Um Brasil Menos Ignorante !



Para entender as grandes mazelas sociais do Brasil é preciso enxergar o longo tempo de segregação racial e econômica, e perceber a partir daí, quem são os brasileiros que nunca tiveram voz e vez nessa sociedade.

Expressões religiosas e artísticas, perseguidas e discriminadas no passado e nos dias atuais, nos dão uma pista dessa realidade. Candomblé, capoeira, samba e maxixe já foram fortemente marginalizados nesse país, hoje engordam essa lista, o funk, o rap e o arrocha.

A elite brasileira, ainda enquandrada como mais rica e mais branca, tende a discriminar as expressões que se originam nas classes mais pobres, periféricas e mais negras. Não é atoa que a música sertaneja também sofra discriminação por aqui, afinal trata-se de uma música que vem da roça, do sertão, do que insiste em nos parecer pobre.

Com a religião não é diferente, e os povos de terreiro são bom exemplo. A Bahia está cheia desses espaços comunitários de longíncua história, escondidos nas periferias, morros, cantos de rua. Só no sul da Bahia são mais de 200 terreiros, mas muito pouco se sabe sobre eles. Essa é uma realidade que começa a mudar com a organização social e política dessas comunidades para obterem o devido reconhecimento, e deixarem de serem vistos como grupos marginais.

Uma organização fundamental para que o Brasil deixe de ser um país preconceituoso. Por isso é preciso apoiar a luta por um Brasil menos ignorante diante do espelho multi cultural, como temos visto nas vozes de suas lideranças que ressurgem das catacumbas sociais do século XXI para reafirmar a democracia e a liberdade; um longo caminho passo a passo na luta pelo reconhecimento como se vê no release abaixo da ONG ABARÁ.

Atualmente, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) tenta criar uma lei visando incentivar a valorização do Funk como forma de manifestação cultural popular. Ele argumenta que 'Houve época em que, no Brasil, era proibido sambar! Hoje, é o funk que enfrenta toda ordem de preconceitos e tentativas de desmobilização por parte de segmentos da sociedade que discriminam manifestações culturais das classes menos abonadas, sobretudo as ligadas à cultura negra''

Um leitor do Globo escreveu recentemente os seguintes comentários: “o funk e o rap incomodam, vieram de baixo e vieram para ficar, incomodam porque não nasceram de uma elite cultural". Segundo suas palavras, "o preconceito contra o funk e o rap estão relacionados com ‘os estilos que expõem o que a sociedade tenta esconder”.

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