Audiência Pública do Porto Sul
Ilustram essa reportagem, fotos de José Nazal, Castilho e Mary Berbet.
Chegou a hora!
Chegou a hora!
A Bamin é uma empresa como outra qualquer, mas inserida nesse projeto do governo chamado Complexo Porto Sul, virou uma das pernas de um dragão ameaçando uma floresta indefesa. Nós não somos contra o progresso, nós só queremos respeitar a lei, e seguir o caminho do bom censo.
Hoje é o dia em que cada ilheense deveria abrir a mente para a consciência, e analisando o relatório de impacto ambiental, decidir, se este empreendimento vai ou não nos prejudicar. É um direito que a lei dá as comunidades, as pessoas, de se defender de projetos que possam degradar o meio ambiente e afetar a qualidade de vida dos cidadãos comuns.
Se permitirmos essa obra da Bamin, outras virão, será realmente a ideia de Complexo Porto Sul acontecendo, e evoluindo para mais e mais ocupação, ou seja, supressão e extermínio de uma joia rara da humanidade que estamos trabalhando exaustivamente para salvar. O que está em jogo é não apenas a história de Ilhéus, mas a história pessoal de cada um de nós, a nossa consciência. É coisa séria. Temos um problema sério. Quem conhece as matas, vilas e praias do litoral norte de Ilhéus como eu, sabe o que eu estou falando.
Uma das cidades mais lindas do planeta. Uma localização geográfica extraordinária. Tão bela é, rodeada de água doce e salgada, que é mesmo difícil de colocar tanta habilidade da natureza em uma única foto.
O projeto do Porto Sul é muito interessante e atrativo, mas não é econômico para o litoral norte de Ilhéus. O ecossistema que existe aí é único. Trata-se de um mosaico de florestas, um santuário da água doce. Não há outro lugar na mata atlântica que se compare a este. Um povo desenvolvido jamais construiria industrias de alto impacto nesse local.
A floresta símbolo da resistência da mata atlântica contra a extinção está no meio do projeto da Bahia Mineradora. Uma alternativa a sua localização é imprescindível. Não podemos desmatar o 1% que resta da mata atlântica do litoral nordestino. Não existe bom senso nisto, nem meio termo, não podemos desmatar o que tanto lutamos para recuperar, e livrar da extinção.
Não somos contra o progresso, mas temos certeza que a localização da Ferrovia, do Porto Sul, da ZPE e da novo aeroporto estão completamente equivocadas, na terra e no mar, representando um risco eminente de se transformar em um grande fiasco para o sul da Bahia, os empreendedores e o próprio governo.
Uma cidade gravemente ferida pela falta de planejamento urbano, e pela submissão à sua vocação portuária. Nenhum outro porto no Brasil gerou tantos impactos para uma cidade como o Porto Internacional do Malhado, é como se tivessemos destruído a nossa Copacabana e, agora, com o Complexo Porto Sul, estivéssemos condenando a nossa Barra da Tijuca.
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Veja na foto o que é impacto ambiental. Ver é muito bom. Todos nós precisamos ver e conhecer a Area de Proteção da Lagoa Encantada e Rio Almada para entender os impactos que já sofremos , e os que virão com o projeto do governo federal.
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Comunidades tradicionais, homens do campo, produtores de alimentos, quilombolas, pescadores, jangadeiros, marisqueiras, catadores de carangueijos, aratus e guaimuns, extrativistas da piaçaba, do dendê, da castanha do caju, esse é o povo diretamente atingindo pelo projeto. Esse é o povo que vive em comunidades como a Ponta da Tulha, que não sabemos ao certo se vai continuar no mapa, ou vai parar debaixo dágua.
A vila de pescadores será radicalmente transformada, a pesca também, os guaiamuns, pássaros poderão ser extintos. Mas o nosso povo pobre, sem instrução, que vive do extrativismo, esses serão os mais atingidos. Pobreza, degradação ambiental e analfabetismo tem fortes relações entre si.
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Os impactos para essas comunidades, que não terão emprego, terão seu espaço ocupados, especulados, terá ocntato com uma massa de pessoas vindas de fora, enfim, a velha novela que já vimos acontecer em tantos lugares do litoral brasileiro. Foi assim no Rio, em São Paulo, os pescadores, caiçaras, quilombolas acabam expulsos.
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Modificações de toda ordem, social quanto ambiental, atingindo radicalmente o modo e os meios de vida tradicionais, e atingindo todos os ilheenses. Ilhéus não cabe seu povo, não tem rua, não tem ponte que nos permita circular. Caso essa obra aconteça, vamos ter mais dinheiro, mas pela nossa sina e ignorância de não planejarmos o uso e ocupação do solo do município, e de não desenvolver projetos de qualidade, vamos piorar a nossa qualidade de vida desde a primeira pedra lançada no mar.
Nós sempre chamamos o litoral norte de Ilhéus de A PRAIA MAIS BONITA DO MUNDO. Assim como o Brasil não quer mais ser subestimado pelo mundo, nós, nordestinos não podemos ter nossa inteligência subestimada dessa forma. Uma obra dessas nesse local, muito dificilmente seria aceita pela sociedade do sul e sudeste do país.
Essa área é símbolo nacional e internacional de proteção da Mata Atlântica. Não existe lógica em construir um complexo industrial nesse lugar, de expor esses recursos a riscos tão altos. Nós, IBAMA, Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente, Ministério Público, nós que somos a autoridade social, técnica e científica não permitiremos que o governo promova esse, que seria o maior crime contra a mata atlântica desde a redemocratização do Brasil.
Nós sempre chamamos o litoral norte de Ilhéus de A PRAIA MAIS BONITA DO MUNDO. Assim como o Brasil não quer mais ser subestimado pelo mundo, nós, nordestinos não podemos ter nossa inteligência subestimada dessa forma. Uma obra dessas nesse local, muito dificilmente seria aceita pela sociedade do sul e sudeste do país.
Essa área é símbolo nacional e internacional de proteção da Mata Atlântica. Não existe lógica em construir um complexo industrial nesse lugar, de expor esses recursos a riscos tão altos. Nós, IBAMA, Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente, Ministério Público, nós que somos a autoridade social, técnica e científica não permitiremos que o governo promova esse, que seria o maior crime contra a mata atlântica desde a redemocratização do Brasil.
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Somos civilizados e vivemos em um regime que prima pela democracia, e como um povo livre nós vamos arcar com as consequências de nossas decisões, que serão memorizadas no livro da história através da livre imprensa. Hoje, tenham certeza, o mundo inteiro está de olho no litoral norte de Ilhéus porque Deus está de olho nessa história. Estamos todos acordados esperando um final feliz para essa história, para que ela não construa a degradação e formem uma legião de culpados por não nos ouvirem, já que é tudo verdade, o que temos dito.
Não existe política nessas linhas, nem paixão e nem exagero. São fatos, verdades públicas, questão de consciência e contemporaneidade. Devemos ficar do lado da vida, que é um bem superior ao dinheiro, como ensina a Campanha Católica 2010. Essa é a nossa obrigação para com os nossos filhos.
Comentários
Sou contra o Porto nesse lugar, aminha opinião eles deveriam usar o Porto de Aratu que já existe, como passou ontem no Fantastico!!!