domingo, julho 11, 2010

Sul da Bahia no Google Earth

A internet tem revolucionado o acesso e o intercâmbio de conhecimento e informações como nunca antes visto. Mecanismos de busca como Google tornaram-se um “oráculo” poderoso, verdadeiro aliado do cidadão.
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E essas informações chegam das mais variadas formas, seja através de contatos virtuais, textos, esquemas gráficos, fotos e vídeos, etc. Nesse universo de possibilidades, o Google Earth é uma das ferramentas mais interessantes, nos lançando no universo das informações geográficas através de imagens de satélite.

O Google Earth (baixe o programa aqui) permite visualizar o planeta do alto, do ponto de vista do satélite ou de um avião, cobrindo todo o planeta. Mas nem todas as regiões tem imagens com alta definição.

A região do sul da Bahia, por exemplo, demorou para ganhar imagens de alta definição, mas elas começam a aparecer nos últimos anos. Primeiro, uma área entre o aeroporto e alguns quilômetros depois do Cururupe, depois um trecho do litoral norte entre o São Miguel e Luzimares, e alguns meses atrás, uma grande área entre Itabuna, Ibicaraí e Buerarema, tendo Itapé ao centro.
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Na semana passada, a novidade: um grande trecho entre a cidade de Ilhéus até Ibicuí, também ganharam imagens com melhor definição.

O sistema de informações geográficas utilizando fotos de satélite é um instrumento estratégico para o planejamento do uso e ocupação do solo. É altamente didático e permite não apenas aos planejadores a compreensão do espaço, mas a qualquer pessoa, mesmo leiga.

Como um instrumento de educação ambiental, as imagens nos permite entender o resultado da paisagem indivisível - homem e meio ambiente, expondo o resultado dessa relação. O território visto do alto nos permite identificar problemas e soluções no planejamento do modelo de desenvolvimento.

Imagens que nos permitem enxergar nossos erros, e nos inspira corrigí-los com inteligência e lógica, tendo o ecossistema como um aliado de nossas atividades.

Vamos analisar cada uma dessas imagens, e entender um pouco mais sobre a saúde do lugar onde vivemos, a situação de nossos recursos naturais, e que tipo de espaço estamos construindo para o futuro de Ilhéus e do Sul da Bahia.

Vamos se conhecer por elas, se reconhecer nelas, e, todos juntos, governo e entidades civis, cada cidadão, entender como podemos nos acomodar por aqui, e apostar no desenvolvimento pleno, protegendo e recuperando o meio ambiente, ao invés de degradá-lo.

As quatro novas imagens em alta definição nos dão importantes lições. Por isso, Acorda Meu Povo inaugura esse painel de geoprocessamento; para que agente estude juntos, cada trecho dessa extraordinária região, que hoje, mais do que nunca, precisa de planejamento para se desenvolver em harmonia com suas vocações.
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A foto acima é de um pequeno trecho da imagem do litoral sul da Ilhéus, bem próximo à cidade. Nela podemos ver a mata atlântica remanescente, raridade na planície nordestina . Uma imagem rara, que dura pouco, em qualquer direção do seu voo no Google Earth. A conservação desse conjuntos de remanescentes de florestas e cabrucas é um desafio do desenvolvimento sustentável dessa região para o século XXI.


A grande imagem entre Ilhéus e Ibicuí é uma aula sobre as cabrucas e a mata atlântica. Voando a oeste de Ilhéus o patrimônio ambiental das cabrucas desaparece rapidamente. As fotos à seguir não parecem ser do Sul da Bahia. É que o show das cabrucas não vai longe, chega até Floresta Azul, e a oeste desta cidade não se ver mais florestas. O cenário de fragmentação é progressivo, culminando com um cenário de milhares de hectares aonde a mata atlântica foi extinta.

A floresta fragmentada caminha lentamente para a completa extinção. Um cenário de devastação - um sumiço geral das reservas legais. Ninguém cumpriu a lei, e o resultado econômico demonstra claramente um grande prejuízo ambiental, e baixa produtividade na ocupação do espaço.

A imagem abaixo abrange uma grande área entre Itabuna, Buerarema e Ibicaraí, tendo Itapé ao centro. São mais de trinta mil hectares completamente desmatadas com solos degradados, e um rio Cachoeira sem mata ciliar alguma, antes de chegar em Itabuna. Uma retrato que explica o estado lamentável do rio.
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Quando vi essa imagem, em uma região estratégica, cercada de importantes rodovias, me perguntei? Porque que a ZPE não poderia ser aqui? Seria muito interessante se pudéssemos ocupar uma área degradada como esta, e fazer com que o desenvolvimento industrial possibilitasse a recuperação ambiental.
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Creio que essa área foi pensada pelo governo, o que possibilitaria um outro trajeto para a ferrovia leste-oeste e o porto sul, saindo no litoral ao sul de Ilhéus. Mas questões relacionadas com os custos da obra, a topografia e as terras indígenas afastaram o projeto daí.
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Não podemos deixar de lembrar que a proteção do meio ambiente exige muitos recursos e tecnologias de ponta, mas isto ainda é economicamente mais prudente, se aprendermos a contabilizar adequadamente os custos relacionados com a recuperação ambiental.
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Essa área poderia ser uma solução para que esses projetos aconteçam no sul da Bahia, sem precisar sacrificar um outro ativo econômico importantíssimo, que é o consagrada paisagem natural do litoral norte de Ilhéus. .

Itapé ao centro de um bolsão de desmatamento.

Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente, o Google Earth já está exibindo esta região. Só que espero que as coisas desta vez, comece de forma correta. Onde está localizada Ceplac, seja informada de forma correta e não como está: Ceplac - Itabuna e Uesc - Ba.
E...desde já os ilheenses ficariam muito gratos! Ilhéus conquista dos seus cidadãos e não por manipulação, ou por interesse próprio dos políticos de Ilhéus......