sábado, maio 17, 2008

Harpia no Sul da Bahia

O Grande Desafio da mais extraordinária águia do mundo é sobreviver na natureza, se o homem permitir. Quase extinta na Mata Atlântica, raramente tem reaparecido, como aconteceu esta semana, em Itagimirin, no extremo sul da Bahia, o que reacende a esperança na sua recuperação.


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A Harpia harpyja, ou simplesmente Harpia é o nome da maior águia das Américas e uma das maiores aves de rapina do mundo. Povoa as florestas da América Central e do Sul, mas sua morada principal é o Brasil. É a rainha das florestas brasileiras, da amazônia e da mata atlântica, e uma das principais vítmas do desmatamento.
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Essa podrosa ave necessita de grandes áreas de vida, 100 km2 por casal, para garantir seu sustento e reprodução, já que se alimenta de mamíferos, a exemplo de macaco e preguiças, que também estão ameaçados em nossas matas. Por isso, atualmente está restrita à amazônia, devido à perda de habitat e à baixa densidade local de presas na mata atlântica, onde raramente é vista, e é considerada ma espécie praticamente extinta. Registros nesse ecossistema são raríssimos, mas aconteceram em 2005, na Reserva Natural Vale do Rio Doce, em Linhares, no Espírito Santo, e na Estação Veracel, em Porto Seguro, onde foi encontrado um ninho.
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A Senhora dos Ares e a mais forte ave de rapina do mundo não tem mais forças para sobreviver na mata atlântica.

Ninho descoberto na Estação Veracel (Foto:João Marcos)

A Harpia encontrada debilitada em uma fazenda de Itagimirin, no extremo sul da Bahia renova as esperanças da existência e conservação de uma população residente local. É uma fêmea com um metro e seis centímetros de cumprimento, dois metros de envergadura e pesa mais de dez quilos. Um trabalho bem realizado pela pesquisadores dos projetos Harpia na Mata Atlântica e Gavião Real, viabilizou os cuidados especiais e uma reintrodução no Parque Nacional de Pau Brasil, com 23.777 hectares e a utilização de um GPS, permitirá seu monitoramento via satélite pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, durante quatro anos, isto, se ela sobreviver.


Harpia em Itagimirin, esperança de sobrevivência será monitorada por satélite.

Não sabemos exatamente qual a situação dessa Harpia, mas o estudo realizado sobre o aparecimento de uma harpia na Reserva Natural Vale do Rio Doce, indica que, em função dos desmatamentos no norte do Espírito Santo, seria possível que indivíduos pudessem atingir eventualmente o extremo sul da Bahia. Seja qual for a história dessa Harpia, esperamos que ela consiga sobreviver na natureza.

3 comentários:

Anônimo disse...

Valu fera! fiquei feliz com seu blog, pois tem tudo a ver com Ilhéus. Vou colocar o link e mandar um alô para os internautas. Se possivel mande um artido sobre o porto Sul, pois sei que vc tem opinião formada, e nos temos um certo receio sobre o porto sul, já que sou residente no litoral norte.

Estamos aqui.

Um abraço

Jamesson Araujo

Anônimo disse...

Oi Paulo,

obrigada. Vou encaminhar para as pessoas responsaveis pela comunicaçao da Aliança para Conservação da Mata Atlântica.
abraços
Ivana

Rivaldo disse...

POxa!!!

Estou muinto feliz por alguem da Bahia se preocupar em fazer um blog tão inteligente. Muinto bom por se preocupar com a natureza. Só falta agora um Guia de Campo da Bahia mostrando nossa Fauna e Flora e inclusive os tipos de pássaros das matas da Bahia.

Parabens a todos e Felicidades.
Rivaldo de Azevedo
razevedo98@gmail.com