina para conserto de pranchas, aí um fabricante de pranchas do Paraná, Edson Willy, das pranchas Crespo, convidou Kalay para trabalhar lá com ele. Em 1989 após anos no oficio Kalay retorna a Ilhéus e com Xaparral (que fez o curso de belas artes em Salvador) abrem a Scoot (disparada) Surf Wear, que atualmente vende pranchas para todo o país e até mesmo para outros países.
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Com o sucesso das pranchas lançaram marca própria de roupas e acessórios e abriram lojas do segmento.

sábado, outubro 03, 2009

Entidades criam uma Rede de Comunicação para o Sul da Bahia

A Rede Sul da Bahia Justo e Sustentável é uma nova entidade formada por uma coalisão de mais de quarenta entidades, que têm em comum a defesa do desenvolvimento sustentável do Sul da Bahia, valorizando a dimensão ambiental e focado vocações regionais para arranjos produtivos que possam gerar o desenvolvimento humano.

Essa rede integra entidades de diversos níveis de atuação, desde associações de pescadores e pequenos agricultores e polos sindicais a organizações nacionais e internacionais com atuação na área científica e educacional, social, tecnológica e ambiental. Nos últimos meses, a rede foi integrada oficialmente pelo Greenpeace, Conservation Internacional e SOS Mata Atlântica.
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A rede propõe a troca de experiencias e propostas de sustentabilidade solidária no Sul da Bahia, uma marca territorial referenciada por imensas riquezas naturais, que constrastam com um baixo índice de desenvolvimento humano, mas que o movimento quer valorizar como uma vantagem econômica e marca diferencial de desenvolvimento, conservação ambiental e qualidade de vida, através de atividades como o turismo, a agroecologia, a pesca, o fomento a cultura, ciência e tecnologia, entre outras ações.
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No lançamento oficial da Rede, a região será visitada pelo jornalista Vilmar Berna, Superintendente da Rede Brasileira de Informação Ambiental - REBIO, e editor do Portal do Meio Ambiente.
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Autoridade em comunicação ambiental, o vencedor do Prêmio Global 500 da ONU para o Meio Ambiente e Prêmio Verde das Américas, jornalista Vilmar Berna estará em Ilhéus para apoiar a Rede Sul da Bahia Justo e Sustentável.
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Conferência de Saúde Ambiental

A comunidade Ilheense celebrou a I Conferência Municipal de Saúde Ambiental, que trouxe como tema “A Saúde Ambiental na cidade, no campo e na floresta: construindo cidadania, qualidade de vida e territórios sustentáveis”, e aconteceu com muito êxito, no dia 24 no Teatro Municipal de Ilhéus e dia 25, no Instituto Nossa Senhora da Piedade.

A conferência foi aberta pelo Prefeito de Ilhéus, Newton Lima, e teve uma participação ativa da sociedade civil, tendo como um de suas coordenadoras, a Presidente da Associação Ação Ilhéus, Maria do Socorro Mendonça. De acordo com o coordenador de Saúde Ambiental do órgão vinculado a secretaria municipal de Saúde –, Waldemar Polycarpo, o evento abordou a saúde por outro ângulo, “encarada como algo que faz parte do nosso cotidiano, e que interfere diretamente em nossa qualidade de vida”.

A conferência magna “A saúde ambiental na cidade, no campo e na floresta: construindo cidadania, qualidade de vida e territórios sustentáveis”, foi proferida pelo Doutor em Direito Ambiental da UFBA e promotor público estadual, Dr. Heron José Santana Gordilho.

A mesa redonda das plenárias temáticas foram mediadas pela socióloga e doutora em educação, Prof. Maria Isabel Lopes. Na sequencia, o eixo de discussão foi o “Desenvolvimento e sustentabilidade sócio-ambiental”, orientado pela mestra em Desenvolvimento Regional e meio Ambiente, Prof. Eliana Albuquerque.

O desenvolvimento do segundo eixo: “Trabalho, ambiente e saúde: desafios dos processos de produção e consumo nos territórios”, ficou com o engenheiro agrônomo, Prof. Milton Ferreira e todos os integrantes do evento participaram da discussão do terceiro eixo de debate: “Democracia, educação, saúde e ambiente: políticas para a construção de territórios sustentáveis”, com orientação da vice-diretora da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Adélia Pinheiro. Para auxiliar no debate dos três eixos foram convidados o engenheiro agrônomo e secretário executivo do Instituto Floresta Viva, Rui Rocha, e o empresário e secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Alfredo Landim.

As atividades da conferência, os trabalhos e os resultados das discussões das plenárias temáticas foram consagrados em um relatório final, que deverá contribuir para o fortalecimento de programas de educação e saúde no munípio de Ilhéus.
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A INSPIRAÇÃO DE DENISE CESAR HOMEM D'EL-REY

A saúde ambiental está no centro da questão ambiental, e consiste em um dos temas mais estratégicos para compreender e promover a educação ambiental, e promover a qualidade de vida.

