Filhos, netos, bisnetos, e tataranetos de Mãe Ilza Mukalê festejam os 79 anos da matriarca do Terreiro Tombeci Neto

Mãe Ilza Mukalê comemorou no ultimo dia 13 de março 79 anos de idade no dia 17 (domingo). Fique por dentro dessa página importante do livro da história de Ilhéus. Acesse Matamba Tombeci Neto e Mãe Ilza Mukalé.
Ilza Rodrigues, ou Mãe Ilza, como é conhecida é a herdeira do Terreiro de Candomblé mais tradicional de Ilhéus, onde sua mãe - Mãe Roxa era uma famosa conselheira, e era muito procurada, incluindo autoridades e artistas do sul do país. Ela manteve no Morro da Conquista, a esperança da preservação das tradições religiosas afro-brasileiras. A grande obra da matriarca lhe faz uma das mais importante representantes da cultura negra, e do candomblé em Ilhéus. 

Sua vida é uma luta por convicções religiosas, e pela união familiar e comunitária em prol da igualdade, e da formação cidadã. Ela busca de toda forma o resgate e conservação da história sua, parte da história de Ilhéus, do Brasil e do mundo, através de extremo cuidado em proteger o patrimônio imaterial ligado as suas origens, oral, musical e religioso. 

A missão de manter viva a tradição, segundo Mãe Ilza, não foi fáil de aceitar, e de enfrentá-la. Mas apesar de toda discriminação e da fragilidade social do seu povo, essa missão se firmou, e vem conquistando o olhar da sociedade. Hoje nos podemos agradecer a ela diretamente, por termos uma casa do Brasil africano bem firmada em Ilhéus.

Sinceridade de propósito, interesse na tradição, carisma pessoal e amor por Ilhéus. Por tudo isso,  Mãe Ilza mantem viva em Ilhéus, sua comunidade afrodescendente como ponto de cultura, um polo irradiador de projetos sociais e culturais, e um centro de pesquisas afrobrasileira frequentado por pesquisadores de todo o Brasil. Um dos subprodutos dessa comunidade e família guerreira de Ilhéus é o Bloco Afro Delazzenze.

Mãe Ilza por Mãe Ilza (Pequeno trecho da declaração)

“Meu nome civil é Ilza Rodrigues Pereira dos Santos. Minha dijina, isto é, meu nome de iniciada, é Mukalê. No candomblé, minhas raízes estão ligadas a Maria Jenoveva do Bonfim, conhecida por Maria Neném, cuja dijina era Tuenda de Zambi Apongo, cabeça de Omolu, do Terreiro Tombenci, em Salvador. Ela era mãe-de-santo de Marcelina Plácida, conhecida por D. Maçu, cuja dijina era Kizunguirá, cabeça de Xangô. Ela foi mãe-de-santo de Izabel Rodrigues Pereira, conhecida por Mãe Roxa, cuja dijina era Banda Nelunga, cabeça de Nanã, de quem sou filha natural. Mas eu fui iniciada também por Mãe Maçu, quando eu ainda era menina. Fui iniciada na nação Angola, que é uma nação que conserva muitos valores africanos. Exemplo disso são as folhas. Eu amo a nação Angola, por tudo aquilo que ela tem: os inkices, as zuelas, a dança, as oferendas, os fundamentos, os rituais, o sentimento de pertencimento a uma família”.

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