quarta-feira, setembro 22, 2010

Encalhe de Baleias

AS BALEIAS DE ILHÉUS
COM FOTOS DE MARY BERBERT
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Não estamos acostumados com a ideia que o sul da Bahia é uma terra das baleias. Temos muito pouca informação sobre isto, e só nos damos conta quando vemos uma delas morta em nossas praias.

Em 2009 eu fiz um passeio de observação de baleias saindo do Yate Clube de Ilhéus por 16 quilômetros e logo ali a emoção toma conta. É como tomar consciencia de um valor que amplia o meu sentido de ilheense e de cidadão sul baiano.

Estamos na terra das baleias Jubarte, que passam cantando numa bela orquestra de vozes entre os meses de julho e outubro. Seu nome científico é Megaptera novaeangliae, uma espécie ameaçada de extinção, e que vem se recuperando após a suspensão da caça. Baleia só é bonita viva ! Dominando com elegência profundidades e distancias no oceano ! Veja nossas Jubartes clicando aqui.



Apesar da moratória da caça e dos encalhes acidentais, a degradação ambiental e os problemas atmosféricos, o tráfego de embarcações, a extração de petróleo e o lixo continuam sendo ameaça para essa espécie e outras tantas em nosso gigantesco litoral, o terceiro maior do mundo.

________________NÚMERO RECORDE DE ENCALHES EM 2010

A imprensa noticia que os cientistas registraram esse ano na costa brasileira, 67 encalhes contra 30 no ano de 2009, e grande parte em Santa Catarina, Espírito Santo e Bahia, um recorde !. Discute-se qual a a razão para esse expressivo aumento de ocorrências, talvez um sinal normal do aumento da população e consequente aumento proporcional de encalhes e animais debilitados, ou causas anbientais estão envolvidas, ou a ação humana, sempre suspeita, possa também trazer uma resposta.
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Só vamos saber ao certo se formos atrás das respostas. Por aqui temos visto baleias mortas nas praias todos os anos. No último mês foram dois registros no litoral norte de Ilhéus. Só que dessa segunda vez foi uma jovem baleia-cachalote de sete metros, espécie batizada com o nome de Physeter macrocephalus, que costuma medir 14 a 20 metros de cumprimento.
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Proteger as baleias é uma missão que não será vitoriosa apenas com a garra dos especialistas, e vai depender da participação integrada de toda a sociedade, extra nacional, global. No extremo sul da Bahia temos uma trabalho importante do Instituto Baleia Jubarte, que já possui o terceiro maior catálogo de fotoidentificação de nadadeiras caudais de baleias jubarte do hemisfério sul.
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O REGISTRO DAS BALEIAS NA PRAIA DO NORTE ESTÃO TENDO A COLABORAÇÃO DA FOTÓGRAFAS MARY BERBERT QUE ESTÁ COLHENDO O MAIOR NÚMERO DE INFORMAÇÕES POSSÍVEIS PARA AJUDAR OS ESPECIALISTAS.
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Cada cidadão pode colaborar nessa luta entrando na guerra contra o plástico, e as fontes de contaminação das águas. E cada um precisa se cobrar isso, e dos representantes no governo e de todo o setor produtivo, principalmente os que utilizam diretamente os serviços dos oceanos.
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Devemos ficar atentos também aos impactos que podem acontecer com as novas instalações portuárias previstas pelo governo para o litoral, como o polêmico projeto Complexo Porto Sul de Ilhéus. Esses projetos certamente devem olhar com muita seriedade que tipo de passivo ambiental vão adotar para não atrapalhar o sonho de salvar nossas baleias, afinal somos milhões e só existem 9.300 com as cores do Brasil.
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Numa primeira consulta através de questionários sobre o Complexo Porto Sul que antecedeu a Avaliação Ambiental Estratégica nós já haviamos considerado os impactos sobre os mamíferos aquáticos como uma preocupação: confira !

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