Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2017

Onze crimes ambientais da história recente de Ilhéus

Imagem
No passado recente, as cidades litorâneas do Brasil sofreram grave processo de degradação ambiental. Refletir as causas e consequências dos erros cometidos, ao menos nos abre novas perspectivas. Destaco o que poderíamos chamar de onze grandes crimes ambientais que cometemos nas últimas décadas, deixando de fora os problemas sociais e a depredação do patrimônio histórico. Claro, ressaltando que o maior de todos os crimes ambientais daqui é o mesmo de muitos lugares do Brasil: A falta de saneamento básico. Também entendo que muitos justifiquem a desordem urbana com a crise do cacau, hoje melhor compreendida como uma crise econômica, ambiental, cultural, política, ou uma série de crises interligadas. 1 - A nova Cabruca e o BHC  A ocupação quase total das matas e o novo modelo de cabruca sem plano de conservação, e regado a BHC provocou um grande desastre ecológico com graves consequências para a saude humana. Enquanto o Centro de Pesquisas de Cacau revelava uma biodivers...

Orquídeas do sul da Bahia

Imagem
          Em 1998, uma reportagem no Jornal A Tarde destacava a raridade e o comercio ilegal de orquídeas do sul da Bahia. Na época respondendo pela Chefia do IBAMA na região, atendemos denuncia e realizamos a maior apreensão de orquídeas de nossa história ambiental. Eram mais de 500 orquídeas, e 90%, a belíssima   Cattleya warneri . Entreguei o material pessoalmente ao saudoso botânico André Carvalho (CEPLAC), que dispensa apresentações. Mas havia um decreto estabelecendo que todas as orquídeas aprendidas no Brasil eram prioritárias para o orquidário de Brasília, e eu discordando dessa política, acabei desacatando ordem expressa da presidência do IBAMA, abrindo uma brecha para minha exoneração, depois de segurar as dores da turbulenta transição da política florestal no Estado do Bahia. Passados quase vinte anos, a imprensa noticia a depredação e o fim do Orquidário Nacional de Brasília. Nossas orquídeas? Ainda quero seu retorno às matas, cult...

O Brilho da Biodiversidade nas Fazendas do sul da Bahia

Imagem
 Os poucos remanescentes de mata íntegra no sul da Bahia são potes de ouro do conhecimento científico, cultural e da história da biodiversidade, além de ser um baú de novidades e inovação. Estudando os animais e plantas do mundo logo reconhecemos as fazendas dessa região, e suas excentricidades. Algumas logo se destacam com valiosas informações e grandes listagens de espécies, e plantas unicamente conhecidas dessas propriedades.    A Fazenda Almada (Uruçuca) tem pelo menos 602 registros de espécies, e alguns deles remontam a viagem de Carl Friedrich Philipp von Martius há 200 anos. Em Una, a Fazenda São Rafael elenca, ao menos, 247 espécies de 156 gêneros e 74 famílias registradas em 18 coleções botânicas. Doze destas já foram incluídas na lista vermelha de espécies ameaçadas do Brasil, incluindo dois tipos de Ingá ( Ingá aptera e Ingá grazielae ).     Já na Fazenda Pirataquissé (Banco da Vitória, em Ilhéus) teve uma base da Fundação Oswaldo Cruz para...