Goethea: Homenagem a Goethe que vem de Ilhéus.
Tem riquezas que passam despercebidas, e que são esquecidas, ainda que sejam extraordinárias. Quando eu percebi que uma planta coletada no início do século XIX em Ilhéus é celebrada até hoje como uma referencia das flores brasileiras em várias partes do mundo, e que ela vive anônima e ameaçada em Ilhéus, mergulhei com entusiasmo nessa revelação, e em todas as obrigações de conhecer e ajudar na conservação dessa flor.
Exclusiva de Ilhéus, tem o nome envolvido com celebridades. Foi descoberta pelos viajantes naturalistas, mais especificamente coletada em Ilhéus pelo príncipe Alexander Philipp Maximilian zu Wied-Neuwied em 1816, e descrita pelo famoso botânico Christian Daniel Gottfried Nees von Esembeck, primeiro diretor do Jardim Botânico de Bonn, e com a participação de Carl Friedrich Philipp von Martius. Seu nome foi publicado em homenagem ao ícone do romantismo alemão, Goethe. Nas palavras de Nees von Esembeck: "a única planta que tem o nome do famoso escritor Joannh Wolfgang von Goethe". A planta foi ilustrada e também está nas primeiras edições da Flora Brasiliense.
No rastro da Goethea encontrei um tesouro, e uma história que sobreviveu nos jardins botânicos por todo o mundo, e que também teve momentos gloriosos no Brasil. Nas comemorações do centenário de morte de Goethe em 1932, Roquete Pinto e Alberto Sampaio do Museu Nacional plantaram uma Goethea na sede da Acadêmia Brasileira de Letras nos jardins do Petit Trianon no Rio de Janeiro. Antes do plantio, o ilustre botânico Alberto R. Sampaio fez um célebre discurso sobre os valores botânicos e culturais que nos inspiram o antigo gênero Goethea.
Desaparecida por mais de um século, a Goethea foi redescoberta em Ilhéus em um grande projeto do Centro de Pesquisas do Cacau, Jardim Botânico de Nova York e Kew Garden de Londres, durante a década de 90. Agora constatamos que se encontra ameaçada de extinção, enquanto cultivares originados dessas plantas sobrevivem desde o Havaí até o Tahiti como referencias das flores do Brasil. A Goethea é uma embaixatriz do Brasil, mas por aqui, e na floresta é ignorada, e ainda não despertamos para o seu grande valor como patrimônio ecológico e histórico-cultural brasileiro, e da humanidade.
Resolvi acreditar na mensagem dessa flor de que precisamos despertar um novo olhar para a floresta, e refletirmos Goethe, quando diz "do que adianta olhar sem ver?" Por isso, estudar, salvar e promover o seu cultivo é uma obrigação nossa, e uma questão de honra, obrigação e inteligencia.
Desaparecida por mais de um século, a Goethea foi redescoberta em Ilhéus em um grande projeto do Centro de Pesquisas do Cacau, Jardim Botânico de Nova York e Kew Garden de Londres, durante a década de 90. Agora constatamos que se encontra ameaçada de extinção, enquanto cultivares originados dessas plantas sobrevivem desde o Havaí até o Tahiti como referencias das flores do Brasil. A Goethea é uma embaixatriz do Brasil, mas por aqui, e na floresta é ignorada, e ainda não despertamos para o seu grande valor como patrimônio ecológico e histórico-cultural brasileiro, e da humanidade.
Resolvi acreditar na mensagem dessa flor de que precisamos despertar um novo olhar para a floresta, e refletirmos Goethe, quando diz "do que adianta olhar sem ver?" Por isso, estudar, salvar e promover o seu cultivo é uma obrigação nossa, e uma questão de honra, obrigação e inteligencia.
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