sábado, novembro 14, 2009

Henrique Berbert de Carvalho

A Lição de Futuro do Rei da Floresta do Século XXI.
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Quem disse que um índio não pode ser louro e ter olhos azuis? Aqui em Ilhéus posso imaginar que tivemos um índio assim, pois pensar em Henrique Berbert de Carvalho é pensar em alguém com a floresta no sangue, no nome e na história de vida.

Voltando a 1860, seu bisavô, o imigrante alemão Henrique Berbert, de quem herdara o nome e a bravura, guiava o príncipe da Áustria, Maximiliano da Habsburgo (foto ao lado) em sua visita a Ilhéus com uma equipe de naturalistas para conhecer e descrever nossa floresta. O jovem príncipe se encantou com Berbert, o maior conhecedor das matas da região, e o chamou de o Rei da Floresta.

Um século depois, no berço da civilização cacaueira, dois bisnetos ousam reassumir o sonho de conhecer e proteger a floresta. O mais velho, André Mauricio de Carvalho resgatou o sonho de Maximiliano, produzindo um inestimável patrimônio científico sobre nossas florestas para o mundo. E é nessa trilha que vem Henrique, como um homem do futuro, um realizador de sonhos.

Agrônomo e Mestre em Meio Anbiente, Henrique aproveitou a crise do cacau para transformar a roça de sua família em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN, e assim definir sua missão: defender a conservação das florestas.

Na RPPN do Teimoso, Henrique e sua esposa, a Agrônoma e também Mestre em Meio Ambiente, Lucélia Berbert, junto com seus dois filhos Joel e Aldo, compartilharam esse sonho, transformando a fazenda em um acolhedor centro de visitação e pesquisa. O trabalho persistente gerou estudos, conhecimentos e intercâmbio científico sobre a fauna e a flora da mata atlântica, inclusive gerando descoberta de novas espécies, e, sobretudo, promovendo a consciência ambiental.

Henrique Berbert de Carvalho entra para a história como exemplo de homem do futuro, ícone da proteção da mata atlântica, e deixa um legado de extrema importância. Sua principal mensagem foi sobre a importância da proteção florestal em propriedades privadas, uma lição que ele pôs em prática.
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A iniciativa da Serra do Teimoso tornou-se referência e exemplo, e a colaboração de Henrique foi fundamental para a criação de outras reservas, particulares e públicas, na Bahia e em outros estados. Tornou-se liderança na área de conservação florestal, atuando como Presidente da Associação de RPPN`s da Bahia e Sergipe -PRESERVA, e Vice-Presidente da Confederação Nacional de RPPN´s - CRNPPN. Nos últimos meses, dedicava-se à coordenação de um projeto de adequação ambiental de assentamentos rurais do Corredor Central da Mata Atlântica pelo Instituto Floresta Viva-BA.
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Henrique Berbert não parou de sonhar e acreditar em seu sonho um só instante, junto com sua familia. A caminhada continua com os novos defensores de florestas que ajudou a formar, especialmente, seu filho Joel Berbert, que segue firme nessa estrada do Século XXI.
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Depositamos a saudade junto com os sonhos na perenidade do Jequitibá do Teimoso, que tem mais séculos que o Brasil, e que Henrique Berbert nos levou até a copa, através de uma plataforma mirante, para ensianr a todos a importãncia e valor das florestas. As teimosas sementes do jequitibá continuarão a ser como as suas, boas para a floresta e para as pessoas.

Conheça um pouco mais o trabalho de Henrique Berbert de Carvalho através da reportagem de Maura Campanili - Revista Pesquisa FAPESP - São Paulo / SP, fevereiro de 2007. Reportagem congratulada com Menção Honrosa do Prêmio de Reportagem sobre a biodiversidade da mata atlântica da Conservation Internacional.

7 comentários:

Anônimo disse...

QUE PENA PERDERMOS ESTE
DEFENSOR DA NATUREZA!!!

Alfredo Dantas disse...

Prezado Paulo,

Fui colega de Henrique e Lucélia (permita-me uma correção - ela também é Agrônoma) na Escola de Agronomia da Ufba, e os conheci antes mesmo de começarem a namorar. Desde então, nos encontramos diversas vezes (inclusive na serra do Teimoso), o que era motivo de grande satisfação para mim.
Te parabenizo pela homenagem. Tenho certeza de que "o índio louro e de olhos azuis" não gostaria de ser lembrado de outra forma que não essa.
Um abraço,

Alfredo Dantas.

Anônimo disse...

Obrigado Alfredo, já fiz a correção.

Paulo Paiva

Anônimo disse...

Caro Paulo,
>
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> Muito boa sua matéria e muito bem lembrada. Estas pessoas que fazem
> nossa história, às vezes, quase no anonimato, ou somente para o
> conhecimento de uns poucos, devem ser reconhecidas pelo seu fazer.
> Parabéns! Estarei publicando (com sua permissão) no meu blog.
> Posso colocá-la no jornal na próxima semana?
> Abraços,
> Maria Luiza Heine

Anônimo disse...

Paulinho

Já estou publicando no site do Ação Ilhéus. Apenas uma observação: O nome é Berbert (Bê É rê bê É rê tê) como Zé Nazal o chamava e contou a história de quando Henrique chegou na Faculdade em Minas e o Prof. Pergunto o nome dele, ao que respondeu assim: Henrique Berbert (Bê É rê bê É rê tê). Agora imagine quem conhecia o alfabeto bahiano... rsrsrsrs...


Socorro

Anônimo disse...

Já concertei querida Socorro, mas voce sabe que tem muitos documentos escrito Berbet, que, por conta de minha ignorância, acabei ficando na dúvida.

Voce sabe que eu me sinto frustrado porque não consegui terminar um trabalho nem com André e nem com Henrique, duas grandes fontes inspiradoras.

vsleu

Paulo Paiva

Unknown disse...

Oi Paulinho,
Muito obrigada pela homenagem que voce fez ao meu amado e inesquessível marido.
Ficamos agradecidos Joel, Aulo e eu pela reportagem. Acho que voce foi muito feliz quando o comparou ao índio, pois realmente ele era como um indio. Amava muito a floresta.
Com carinho
Lucélia Berbert