Lições da Guerra aos Pés do Redentor

Nós leigos sempre tivemos essa noção de que é possível enfrentar esse poder paralelo, dominar esses caras que vivem esculhambando com a moral de nossa ordem publica e forças militares.
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E afinal, cabe mesmo ao exército buscar suas armas traficadas contra o povo, e basta desse Brasil onde um bando de garotos dominam a ordem pública. Se assim continuar, só resta ver helicopteros derrubados e quarteis. em chamas
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Ora, nós podemos ser um país, e precisamos defendê-lo inteiramente de qualquer ameaça externa ou interna, e combater o mal precisa ser um exercicio inteligente contra a violência. O mérito dessa operação foi o seu caráter "contra a violência", para isso a Marinha construiu seus blindados, para defender as nossas crianças.
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Parecia o 11 de setembro, a TV mudou a programação, e os brasileiros refletiram a violência em dose dupla, misturando ficção e realidade. Mas só que nesse episódio o inimigo é interno, é patrocinado pela pobreza e curripção nacional. Ainda falta muito pra entender o final desse filme, muito trabalho competente e muito amor para que esse momento não vire marketing político, pré-copa, pré-olímpico, moda, brincadeira da ficção.
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Enquanto os cinemas lotam com Tropa de Elite 2 em recorde nacional absoluto, a TV repete o Bope real. Tudo se mistura e o verdadeiro Capitão Nascimento do filme virou estrategista e aparece na TV Globo como comentarista de segurança para narrar o nosso Dia D de combate ao crime, tudo organizado em uma consagrada audiência.
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Parece que tudo deu certo, primeiro porque as forças militares se uniram, o povo gostou do que viu, e foi uma bela lição para os bandidos de todo o Brasil, demonstrando que o poder maior é do bem e é a força pública. Ao mesmo tempo os militares se viram na graça da imprensa, e amigo do povo. Melhor impossível, é como uma guerra da paz, uma sensação de dever cumprido no cinema e na vida real com direito a pipoca com refrigerante, pois o carro e as motos são nossas mas a guerra mesmo é no mundo paralelo que só conhece quem mora lá.
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Está tudo muito bom se continuar assim, sem mortes, porque a maior vitória dessa operação foram as baixas mínimas, foi a superioridades das forças do bem. A morte sempre complica as coisas, trás mais problemas, mais revoltados, afinal esses marginais também são brasileiros e possuem suas famílias nessas periferias.
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O legal é que a ficção ajudou a realidade e a ocupação foi compreendida pela população, como uma força tarefa conjunta, uma rede organizada à luz da fiel vigilância da imprensa. Assim, a coisa saiu como está na constituição, sem torturas, sem excessos, e sobretudo, enaltecendo a inteligência, a competência e o bom censo.
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A cocaína vai continuar pois esse é um outro problema que precisa também de outros remédios de segurança territorial e também da democratização do tratamento de viciados, mas as comunidades carentes dominadas pela violência precisa já, à partir de agora, no Rio de Janeiro e em todas as partes do Brasil. Essa é a grande lição desse teatro de operações militares e jornalísticas, nossas cidades não devem continuar a ser apartheid, precisam ser um território livre, onde se garanta a dignidade e a liberdade de todos os cidadãos, indistintamente.

RODRIGO PIMENTAL QUANDO AINDA ERA "O CAPITÃO NASCIMENTO", ANTES DE DEIXAR O BOPE E VIRAR CONSULTOR, ESCRITOR, PALESTRASTE E COMENTARISTA. ESSA É UMA ENTREVISA HISTÓRICA, QUE DIZ A VERDADE SEM GLAMOUR. IMPERDÍVEL.



RODRIGO PIMENTAL 2 ...



TENETE CORONE PAULO HENRIQUE, COMANDANTE DO BOPE NESSA BEM SUCEDIDA E PARADIGMÁTICA OCUPAÇÃO, AINDA COM FÔLEGO PAR FALAR COM A IMPRENSA.

E PRA QUE NIGUÉM SE ESQUEÇA QUE ISSO É MESMO UMA GUERRA REAL, VEJA OS MOMENTOS NÃO FICCIONAIS ANTERIORES AO QUE VEMOS COMO O SHOW NACIONAL DA VIOLÊNCIA VIVENCIADA, MAS QUE É FEITA DE CARNE, PELE E SANGUE BRASILEIRO.


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