Borras de petróleo aparecem em praias do Sul da Bahia: A Petrobrás chegou!

O alerta está no Facebook no Grupo de Serra Grande:
Atenção: Borras de Petróleo e aves mortas na praia do Sargi! 

Já aconteceu em 2008 (fotos abaixo), vazamento de óleo de um navio. Limparam o que puderam, pois no mangue não se lima tudo, mas nunca sabemos qual foi a embarcação que originou o vazamento. Hoje, soube que estão aparecendo borras de petróleo fresco em praias do sul da Bahia, e pra mim isto soa o alerta geral.

Está chegando ao sul da Bahia aquela que é a maior poluidora do Brasil: A Petrobrás. Ela é quem mais polui, quem mais paga multa (uma das poucas que pagam) e também que mais tem dificuldade de resolver seus problemas ambientais.

Vazamento de 2008 em Ilhéus.
Na minha caminhada conheço a bastante tempo os tropeços da Petrobrás, por exemplo, na Baia da Guanabara, onde reincidem problemas antigos como os que eu vi, vinte anos atrás na Refinaria de Duque de Caxias, e ainda hoje persistem. A Petrobrás é boa de cartilha, EIA-RIMA e multa paga, mas dinheiro sozinho não faz milagre. É preciso prevenir com controle social e transparência de todas as informações que nos interessam saber para que possamos zelar a qualidade de nosso mar, baias e manguezais. Nós, que somos os grande interessados em proteção e qualidade de vida aqui.
Um dos litorais mais bem conservados do Brasil precisa
 de atenção redobrada com a chegada da PETROBRÁS.

Vazamento de 2008 em Itacaré. 



Então vamos se preparar para exercer cidadania, monitorando e fiscalizando a empresa, pois se não houver cobrança, vamos ficar vulneráveis, vendo acidentes acontecerem, respostas eles não virem com a celeridade esperada, e correndo riscos piores, que, sem informação, nem imaginamos. Precisamos exigir essa informação, e informação fidedignas e das fontes corretas.

Abaixo transcrevo um pequeno texto, relatando um novo vazamento que observou, e ainda não temos nenhum pronunciamento das autoridades ambientais ou da empresa.

O Petróleo é nosso ?
Texto de Rui Rocha

Hoje está fazendo 9 dias que borras de petróleo ainda frescos foram parar na nossa costa. As praias de Serra Grande, Itacaré, Marau, Pratigi, Morro de São Paulo, Ilhéus... os ventos fortes de sul dispersaram uma imensa quantidade de petróleo, que chega às praias como bolas pretas, sujando os pés do banhistas e trazendo contaminação para o litoral. Mangues, restingas, corais, o fundo do mar... No domingo passado, ao ver o acidente no litoral, ligamos para a Petrobrás, alertando para o ocorrido. Desde aquela data apenas soubemos que o serviço de Ouvidoria da Petrobrás acusou o recebimento da notícia, e estaria investigando o responsável pelo dano.

O litoral Sul da Bahia sofre deste mal desde os anos setenta. Estamos em 2013 e um problema aparentemente simples não é resolvido pela indústria do petróleo. As suspeitas em geral recaem sobre os navios petroleiros que trafegam em nossa costa e ao entregar o petróleo importado, lavam os seus porões em alto mar. Pode ser também alguma plataforma de petróleo na costa - como a British Petroleo, a Petrobrás, ou a Queiroz Galvão - ambas atuando neste litoral. 

O Brasil não apresenta ainda um sistema de controle deste tipo de acidente. Quando ele escandaliza a sociedade através da imprensa, órgãos ambientais se mexem e cobram das empresas de petróleo uma imediata solução. Quando são eventos de baixa repercussão, empurramos o assunto para debaixo do tapete, que no caso são as areias do mar. Infelizmente. A Agência Nacional do Petróleo - ANP deveria ser mais firme com as empresas de petróleo, constituindo um fundo de segurança para proteger o litoral deste tipo de agressão. 

E, cobrar de modo mais rígido a limpeza dos porões em ambientes portuários capacitados para tal, como reza a legislação. Navios costumam desobedecer esta regra, passando a conta para o oceano e o litoral. Um absurdo que teima em continuar, seja com a Libra (bacia petrolífera em evidência com o leilão da ANP e a polêmica com a Federação dos Petroleiros) na mão dos brasileiros ou de empresas internacionais. O Petróleo é nosso ? Sim, especialmente o que vem parar no nosso litoral, sem responsáveis definidos. Triste.

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