Redes irregulares de pesca estão afogando surfistas e banhistas
Renata Grechinski, de 23 anos, morreu em fevereiro afogada
por uma rede de pesca enquanto surfava no Paraná.
No começo deste ano, uma rede irregular de pesca instalada na praia de Coroados, no litoral do Paraná, matou a psicóloga Renata Grechinski, de 23 anos, menos de uma semana após sua formatura. Dessa perda surgiu a ONG Parceiros do Mar – Surf Seguro.
“Por essas mortes serem consideradas ‘afogamentos’ não são registradas e nem investigadas as causas, por isso não temos parâmetros e nem dados. Mas são mais comuns do que pensamos. Podemos pegar como exemplo dados do Rio Grande do Sul, que segundo a ONG Mar seguro, 41 pessoas já foram vítimas assim como minha irmã”, conta a advogada Silva Turra Grechinski, irmã de Renata. Família e amigos criaram a Fun Page Surf Seguro no Facebook (http://www.facebook.com/SurfSeguro) para movimentar a discussão sobre a causa.
Mais recentemente, foi criada também uma petição do Avaaz.com para a favor de uma lei que delimite a área de pesca da área de lazer, para todos viverem em harmonia. “Nós, cidadãos preocupados com o uso indiscriminado do mar e a falta de segurança e fiscalização no litoral, pedimos a aprovação de uma lei federal que delimite áreas específicas para esportes náuticos, para lazer, e para a prática da pesca. Vamos nos unir para combater o desrespeito à vida, pois o mar é um bem público e nenhuma atividade nele praticada pode colocar em risco a vida das pessoas. Assine a petição e ajude a levar essa onda de amor adiante!", pede a família e amigos de Renata e de todos aqueles que já perderam alguém no mar.
Como conseqüência da indignação pela perda de Renata, sua família criou no facebook o movimento Surf Seguro, que já conta com mais de 1.500 pessoas que curtem a fun page. Para tornar ainda maior esse movimento está surgindo a ONG Parceiros do Mar, que tem o objetivo de mostrar que a pesca ilegal existe e faz vítimas.
“Não é uma guerra contra os pescadores, ao contrário, queremos nos unir a eles para combater àqueles que desrespeitam as normas, por meio de informação e orientação. A Renata estava a apenas 40 metros da areia quando se enroscou. A distância permitida para instalação de artefatos de pesca no nosso litoral é de 926 metros, meia milha”, diz Silvia.
O que a ONG quer alertar é que todos estão expostos a riscos enormes com essa prática. “Queremos alertar toda a população e também exigir maior fiscalização no nosso litoral. Minha irmã faleceu na alta temporada. Precisamos nessa época de reforços de bombeiros e mais postos de guarda-vidas”, finaliza.
Fontes: UOL Esporte - Sobre as Águas, por Antônio Alonso e Surf Já
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