A Lição de Futuro do Rei da Floresta do Século XXI..Quem disse que um índio não pode ser louro e ter olhos azuis? Aqui em Ilhéus posso imaginar que tivemos um índio assim, pois pensar em Henrique Berbert de Carvalho é pensar em alguém com a floresta no sangue, no nome e na história de vida.
Voltando a 1860, seu bisavô, o imigrante alemão Henrique Berbert, de quem herdara o nome e a bravura, guiava o príncipe da Áustria, Maximiliano da Habsburgo (foto ao lado) em sua visita a Ilhéus com uma equipe de naturalistas para conhecer e descrever nossa floresta. O jovem príncipe se encantou com Berbert, o maior conhecedor das matas da região, e o chamou de o Rei da Floresta. Um século depois, no berço da civilização cacaueira, dois bisnetos ousam reassumir o sonho de conhecer e proteger a floresta. O mais velho, André Mauricio de Carvalho resgatou o sonho de Maximiliano, produzindo um inestimável patrimônio científico sobre nossas florestas para o mundo. E é nessa trilha que vem Henrique, como um homem do futuro, um realizador de sonhos.
Agrônomo e Mestre em Meio Anbiente, Henrique aproveitou a crise do cacau para transformar a roça de sua família em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN, e assim definir sua missão: defender a conservação das florestas.
Na RPPN do Teimoso, Henrique e sua esposa, a Agrônoma e também Mestre em Meio Ambiente, Lucélia Berbert, junto com seus dois filhos Joel e Aldo, compartilharam esse sonho, transformando a fazenda em um acolhedor centro de visitação e pesquisa. O trabalho persistente gerou estudos, conhecimentos e intercâmbio científico sobre a fauna e a flora da mata atlântica, inclusive gerando descoberta de novas espécies, e, sobretudo, promovendo a consciência ambiental.
Henrique Berbert de Carvalho entra para a história como exemplo de homem do futuro, ícone da proteção da mata atlântica, e deixa um legado de extrema importância. Sua principal mensagem foi sobre a importância da proteção florestal em propriedades privadas, uma lição que ele pôs em prática.
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A iniciativa da Serra do Teimoso tornou-se referência e exemplo, e a colaboração de Henrique foi fundamental para a criação de outras reservas, particulares e públicas, na Bahia e em outros estados. Tornou-se liderança na área de conservação florestal, atuando como Presidente da Associação de RPPN`s da Bahia e Sergipe -PRESERVA, e Vice-Presidente da Confederação Nacional de RPPN´s - CRNPPN. Nos últimos meses, dedicava-se à coordenação de um projeto de adequação ambiental de assentamentos rurais do Corredor Central da Mata Atlântica pelo Instituto Floresta Viva-BA. .
Henrique Berbert não parou de sonhar e acreditar em seu sonho um só instante, junto com sua familia. A caminhada continua com os novos defensores de florestas que ajudou a formar, especialmente, seu filho Joel Berbert, que segue firme nessa estrada do Século XXI.
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Depositamos a saudade junto com os sonhos na perenidade do Jequitibá do Teimoso, que tem mais séculos que o Brasil, e que Henrique Berbert nos levou até a copa, através de uma plataforma mirante, para ensianr a todos a importãncia e valor das florestas. As teimosas sementes do jequitibá continuarão a ser como as suas, boas para a floresta e para as pessoas.
Conheça um pouco mais o trabalho de Henrique Berbert de Carvalho através da reportagem de Maura Campanili - Revista Pesquisa FAPESP - São Paulo / SP, fevereiro de 2007. Reportagem congratulada com Menção Honrosa do Prêmio de Reportagem sobre a biodiversidade da mata atlântica da Conservation Internacional.
Comentários
DEFENSOR DA NATUREZA!!!
Fui colega de Henrique e Lucélia (permita-me uma correção - ela também é Agrônoma) na Escola de Agronomia da Ufba, e os conheci antes mesmo de começarem a namorar. Desde então, nos encontramos diversas vezes (inclusive na serra do Teimoso), o que era motivo de grande satisfação para mim.
Te parabenizo pela homenagem. Tenho certeza de que "o índio louro e de olhos azuis" não gostaria de ser lembrado de outra forma que não essa.
Um abraço,
Alfredo Dantas.
Paulo Paiva
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> Muito boa sua matéria e muito bem lembrada. Estas pessoas que fazem
> nossa história, às vezes, quase no anonimato, ou somente para o
> conhecimento de uns poucos, devem ser reconhecidas pelo seu fazer.
> Parabéns! Estarei publicando (com sua permissão) no meu blog.
> Posso colocá-la no jornal na próxima semana?
> Abraços,
> Maria Luiza Heine
Já estou publicando no site do Ação Ilhéus. Apenas uma observação: O nome é Berbert (Bê É rê bê É rê tê) como Zé Nazal o chamava e contou a história de quando Henrique chegou na Faculdade em Minas e o Prof. Pergunto o nome dele, ao que respondeu assim: Henrique Berbert (Bê É rê bê É rê tê). Agora imagine quem conhecia o alfabeto bahiano... rsrsrsrs...
Socorro
Voce sabe que eu me sinto frustrado porque não consegui terminar um trabalho nem com André e nem com Henrique, duas grandes fontes inspiradoras.
vsleu
Paulo Paiva
Muito obrigada pela homenagem que voce fez ao meu amado e inesquessível marido.
Ficamos agradecidos Joel, Aulo e eu pela reportagem. Acho que voce foi muito feliz quando o comparou ao índio, pois realmente ele era como um indio. Amava muito a floresta.
Com carinho
Lucélia Berbert