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O clima do sul da
Bahia é um quente e
úmido amazónico, com chuvas abundantes. Em Ilhéus chega a 2000 mm por ano. É uma grande marca.
As frentes frias passam por aqui o ano inteiro e fazem chover sempre, mas é no verão que os índices pluviométricos aumentam muito e nossos rios mostram sua grandeza. As chuvas aqui chegam muito mais amenas que no sul e sudeste e provocam menos danos. Dessa vez a frente fria fez chover desde o dia 21 de Novembro a 2 de Dezembro, provocando cheias nos rios Cachoeira, Salgado, Contas e sobretudo na região da bacia do rio Almada, que teve seu pico de cheia em mais de uma década.
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O rio Almada (foto abaixo e acima em
Coaraci), que está a mais de três metros acima do nível normal. As comunidades ribeirinhas de
Ibicaraí (rio Salgado) e
Almadina (rio Almada) são as mais
afetadas pelas cheias. Esses rios agonizam nos períodos de maior estiagem e
ressurgem no verão em grandes cheias. Acorda meu povo vai
monitorar esses rios, recapitulando seus principais problemas, os programas existentes e o que podemos esperar.
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Como já sabemos, as prefeituras de Ilhéus e
Itacaré precisam organizar seu batalhão para a limpeza das praias, após a secagem natural das baronesas, especialmente da Avenida
Soáres Lópes, que recebem toneladas de "baronesas", lixo e entulhos.
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As "baronesas" chegam às praias, mas quem são elas?
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Eichornia crassipes
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O que no sul da Bahia chamamos popularmente de baronesas, ou aguapé, tem o nome científico de Eichornia crassipes. É uma planta da bacia amazônica que se espalhou pelas regiões tropicais e subtropicais de todo o mundo. Costumam se multiplicar em rios de água parada e nas cheias do verão se movem com as correntes de água e o vento e vão parar nas praias.
Como o rio Cachoeira agoniza em alguns trechos, essa planta se multiplica e forma tapetes intermináveis à superfície da água entre Itabuna e Ilhéus. Mas apesar de ajudarem no tratamento de efluentes, purificando as águas, causam prejuízo ao ecossistema desses rios por causa do efeito sombra, alterando as características físico-químicas da água, e ameaçando as espécies locais.
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Existem alternativas defendidas pelos ambientalistas para controlar essa praga como usar os subprodutos dessa vegetação tais como: composto orgânico, ração para gado, produção de carvão vegetal, de gás metano, de celulose, etc, mas que até o momento não se mostraram economicamente viáveis, pela dificuldade de coleta, que necessitaria de gruas com pás colhedoras e por essa vegetação conter grandes quantidades de água.
Esperamos então um rio Cachoeira e Almada mais saudável como forma de evitar a proliferação das baronesas - Eichornia crassipes, e no futuro reduzirmos os transtornos que elas têm causado. Quanto ao lixo, vamos ter que trabalhar bastante os sistemas de coleta e reciclagem, e educação ambiental para mudar esse hábito irracional de jogar lixo nos rios.
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