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Mostrando postagens de novembro, 2015

O Rio Doce do Príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied

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Ninguém poderia imaginar que o ano do bicentenário das primeira gravura do Rio Doce em Minas Gerais seria marcado com a transformação do que era belo e romântico, em um rio de lama. Há duzentos anos, o Brasil encantou o mundo com suas florestas, águas, ouro e povos nunca antes vistos. Um dos ícones das viagens dos artistas e cientistas naturalistas que revelaram o Brasil foi o príncipe alemão Maximiliano de Wied-Neuwied, que retratou todos os nossos rios da costa atlântica entre o Rio de Janeiro e Ilhéus, enquanto descobriu, estudou e nomeou plantas e animais. Belíssimos rios degradados sangram no mar a irracionalidade do desmatamento em conjunto com insanidade ambiental, aliadas com a incompetência e subtração perdulária das riquezas do Brasil. Não conhecemos essa riqueza, quando viramos as costas para os rios, a mata, a biodiversidade, a diversidade cultural do Brasil. E o que dizer meditando no bicentenário da gravura do Rio Doce? Não é possível voltar no tempo, mas devemos ...

Meu Pé de Cacau

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Ilhéus é a terra do cacau, e nem adianta querer versar sobre isso, pois além de alguns dos maiores escritores brasileiros, temos de quebra, o maior contador de histórias do Brasil, o ator do "Teatro Macuco", José Delmo. Mas tem uma coisa em Ilhéus, além da Praça do Cacau que lhe marca a identidade de forma especial, que é o amor pelos pés de cacau. O Theobroma cacau foi sempre ornamental, e aqui ele ganhou as praças, passeios, quintais e um lugar de honra no jardim principal. Adveio a crise, a desvalorização do fruto, mas nada mudou em nossos corações, e os pés de cacau ainda continuam embelezando a cidade de Ilhéus, e tomara sejam para sempre admirados como símbolo de nossa história. Você verá em breve aqui, uma série de fotos que mostram que a árvore de cacau continua em alta no coração dos Ilheenses. A foto a seguir é de um cacaueiro que foi cortado, mas com certeza foi por necessidade. Outros serão plantados.

Invasão na APA da Lagoa Encantada e do Rio Almada destaca a necessidade de ordenação da ocupação territorial em Ilhéus

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Ir à Lagoa Encantada e voar sobre a APA nesta semana para novas fotos exclusivas revelou uma ocupação irregular escandalosa, que que até agora se manteve muito silenciosa. Durante a segunda audiência do EIA-RIMA do Porto Sul, a promotora pública da Bahia, Doutora Aline Valéria Archangelo Salvador apontou que era fundamental que políticas públicas antecedessem a instalação do complexo. Três anos depois, aconteceu muito pior que o imaginado, e as localidades previstas inicialmente para um aeroporto e novo porto tornou-se alvo de uma invasão de movimentos populares. São áreas públicas, e algumas delas, impróprias à ocupação. As invasões na APA da Lagoa Encantada e Rio Almada se apresenta como um manifesto popular, e uma forma de ocupar, e questionar a sociedade. Um ato coletivo de ocupação de áreas públicas, e de conservação, e não devemos esquecer que na mesma região, muitas propriedades privadas, também estão invadindo áreas de uso público, e descumprindo a legislação ambiental Alg...

Os Principais Impactos da Ferrovia Oeste-Leste na Hileia Sul Baiana

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Apesar da crise generalizada no setor, se Ilhéus vier a ser o destino final da Ferrovia Oeste-Leste (FIOL), revise os impactos mais preocupantes. Eles ocorrem desde a sua construção e continuam impactando ao longo dos anos de operação da ferrovia. É pontual, semipermanente e impacta de forma diferente cada lugar por onde passa. O traçado da ferrovia Oeste-Leste (FIOL) percorre em maior parte o semiárido com sua vegetação típica, e um trecho bem menor adentra a floresta semi decidual e ombrófila na região cacaueira do sul da Bahia, onde se teme os maiores impactos. O rio de Contas é o grande personagem do trajeto da ferrovia, e acho pessoalmente que ela passa muito próximo ao seu leito, em suas cabeceiras e na região da cidade de Jequié. Também muito próxima da cidade. É depois de Jequié que a ferrovia projeta-se para entrar na província atlântica, áreas consideradas de interesse para a proteção do bioma da Mata atlântica. Os impactos foram discutidos em audiências, mas poucos sabe...

O Avanço da FIOL na Mata Atlântica

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Em 2013, registrei as primeiras imagens do avanço da Ferrovia Oeste-Leste para seu traçado final, entre o último cacto e o primeiro pé de cacau sob o bioma da Floresta Atlântica no sul da Bahia. O registro foi feito no município de Gongungi, e trás as primeiras impressões da linha do trem que está projetada para cortar e dividir o sul da Bahia no meio. Agora, com mais um decreto presidencial referendando a construção do Complexo Porto Sul, como uma obra de interesse nacional, as licenças para a ligação final da ferrovia com Ilhéus começam a se tornar realidade física. Esta semana observei novas imagens nas redes sociais de obras da ferrovia, que denunciavam aterro de brejos. Como jornalista, gostaria de registrar cada canto, cada lugar dessa hileia, cada metro quadrado, cada árvore suprimida, e verificar se está sendo feito direitinho, pois precisamos saber tudo o que aconteça com essa mata rara. Estamos diante algo muito sério, uma intervenção histórica que mudam as coisas, pri...

Bataclan de Ilhéus foi uma homenagem a Paris

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Nome vem de uma opereta do cantor alemão Jacques Offenbach Na noite de 13 de novembro de 2015 a casa de espetáculos Bataclan francesa foi palco de um atentado terrorista quando decorria um concerto da banda norte-americana Eagles of Death Metal. O ato foi executado por quatro terroristas, dos quais três se suicidaram com explosivos e um foi morto pela polícia. O ataque fez parte de uma série de ataques simultâneos em Paris e às proximidades do Stade de France, local onde ocorria uma partida amistosa entre as seleções da França e Alemanha. Proprietários judeus e festas pró-Israel podem ter motivado a escolha do local. O teatro de Paris que à partir de hoje passou a simbolizar o horror insuportável do maior atentado da história da França, a sala de espetáculo Bataclan, localizada no 11.º arrondissement , uma construção de 151 anos, erguida em 1864, tem em Ilhéus uma casa homônima, também muito antiga. O Bataclan daqui foi construído pelos cacauicultores, próximo ao ant...