quarta-feira, dezembro 19, 2007

Painel do rio Cachoeira

O rio Cachoeira é um rio poderoso, tem uma grande bacia de captação e está sempre mostrando a sua força. Enchentes foram registradas ao longo de sua história e datam desde 1914; depois em 1920,1947,1964,1965 e 1967, considerada a grande enchente.
Enchente surpreende ano a ano

Sabemos que os desmatamentos das últimas duas décadas diminuiu muito a retenção de água pelo solo; o rio trás muito barro da erosão em seu leito e tem provocado cheias e inundações cada vez mais intensas. O Cachoeira enche acima de dois metros do seu nível todos os anos com as chuvas de verão e nos últimos anos vem anunciando a possibilidade de atingir níveis maiores. Dessa vez, bastaram três dias de chuva em sua bacia para o registro da maior cheia em mais de uma década.

Quem sofre com isso são as comunidades situadas em áreas de risco. Diante do irremediável, moradores acompanham passivos as cheias, monitorando o nível do rio ou se perguntando: o que virá daqui por diante?

Comunidade em Área de Risco no Banco da Vitória:

Observação e Silêncio

Bacia Hidrográfica

Quando falamos do rio Cachoeira estamos falando de uma das principais referências da região cacaueira, e de um tema estratégico da gestão ambiental regional. Esse grande rio percorre 300 quilômetros entre a serra de Itacara em Vitória da Conquista até desaguar no oceano, em Ilhéus. No seu trajeto, Itambé, Itajú do Colônia como rio Colônia, onde recebe as águas do salgado, seu maior afluente; segue por Ibicaraí, Floresta Azul, Firmino Alves, Itororó e Santa Cruz da Vitória; pouco acima de Itapé, recebe o nome de rio Cachoeira.

Além do Salgado, muitos afluentes, como "Piabanha", "Catolé", "Duas Barras", "Sucuriuba", "Ponte", "Sapucaia", "Areia", "Primavera", "Jacarandá". Antes de desenbocar no mar, une-se aos rios "Santana” e “Fundão. Em todo seu percurso, muitos pequenos riachos formados nas fazendas de cacau, também contribuem com seu fluxo hídrico.

Símbolo Regional da luta por SANEAMENTO

As ocupações irregulares em áreas de risco é apenas um dos problemas do nosso velho Cachoeira. Entre todas as questões que devem ser discutidas no Painel do Cachoeira, certamente, o reflorestamento de matas ciliares e o saneamento ambiental são os mais relevantes.

Quem mais mobilizou e fez pelo Cachoeira foi o Programa de Recuperação da Bacia do Rio Cachoeira da Universidade Estadual de Santa Cruz, conduzido por Maria Luzia de Mello Torres. O programa mobilizou comitês nos municípios e viabilizou algumas ações concretas de reflorestamento, saneamento e educação ambiental. Por isto, inclusive, a professora Maria Luzia recebeu o Prêmio Cláudia 2007.

É o rio mais castigado por esgotos e depósitos irregulares de lixo urbano no trecho do sul da Bahia. O projeto do Cachoeira com águas despoluídas e melhor fluxo hídrico durante todo o ano, depende de obras de saneamento ambiental e reflorestamento nos municípios de sua bacia hidrográfica. Em outras palavras, as ações para o rio Cachoeira despoluído, com seus “pitus”, passa pela melhoria da qualidade de vida de milhares de pessoas.

Um comentário:

*POPMüller* disse...

...a triste monitoração silenciosa do ribeirinho é um fato, e a dos poderes públicos em relação aos mesmos?