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Presentes em boa parte do país, ele é um super parceiro da mata atlântica, e um velho conhecido nosso. Trata-se do periquito Jandaia, também chamado de Periquito rei ou Jandaia estrela, cujo nome científico é Aratinga áurea.
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É uma das espécies de aves que foram mais torturadas ao longo dos anos, e todos nós, em algum momento de nossas vidas vimos um deles enjaulado ou amarrado por uma cordinha. Mas com a ação dos órgãos ambientais e maior divulgação da proibição de captura de animais silvestres, as agressões a essa bela ave têm diminuído.
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Ainda assim, por dependerem das matas para se alimentarem, sua população tem diminuído em função da supressão progressiva das florestas e agroflorestas em regiões como o sul da Bahia. E se eles diminuem a floresta também perde força e vigor, e nós, ficamos mais tristes e mais pobres.
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Esses periquitos de alimentam de frutas, sementes e insetos, e atuam como grandes reflorestadores da Mata Atlântica, e em seus grandes passeios fazem um forte intercâmbio entre a mata e a restinga, a floresta e o mar.
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Na hora do descanso preferem as árvores na borda da mata até a beira da praia, e é por isso, que uma grande confraria de Jandaias resolveu fazer da avenida principal de Ilhéus, um dormitório.
De pares em pares, reuniram-se num grande bando com cerca de 1.600 indivíuos, como há muito não se via, e adotaram três amendoeiras localizadas da avenida Soares Lopes, no centro de Ilhéus como o seu local de descanço e pernoite. Chega a intrigar, porque haveriam de consolidar sua residência noturna em uma rua movimentada, barulhenta e sob oito lâmpadas acesas.
Mas isto está acontecendo aqui em Ilhéus desde março, em um verdadeiro espetáculo da liberdade. Todos os dias, a partir da 16h45 min. eles começam a chegar em pares e pequenos bandos, de várias direções ao norte e sul da cidade. O grande encontro permite que observemos inúmeras acrobacias, como os mergulhos no ar em alta velocidade.
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A grande reunião gera uma algazarra danada, enquanto escolhem seus poleiros. No dia seguinte, acordam cedo - umas seis horas, mas só voltam para as matas, onde se alimentam e se nidifificam, entre 8:00 e 8:30 min., depois de secarem suas asas, limparem os bicos, alguns fazem isso com areia, e realizarem aquecimentos de vôo. O ritual se repete todos os dias, e encanta os trauseuntes..
No Brasil, não se admite mais a captura de animais silvestres para criação em cativeiro, exceto com autorização expressa do IBAMA, mas aqueles que ainda desejam criar um pássaro como o periquito Jandaia nessas condições, pode fazê-lo com dignidade, adquirindo aves de criadouros registrados.
3 comentários:
Lindo texto!!!! Também encanto-me com eles...rs Fazem vôos rasantes em minha rua e,em alguns momentos( privilégio rs) descansam em minha varanda, até em cima do muro!E o canto? Que bonito.Sabe, Paulo, domingo passado, eles visitaram aqui em casa e ouvindo o barulho peculiar deles,olhando-os no muro, senti saudades de minha infância...
Que bom termos o presente inesperado deles,não? Beijos. Continue escrevendo.Ana Virgínia Santiago
É um espetáculo imperdível. A revoada matinal dos periquitos jandaia me maravilha, todos os dias, durante a minha caminhada matinal. Com algumas jabuticabeiras alí próximo, além das amendoeiras e as fruteiras dos quintais, alimentos é que não faltam ao bando. Parabéns pelas fotos.
Se me permite uma leve correção, lendo seu blog aqui, rapidinho, tem algo sobre Aratinga. Então, quando falamos de nomes científicos, o nome da espécie será sempre "os dois nomes". Então, tomemos a Aratinga. Aratinga é o gênero, Aratinga aurea é a espécie, entende?? Isso é sempre assim. Damos o nome de epíteto específico a esse nomezinho, o último, aurea.
Até mais, abração.
Ricardo Perdiz - Botânico
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