Ocupações Irregulares
A expansão urbana de Ilhéus deve ser orientada para que não avance para áreas estratégicas para a conservação, um bem público que deve ser parceiro do desenvolvimento.
Quando falamos em ocupações irregulares não fazemos referência, apenas, às que são realizadas pelos movimentos populares, mas também pelo governo e por todas as classes sociais. É preciso questionar a invasão do espaço público, por um barraco, ou um hotel de luxo, em igualdade de condições.
Ilhéus recebeu quase 100 mil novos moradores nos últimos 20 anos, uma migração em massa motivada pela crise do cacau. São os retirantes da área rural, refugiados da crise do cacau, exilados do desemprego e da fome, vindos de várias cidades. Não nos preparamos adequadamente e nem tivemos o devido apoio politico para receber essa demanda.
O município precisa separar o joio do trigo, diferenciando as pessoas carentes de moradia, dos especuladores de terrenos, e só um bom programa de assistência social pode fazer isso. Por outro lado, a impunidade e a cumplicidade da sociedade com as ocupações irregulares ajudam a criar uma cultura e uma mentalidade de invasão de áreas públicas.
Abordar a questão das ocupações irregulares em massa, requer entender, a fundo, as carências desse território. E esse é um dos problemas mais densos, com várias implicações de ordem política, técnico-administrativa, sócio-econômica e cultural. É preciso investir em informação, em uma política aprofundar o serviço social e identificar- cadastrar as pessoas em condição de desproteção social.
Sem uma política de crescimento urbano ordenado, a própria população passou a ditar as regras de ocupação. A ocupação sem critérios vem acompanhada de prejuízos significativos para a cidade, as áreas públicas, sensíveis e de 14>proteção ambiental. Cabe ao governo, separar o joio do trigo, diferenciando os “sem teto” dos grileiros profissionais e especuladores, que agem em benefício próprio.
Todos tem direito a moradia, e o governo preciso dar uma alternativa a esses moradores, e exigir deles, responsabilidade. Ilhéus tem uma série de ocupações irregulares que reclama uma solução. Elas precisam serem analisadas, e soluções de reassentamento atrelado a projetos de novos bairros populares precisam acontecer.
Invasão do São Domingos, entre a pista da Ilhéus-Itacaré e o Manguezal, hoje, com muitas casas de ovenaria. A invasão que gerou protestos na comunidade, e advertências do IBAMA e do Ministério Público à Prefeitura Municipal de Ilhéus, não foi resolvida. O caráter social da questão habitacional, e a dificuldade do município de realizar projetos de reassentamento, têm gerado a conivência dos órgãos fiscalizadores e Ministérios Públicos com o problema.
Mas a pressão por novas ocupações é constante. No mesmo local, do outro lado da pista, onde não existe tubulação, novos aterros e tentativas de ocupação da faixa de mangue têm sido evitados pelo município.
O que mais preocupa hoje, é que existem novas frentes de invasões e ocupações desordenadas, o seja, que vão criar problemas no futuro. Especialmente, devemos estar atentos ao trecho ilheense da Estrada Ilhéus-Itacaré, onde ocorre uma nova onda de invasões, recheada de agressões ambientais. A Área Proteção Ambiental da Lagoa Encantada e o Parque Municipal da Mata da Esperançaça também estão sob forte pressão.
O ruim da invasão dessas áreas, é que ela legitima e pereniza um crime contra todos; a comunidade perde espaço, perde orlas, avenidas, parques, praças e vistas, e o meio ambiente é degradado.
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Um abraço
Efigênia