Orquídeas do sul da Bahia
Em 1998,
uma reportagem no Jornal A Tarde destacava a raridade e o comercio ilegal de orquídeas
do sul da Bahia. Na época respondendo pela Chefia do IBAMA na região, atendemos denuncia e realizamos a maior apreensão
de orquídeas de nossa história ambiental. Eram mais de 500 orquídeas, e 90%, a
belíssima Cattleya warneri. Entreguei o material pessoalmente ao saudoso botânico André Carvalho (CEPLAC), que dispensa apresentações. Mas havia um decreto estabelecendo que todas
as orquídeas aprendidas no Brasil eram prioritárias para o orquidário de Brasília,
e eu discordando dessa política, acabei desacatando ordem expressa
da presidência do IBAMA, abrindo uma brecha para minha exoneração, depois de segurar as dores da turbulenta transição
da política florestal no Estado do Bahia. Passados quase vinte anos, a imprensa noticia a depredação e o fim do Orquidário Nacional de Brasília. Nossas orquídeas? Ainda quero seu retorno às matas, cultivo e manejo sustentável. Na época eu poderia ter ido a Brasília para esclarecer os fatos, mas estava satisfeito pois tinha cumprido minha missão. Mais detalhes da história ambiental do sul da
Bahia estou escrevendo em um livro maior sobre a política florestal, mas esse
desabafo não pode esperar.
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