domingo, dezembro 14, 2008

Ponte: A Reforma Intolerante


Colocação de asfalto na única Ponte de Ilhéus, num sábado de sol a dez dias do natal, e em horário de pico, revoltou os Ilheenses e deixou a cidade de cabeça pra baixo.

Não é à toa que insistimos no tema PONTE para o projeto urbanístico da nova Ilhéus - a cidade grande, metropolitana e referência regional. Esta é a quarta reportagem que publicamos, pois era nosso entendimento que a reforma da ponte poderia resolver alguns problemas antigos, como a altura da proteção lateral de pedestres, mas percebendo que se limitou ao essencial, e que causou transtornos desnecessários, publicamos recentemente o artigo Ilhéus Desrespeitada.

A reforma da ponte Ilhéus - Pontal é mais um remendo na velha cidade. Uma obra imaginada por D. Pedro II, prometida por Getúlio Vargas, realizada no governo de Lomanto Junior e inaugurada com a presença do presidente Castelo Branco, em 15 de agosto de 1966. Na época, uma moderna ponte de concreto protendido, com 330 metros de comprimento era uma obra decisiva para o sul da Bahia, e foi construída no prazo recorde de sete meses pela Construtora Norberto Odebrecht. Essas informações foram publicadas na Revista Manchete, nº 750, de 03 de setembro de 1966, guardadas pelo saudoso ex-prefeito de Ilhéus, Ariston Cardoso, e publicada no site Ilheense (não deixe de conferir).

Sem anúncio de obras decisivas como a duplicação da Rodovia Ilhéus-Itabuna e a construção de novas pontes, projetos estratégicos para organizar o crescimento e construir uma cidade melhor e mais receptiva, a única coisa que temos é a reforma da única ponte interligando o centro de Ilhéus a zona sul da cidade. Uma obra que deixou a desejar, e demonstrou falta de regras para a atuação de empresas licitadas para obras públicas nesse município.

Diante da demora e dos transtornos, depois de vários protestos dos moradores, anunciaram seu final para dia 31 de novembro, mas não cumpriram, e ainda resolveram colocar o asfalto sobre a pista, em dia de trânsito intenso, num sábado de sol e em horário de pico. Não é possível reformar uma via essencial de movimentação numa cidade, sem que se saiba quando a obra começa e termina, permitindo que se arraste por mais de seis meses, com poucos funcionários, e seja executada em horários mal planejados, prejudicando a população residente e os visitantes.

Diante dos fatos, a reportagem Ilhéus sem Ponte foi mais um apelo para que tenhamos o tratamento que merecemos, e para que Ilhéus deixe de ser dependente de uma ponte obsoleta, e que não protege o pedestre, e por enquanto, vai continuar do mesmo jeito.

Quem passou por esse constrangimento só pode pensar que alguma coisa está errada! E o resultado desse erro parou a cidade e causou forte mal estar nos que ficaram presos no grande engarrafamento, sem ter como ir ou voltar; muitos dos quais, em ônibus lotados e sem ar condicionado. Alem do mal estar, gerou prejuízos ao comércio e prejudicou moradores e visitantes – apenas da Encantur, 15 turistas não conseguiram embarcar em seus vôos.

No sábado, 13 de dezembro, um engarrafamento de três quilômetros alcançou a avenida Canavieiras. O tempo para atravessar a ponte chegou a duas horas, às 12 horas da manhã, sob um forte calor.






Indo ou Voltando, centenas de pessoas ficaram presas no centro de cidade, muitos em ônibus lotados.

Imaginemos se acontecesse uma emergência de saúde ou um acidente? O que poderíamos fazer? E tudo isto porque não se achou outro horário, outro dia, uma forma decente de realizar essa obra, que desde o início tem problemas, ao menos, em seu cronograma e rítmo.

Um comentário:

Anônimo disse...

7 meses para construir!!!...a quanto essa reforma "meia boca" se arrasta??????falta de planejamento dá nisso...