"O Brasil não pode chegar na Rio+20 com retrocessos"
Em entrevista exclusiva à Carta Maior, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, faz um balanço das duas últimas décadas nas lutas ambientais e exorta o governo brasileiro a assumir o papel de propositor na Rio+20, para “criar o constrangimento ético” e fazer avançar a agenda ambiental. Sobre uma das principais polêmicas do Fórum, ela afirma preferir trabalhar o conceito de desenvolvimento sustentável a “entrar nessa discussão de economia verde ou azul ou amarela”.
Maurício Thuswohl
Porto Alegre – Marina Silva talvez seja a personagem mais emblemática do Fórum Social Temático 2012, que também serve como evento preparatório à Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável da ONU (Rio+20) que acontecerá em junho no Brasil. Como militante da causa ambiental, Marina participou na Rio-92 daquele momento histórico de articulação do movimento socioambientalista no Brasil. Como ministra do Meio Ambiente durante parte do governo Lula, ajudou a levar o país ao lugar de protagonista das negociações multilaterais que envolvem todo o planeta no combate ao aquecimento global. Como senadora, atuou em importantes discussões da política ambiental brasileira que hoje têm no debate em torno do Código Florestal seu ponto de fervura.
Todos esses temas convergem nestes dias de FST 2012 em Porto Alegre, o que torna as opiniões de Marina Silva um importante termômetro da discussão ambiental no Brasil a poucos meses da Rio+20. Em entrevista exclusiva à Carta Maior, Marina faz um balanço das duas últimas décadas e exorta o governo brasileiro a assumir o papel de propositor na Rio+20, para “criar o constrangimento ético” e fazer avançar a agenda ambiental. Sobre uma das principais polêmicas do Fórum, ela afirma preferir trabalhar o conceito de desenvolvimento sustentável a “entrar nessa discussão de economia verde ou azul ou amarela”.
Sobre política, Marina afirma não saber se será novamente candidata em 2014 e afirma não tratar os 20 milhões de votos recebidos nas últimas eleições presidenciais como “uma herança que tenha que ficar administrando”. Marina também descarta nesse momento a criação de um novo partido: “Não se faz partido por causa de eleição. Partido se faz quando se tem ideia, quando se tem projeto e visão de mundo”, diz.
Comentários