quinta-feira, julho 09, 2009

Pintura no Céu de Ilhéus

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Presentes em boa parte do país, ele é um super parceiro da mata atlântica, e um velho conhecido nosso. Trata-se do periquito Jandaia, também chamado de Periquito rei ou Jandaia estrela, cujo nome científico é Aratinga áurea.
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É uma das espécies de aves que foram mais torturadas ao longo dos anos, e todos nós, em algum momento de nossas vidas vimos um deles enjaulado ou amarrado por uma cordinha. Mas com a ação dos órgãos ambientais e maior divulgação da proibição de captura de animais silvestres, as agressões a essa bela ave têm diminuído.
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Ainda assim, por dependerem das matas para se alimentarem, sua população tem diminuído em função da supressão progressiva das florestas e agroflorestas em regiões como o sul da Bahia. E se eles diminuem a floresta também perde força e vigor, e nós, ficamos mais tristes e mais pobres.
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Esses periquitos de alimentam de frutas, sementes e insetos, e atuam como grandes reflorestadores da Mata Atlântica, e em seus grandes passeios fazem um forte intercâmbio entre a mata e a restinga, a floresta e o mar.
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Na hora do descanso preferem as árvores na borda da mata até a beira da praia, e é por isso, que uma grande confraria de Jandaias resolveu fazer da avenida principal de Ilhéus, um dormitório.

De pares em pares, reuniram-se num grande bando com cerca de 1.600 indivíuos, como há muito não se via, e adotaram três amendoeiras localizadas da avenida Soares Lopes, no centro de Ilhéus como o seu local de descanço e pernoite. Chega a intrigar, porque haveriam de consolidar sua residência noturna em uma rua movimentada, barulhenta e sob oito lâmpadas acesas.

Mas isto está acontecendo aqui em Ilhéus desde março, em um verdadeiro espetáculo da liberdade. Todos os dias, a partir da 16h45 min. eles começam a chegar em pares e pequenos bandos, de várias direções ao norte e sul da cidade. O grande encontro permite que observemos inúmeras acrobacias, como os mergulhos no ar em alta velocidade.
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A grande reunião gera uma algazarra danada, enquanto escolhem seus poleiros. No dia seguinte, acordam cedo - umas seis horas, mas só voltam para as matas, onde se alimentam e se nidifificam, entre 8:00 e 8:30 min., depois de secarem suas asas, limparem os bicos, alguns fazem isso com areia, e realizarem aquecimentos de vôo. O ritual se repete todos os dias, e encanta os trauseuntes..

No Brasil, não se admite mais a captura de animais silvestres para criação em cativeiro, exceto com autorização expressa do IBAMA, mas aqueles que ainda desejam criar um pássaro como o periquito Jandaia nessas condições, pode fazê-lo com dignidade, adquirindo aves de criadouros registrados.

3 comentários:

http://faxineiradeilusoes.blogspot.com/ disse...

Lindo texto!!!! Também encanto-me com eles...rs Fazem vôos rasantes em minha rua e,em alguns momentos( privilégio rs) descansam em minha varanda, até em cima do muro!E o canto? Que bonito.Sabe, Paulo, domingo passado, eles visitaram aqui em casa e ouvindo o barulho peculiar deles,olhando-os no muro, senti saudades de minha infância...
Que bom termos o presente inesperado deles,não? Beijos. Continue escrevendo.Ana Virgínia Santiago

Anísio J.S. Cruz disse...

É um espetáculo imperdível. A revoada matinal dos periquitos jandaia me maravilha, todos os dias, durante a minha caminhada matinal. Com algumas jabuticabeiras alí próximo, além das amendoeiras e as fruteiras dos quintais, alimentos é que não faltam ao bando. Parabéns pelas fotos.

Anônimo disse...

Se me permite uma leve correção, lendo seu blog aqui, rapidinho, tem algo sobre Aratinga. Então, quando falamos de nomes científicos, o nome da espécie será sempre "os dois nomes". Então, tomemos a Aratinga. Aratinga é o gênero, Aratinga aurea é a espécie, entende?? Isso é sempre assim. Damos o nome de epíteto específico a esse nomezinho, o último, aurea.

Até mais, abração.

Ricardo Perdiz - Botânico