O crime do Alto do Amparo
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Ilhéus está em vias de perder um de seus mais extraordinários mirantes, por conta de ocupações irregulares. O povo projetou, por conta própria, uma comunidade nas encostas do Morro do Amparo. Se nada for feito, os residentes, visitantes, e futuras gerações, não poderão usufruir de uma das melhores vistas do litoral brasileiro.
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A invasão avançou para uma área de excepcional valor cênico e recreativo, descumprindo a legislação e o Plano Diretor. De forma muito rápida, a área foi dividida em lotes, e logo chegaram os primeiros ocupantes, acompanhados pelo serviços da empresa pública de energia elétrica. Em menos de dois anos, a ocupação já está se consolidando com as primeiras casas de alvenaria.
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O local que foi respeitado através dos séculos, até que, recentemente, fosse demarcado em lotes, de forma aleatória, avançando sob as encostas em todas as direções, num ângulo de 360 graus.
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O caso do Alto do Amparo é chocante, pois o local tem uma vista espetacular, e quem tem intimidade com Ilhéus, conhece bem. É um contra ponto do que se vê do Mirante de Serra Grande, e com um ângulo de visão ainda melhor - 160 graus de paisagem florestal, do rio Almada e do litoral atlântico. .
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Há alguns anos atrás, o governo municipal anunciou um projeto de praça pública. Isto nos deixou mais tranqüilos e esperançosos que a vocação desse local fosse respeitada. No entanto, a invasão, apelidada pela comunidade de Favelinha, altera esse plano.
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A população planejou, por conta própria, a transformação do mirante do amparo e toda a encosta numa comunidade. Até as novas entradas para o morro estão sendo definidas. Está nascendo mais uma favela.
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A vocação de uma dos pontos mais altos da cidade, aonde se pode ir de carro até o topo, inspira uma grande praça de lazer e comtemplação. A previsão de uma futura plataforma interligada com um plano inclinado ou elevador, também se justifica plenamente, como grande atração turística e necessidade de transporte das comunidades.
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O aproveitamento do Mirante do Alto do Amparo é um sonho antigo, que pode estar acabando. A cidade toda perde, a começar pelas comunidades locais, por conta de um pequeno grupo de pessoas, que decidiram morar em áreas de risco e de difícil urbanização.
Trata-se de um crime contra o patrimônio comum, que inviabiliza um importante espaço de integração com a cidade, e de relevância para a sociedade, o urbanismo e a cultura regional.
Os primeiros prejudicados são os próprios moradores das comunidades dos morros do Alto do Amparo, Legião e adjacências, pois este é um dos poucos espaços livres para consolidar áreas de lazer e melhorar a qualidade de vida nos morros.
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Quanto mais o poder público demora para agir, e comunicar às pessoas um projeto de cidade, mais avançam as ocupações, em doses lentas. E sem gerar reações na sociedade, como costuma ocorrer no fórum privado, a coletividade perde espaços com valores estratégicos para o desenvolvimento com qualidade.
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Fred