domingo, outubro 02, 2011

Comunidades atingidas pelo projeto da Bamin reclamam de descaso do governo



Há 45 dias da audiência pública para apresentação do Relatório dos Impactos Ambientais da nova localização para um novo porto em Ilhéus, pequenos agricultores atingidos pela nova poligonal e desapropriação, sentem-se ignorados, e inseguros. Afirmam, que não possuem as mínimas informações sobre o que pode acontecer com eles.


Formaram uma comissão, e foram à luta para entender os acontecimentos repentinos que podem mudar radicalmente suas vidas. Reclamam que não receberam a devida atenção do governo, e que não foi realizado um diagnóstico adequado sobre o impacto em suas comunidades.


Um impacto socioambiental inevitável em uma região agroflorestal. O mínimo que se pode fazer, é tratá-los com toda dignidade e respeito, ouví-los, entender o cotidiano e o que eles estão sentindo. Essa é a nossa população tradicional, de trabalhadores do campo, com longas jornadas de dificuldades, e a pressa do desensolvimento não deve atropelar o básico, que é inclusão social com respeito à identidade cultural.


E cabe a nós, missão dos jornalistas, perceber essas vozes, os lembretes desses movimentos, e publicitar, afinal, como diz o Bispo Dom Mauro, "Devemos estar com os ouvidos atentos, e os olhos arregalados para escutar a Deus, e vê-lo, nos acontecimentos de nossa vida.


São centenas de pessoas, nem todos proprietários, mas também visitantes, agregados, extrativistas do lugar, que não sabem o que pode acontecer com eles, amanhã.


Quando falamos de agricultor, nem sempre falamos dos donos das terras, mas desses trabalhadores, esses resistentes que mantêm viva a esperança de viver no campo com dignidade.


Precisamos ter muito cuidado nessa hora, e evitar qualquer a indiferênça com os que mais perdem com o projeto, pois perdem não apenas um local de trabalho, mas seu espaço sociocultural. Eles são os nossos nativos, mais autóctones e aborígenes em relação à natureza, e representam não apenas a agricultura tropical do sul da Bahia, mas, realmente, uma cultura com todos os seus valores.

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