Este é um tema permanente para a reflexão da cidadania plenamente exercida. É uma grande área do conhecimento, que se relaciona com o nosso cotidiano, a nossa saúde individual e coletiva, e abrange todos os campos da vida, envolvendo a produção de alimentos saudáveis, a manutenção da qualidade da água, a prevenção de impactos socioambientais da indústria, da agricultura, o controle de vetores de doenças, o comportamento social em epidemias, o tratamento de resíduos, a saúde no trabalho, etc.

E a realização desse seminário é uma grande oportunidade de referênciarmos Denize Cezar Homem Del Rey, orientadora do Mestrado de Meio Ambiente e Desenvolvimento da UESC, uma mente brilhante, e uma notória personalidade intelectual sobre essa temática.

Denize viajou pelo Brasil, sem deixar de dedicar-se a UESC, e trabalhou como uma guerreira e empolgante mestra da educação ambiental, até o fim de sua vida terrena. O seu tema preferido foi a temática da “Atenção Primária a Saúde”, tendo aprofundado essa reflexão e participando ativamente das discussões regionais e nacionais, sempre ensinando e replicando seus conhecimentos, sobre a dimensão ambiental da saúde, e estimulando uma visão crítica sobre a eficácia de programas.

Um pouco mais sobre esse ícone da Saúde Ambiental, no texto abaixo, referente a homengem póstuma da União Internacional de Promoção da Saúde e Educação para a Saúde.

UNIÃO INTERNACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE

OFICINA REGIONAL LATINO-AMERICANA - UIPES / ORLA
5º Boletim da Sub-Região Brasil – junho de 2003

PRÊMIO JOAQUIM ALBERTO CARDOSO DE MELLO

O prêmio Joaquim Alberto Cardoso de Mello, criado pela UIPES/ORLA-BRASIL e pela ENSP/FIOCRUZ em 1996, foi concedido como homenagem póstuma à educadora DENISE CESAR HOMEM D'EL-REY, em cerimônia realizada no Memorial da América Latina, São Paulo, como parte da programação da III Conferência Regional Latino-Americana da UIPES/ORLA.

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Na ocasião, coube-me fazer uma breve oração em sua memória. Conheci Denise nos anos 70, num Seminário de Educação para a Saúde, realizado pelo SESC/RJ. Ela, uma jovem professora da USP; eu, professora da UFRJ. Em comum, o foco daquele Seminário, nosso interesse e nossa fé na educação em saúde. Haveríamos de nos encontrar mais tarde, em Brasília, em reunião técnica promovida pela Divisão Nacional de Educação em Saúde (DNES/MS). Denise era o "braço direito" da coordenadora Sophia Guimarães Sarmiento. O dinamismo e seriedade de ambas me entusiasmaram.
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Em 1986, por ocasião de evento de Educação e Saúde promovido pela Faculdade de Educação (FE/UFRJ), estaríamos juntas mais uma vez, na velha batalha de trabalhar a educação em saúde, em todas as suas dimensões. Tentamos assim contribuir, no meio universitário, para o reconhecimento do extraordinário papel que a educação pode desempenhar para a melhoria da saúde da população. Denise, como se diz, "não negava fogo...". Brigar por uma causa na qual acreditasse, era com ela mesmo. Se pecados cometia, eram por excesso de entusiasmo, inconformismo e impaciência com as dificuldades, avanços e retrocessos que acometem a área da educação.
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De tempos em tempos, conquistas importantes são "esquecidas", ao sabor dos ventos políticos e, mais tarde, reaparecem, com roupagem nova (e... novos autores). Denise se indignava! Quando, na FE/UFRJ, soubemos de seu desligamento da DNES/MS, fui eu atrás de Denise para trazê-la ao nosso convívio, onde nos empenhávamos em propor mudanças e integrar a área de educação em saúde aos currículos de formação de professores e à pós-graduação em Educação. Já ela participava da organização do Curso de Especialização de Educação em Saúde, no Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal Fluminense. Lá, como em outras universidades, Denise batalhava e inovações eram introduzidas, estruturas e cursos criados, projetos realizados, e o espaço da educação em saúde lograva ser ampliado.
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Foram numerosas as monografias que orientou e os trabalhos que produziu. Atuou nas universidades do Estado de São Paulo, Federal Fluminense, Federal do Rio de Janeiro, Estadual Santa Cruz (UESC), de Fortaleza (UNIFOR), e Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), entre outras instituições. Em todas elas, "arregaçava as mangas" para promover mudanças, estimular e orientar alunos, e brigar, brigar, brigar... No entanto, construindo sempre e deixando sua marca. Não menos relevante foi sua participação na representação da UIPES/ORLA-BRASIL, ajudando a planejar projetos e realizá-los.

Saudades de você e de sua garra, querida amiga. Você plantou e as sementes cedo ou tarde frutificam. Nós sabíamos que assim é a educação - é trabalho de formiguinha, cheio de idas e vindas, mas, também, com avanços importantes, graças a pessoas como você!

Vera Lucia Góes Pereira Lima