A Novela do Morro de Pernambuco

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RETROSPECTIVA 4 ANOS


Quatro anos atrás, admirando a vista extraordinária do Farol do Morro de Pernambuco, via um transatlântico atracado no porto, do outro lado. Mas um pensamento me perturbava a cabeça. Esses milhares de turista vem pra Ilhéus, e não podem chegar aqui, não podem conhecer a verdadeira cidade. 

O Morro de Pernambuco é o marco geográfico mais bonito da cidade de Ilhéus, além de ser um patrimônio histórico-cultural, e roteiro de grandes naufrágios. Ela é e guarda relíquias, ruínas! Dele temos uma vista privilegiada, em ângulo com a Pedra de Itapitanga e a Pedra de Ilhéus, o Cristo, a orla e a Baia do Pontal. É tão íntimo de nos todos, que desde pequenos, demos um jeito de ir lá, e conhecer seus tesouros, como a Praia da Concha. Mas ele é uma propriedade particular, e o município não conseguiu a sua indenização.

O Morro de Pernambuco foi o tema de nossa terceira reportagem em 30 de outubro de 2007 - “Morro de Pernambuco: Queimada e Abandono” , e gerou polêmica, e retornos. O tempo passou, e nem o projeto, nem público, e nem privado.


Apesar de ser o maior destaque geográfico natural da paisagem de Ilhéus, e evidentemente, um dos mais vocacionados pontos para visitação, o conflito público x privado, e a indefinição faz o tempo passar, e nada acontecer. O conflito público x privado existe por conta de um tombamento municipal que criou restrições de ocupação. Por outro lado, o governo nunca assumiu, uma desapropriação.

Nessa novela, os proprietários tentaram fechar as portas de acesso à praia para evitar a entrada desordenado de veículos, e o uso da área por marginais, mas a comunidade rejeitou - Arrancaram o portão!. Segundo apuramos, da primeira vez, quebraram o cadeado do portão de ferro, e mais recentemente, deram fim ao portão inteiro. Ou seja, a comunidade já consolidou, que da praia, não se abre mão. Sem acordo, e sem projeto, segue a erosão, o motociclismo radical nas encostas, e o morro, perdendo sua condição ecológica, e olhe que ele tem até nascentes de água doce.
Enquanto nada se fêz, nesses quatro anos, mais de um milhão turistas visitaram Ilhéus, muitos desembarcados dos luxuosos transatlânticos. Nenhum deles teve acesso ao Morro de Pernambuco, e seu encanto.

Comentários

Jurema disse…
Paulo, gostaria só de falar que onde vc fala que é um fortin, nunca foi um fortin, aquilo foi um cruzeiro, chamavamos assim pois foi a familia que fez em homenagem aos naufragos do Itacaré,em cima do muro de pedras tinha uma cruz com uma placa em marmore escrita a homenagem, infelizmente foi roubada assim como acabaram de roubar o portão que em nada impedia da entrada para a praia só impedia que a noite virasse ponto de drogas e motel.

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